terça-feira, 19 de maio de 2015

ROBERTO TEIXEIRA LIMA CANTOR


Roberto Teixeira de Lima, conhecido artisticamente como "Roberto Cantor", 50, trabalhou muito tempo no grupo Terríveis, onde atuou desde cantor a diretor musical. Hoje atua em carreira solo, depois de 20 anos trabalhando com os Terríveis. Nesta entrevista exclusiva concedida a O Mossoroense, o cantor falou sobre aspectos interessantes de sua carreira, como a participação no disco da banda Cavaleiros do Forró, e ainda em vários jingles de campanhas políticas, o que o levou a disputar duas eleições como candidato a vereador, tendo quatro mil votos em cada um dos pleitos. Mesmo assim, deixou bem claro que não pretende repetir.

"Eu senti que a oportunidade apareceu. Era um trabalho que até então eu não conhecia, porque eu fiz um trabalho com os Cavaleiros do Forró e foi aquele estouro. Serviu de ponte para eu fazer tudo que sempre sonhei, que é a carreira solo", comenta entusiasmado com a sua carreira com a banda Forrozão Meus Amores, que deverá lançar seu primeiro CD em setembro.

O Mossoroense – Como foi o início da sua carreira como cantor?

Roberto Cantor – Eu comecei aqui em Mossoró, em 1969, quando eu participei do 1º Festival Estudantil, promovido pela Casa do Estudante de Mossoró.

OM – Antes disso, você não havia participado de nenhuma experiência como artista?

RC – Não. Até então, eu não havia participado de shows nenhum...

OM – Nem tinha intenção?

RC – Eu não tinha nenhuma intenção. Eu sempre cantava informalmente, entre amigos, num barzinho.

OM – E como você foi descoberto musicalmente?

RC – O meu amigo Raimundo Putim, que também é músico, foi quem me indicou para o festival estudantil, e eu interpretei uma música chamada "Mendigo de Feira". As quatro primeiras colocadas gravariam um compacto duplo em Recife. E eu tive a felicidade de sair de Mossoró pela primeira vez, entrar em um estúdio. Foi então que eu gravei a canção "Mendigo de Feira", que marcou a minha vida e foi o pontapé inicial para a minha carreira artística.

OM – E depois que você participou desta coletânea?

RC – Nós montamos uma banda.

OM – Quem?

RC – Eu, Raimundo Putim, José Arnoud, Chico "Batera", Canindé.

OM – Como era o nome da banda?

RC – Começou como Os Vikings e depois passou a ser D Mais. Logo em seguida, a banda acabou e eu passei um tempo como os Bárbaros. Depois veio Paulo Godeiro e o Super Som 2001 e nós passamos três anos fazendo som na antiga boate Snobe.

OM – Como você chegou aos Terríveis?

RC – Logo após esse período em que eu tocava no Snobe, eu recebi o convite para tocar no conjunto Impacto 5, de Natal, que tinha acabado de lançar um disco pela CBS, seguindo a linha do Renato e Seus Blue Caps. Na época, chegou realmente a ameaçar o sucesso deles.

OM – E como foi essa experiência?

RC – Para mim, foi um sonho. Eu cheguei em Natal em 1964, sem experiência, mas tive a sorte de pegar uma turma bastante profissional, musicalmente falando. De repente, eu já estava nos estúdios da CBS gravando a minha segunda música.

OM – Você passou quanto tempo no Impacto 5?

RC – Só durou nove meses. Então, eu retornei para Mossoró, de volta para o mesmo conjunto, no caso o Super Som 2001. Daqui, fomos fazer uma excursão, que durou um ano e oito meses rodando toda a Bahia. Isso em 1976, quando eu retornei para o Impacto 5, onde fiquei até 1978, ano em que fui pela primeira vez para os Terríveis.

OM – Ficou por quanto tempo?

