Roberto Carlos
Braga (Cachoeiro de Itapemirim, 19 de abril de 1941) é um cantor e compositor brasileiro. Ele foi
um dos primeiros ídolos jovens da cultura brasileira, liderando o primeiro grande
movimento de rock feito
no Brasil.
Além dos discos, estrelou um programa na TV Record,
chamado Jovem Guarda (que batizou
esse movimento de rock), e filmes inspirados na fórmula
lançada pelos Beatles - como "Roberto Carlos em Ritmo de
Aventura", "Roberto Carlos e o Diamante Cor-de-rosa" e "Roberto
Carlos a 300km por Hora". Atualmente continua se apresentando com
frequência e produz anualmente um especial que vai ao ar na semana do Natal
pela Rede
Globo, mesma época em que costumavam ser lançados seus discos anuais.
Segundo a ABPD,
o Roberto Carlos é o artista solo com mais álbuns vendidos na história do
Brasil.[1]
Entre 1961 e 1998, Roberto lançou um
disco inédito por ano. Seus discos já venderam mais de 120 milhões de cópias e
bateram recordes de vendagem - em1994 chegou a marca de 70 milhões de discos vendidos -,
incluindo gravações em espanhol, inglês e italiano,
em diversos países. Fez milhares de shows em centenas de cidades no Brasil e no
exterior. Seu fã-clube é um dos maiores do mundo. Dezenas de artistas já
fizeram regravações de suas músicas. Sua popularidade o tornou conhecido no Brasil e na América
Latina como O Rei. Em 2010, durante premiação
no Radio City Music Hall, em Nova Iorque,
o então presidente da Sony Music, Richard Sanders, intitulou-o Rei da
Música Latina.
Tendo iniciado
a carreira sob influência do rock'n'roll que
vinha dos Estados Unidos da América, despontou no
início da década de 1960 com composições próprias,
geralmente feitas em parceria com o amigo Erasmo
Carlos, e versões de sucessos do então recente gênero musical - entre os
quais, "Splish Splash","O Calhambeque", "Parei
na contramão" e "É Proibido Fumar" -, fundando as
bases para o primeiro movimento de rock feito no Brasil. Com o
sucesso, estrelou ao lado de Erasmo e Wanderléa um programa na TV Record chamado Jovem
Guarda, que daria nome ao movimento musical. Desta fase, destacaram-se
inúmeros sucessos como "Não quero ver você triste", "Lobo
Mau", "A garota do baile", "Não é papo pra
mim", "Parei, olhei", "História de um homem
mau","Quero que vá tudo pro inferno", "Esqueça", É
papo firme", "Mexericos da Candinha", "Eu te
darei o céu", "Nossa canção", "Namoradinha de um
amigo meu","Eu
sou terrível", "Quando", "Maria, Carnaval e
Cinzas", "Só Vou Gostar de Quem Gosta de Mim", "Como é grande o meu amor por você", "Se
você pensa","As canções que você fez pra mim", "Ciúme de você", "Eu te amo, te amo, te amo", "As
curvas da estrada de Santos", "As flores do jardim da nossa
casa","Sua estupidez".
Na virada para década
de 1970, reformulou seu repertório rock'n roll e se tornou um cantor e
compositor basicamente romântico, que não modificou desde então. Logo também
mudava seu público-alvo, que deixou de ser o jovem e passou a ser o adulto. Nessa
linha, emplacou mais grandes sucessos como"Detalhes", "Amada
Amante", "Como dois e dois", "Debaixo dos
caracóis dos seus cabelos", "Quando as crianças saírem de
férias", "Como vai você","Proposta", "A
Cigana", "O portão", "Eu quero apenas", "Além
do horizonte", "Olha", "Os seus botões", "Ilegal,
imoral ou engorda", "Amigo", "Falando sério","Cavalgada", "Outra
vez", "Força estranha", "Café da manhã", "Na
paz do seu sorriso", "Amante à moda antiga", "Emoções", "