RC – Fiquei de 1978 até 1985. De 85 em diante, eu voltei para o Impacto 5 e fiquei até 89, indo até o dia 18 de julho de 2002. Nesse período eu adquiri muita experiência, andei por muitas estradas, conheci muitos amigos. As pessoas sempre reconheceram nosso trabalho, Deus sempre me iluminou, me deu muita saúde e, acima de tudo, a força de vontade que eu sempre tive para com o meu trabalho. Eu me orgulho muito disso. A minha família me deu sempre força, a minha esposa, meus filhos, eu agradeço muito a Deus o apoio que eles sempre me deram.

OM – E como foi o seu trabalho com os Cavaleiros do Forró?

RC – Essa proposta apareceu para eu fazer uma participação como intérprete, sem compromisso. Eles estavam com o disco pronto faltando apenas gravar a voz. Eles queriam uma voz forte e que se identificasse com o estilo de forró que está rodando agora, como Brasas do Forró e Toca do Vale. Eu fiz o teste e passei. Eu gravei treze músicas do CD dos Cavaleiros, que até então não existiam. Eu já estava pendendo para o lado do forró há muito tempo, mas não tinha um estilo próprio. Os Cavaleiros veio apenas confirmar. Como experiência, as pessoas adoraram e aprovaram o estilo e foi um sucesso total. Tanto que até hoje a música "Se Réie Para Lá" é um sucesso.

OM – Por que você não continuou na banda?

RC – Eu não fiquei na banda porque eu ainda estava nos Terríveis. Participei do trabalho como experiência, que para mim foi muito válido porque serviu de ponte para o trabalho que eu venho fazendo. Eu deixei os Terríveis e montei a banda Forrozão Meus Amores, e montei a banda Meus Amores para fazer os trabalhos da campanha política de Larissa e Sandra Rosado, mas a característica é a mesma.

OM – E como será o CD?

RC – O trabalho virá com uma composição chamada "O Troco", de minha autoria, que é uma resposta para o "Se Réie Para Lá", de minha autoria. Graças a Deus, está sendo bem aceito e espero contar com o reconhecimento do povão.

OM – Você já compôs muitos jingles para campanhas políticas?

RC – Muitos! Eu comecei a trabalhar em política desde 1974. Em 85, eu trabalhei para Garibaldi Filho, para prefeito de Natal. Fiz a campanha de Geraldo Melo para o governo do Estado em 1986 com o grupo Terríveis. Em 88, eu fiz Natal, quando a disputa foi Henrique e Wilma, e daí por diante. Foram tantos jingles que já perdi até a conta.

OM – E os jingles deram sorte para os candidatos?

RC – Sempre! O senador Geraldo Melo sempre me chamou de pé quente. Garibaldi Filho também se elegeu. Wilma Maia, quando eu trabalhei, ganhou. A perspectiva agora é eleger Sandra e Larissa, que, pelo que eu entendo, será uma das mais bem votadas.

OM – Desses jingles, qual o mais famoso?

RC – O Tamborete de Geraldo Melo é uma referência, que tem um refrão que diz: "Sopra um vento forte no Rio Grande do Norte...", foi uma música que marcou muito e até hoje as pessoas cantam.

OM – Qual o conselho que você dá para o artista que está iniciando agora?

RC – Muita humildade, serenidade acima de tudo e respeito para com o público. Em toda profissão, você tem que gostar do que faz. Nós vivemos de opinião pública. Além de ser um bom profissional, você tem que saber lidar com as pessoas e respeitá-las, porque elas estão ali para comprar o seu disco, para ouvir você cantar. Respeito não se compra, se conquista.

OM – O espaço está aberto para você deixar a sua mensagem final.

RC – Eu agradeço a você, Luís Juetê, e a todos que fazem a FM 93 e ao jornal O Mossoroense. Até agora, eu tenho sido abençoado por Deus, porque tudo que eu imaginei do início do ano para cá tem acontecido comigo nos últimos três meses. Nada melhor do que recomeçar na cidade onde eu iniciei a minha carreira.

http://www2.uol.com.br/omossoroense/180802/entrevista.htm

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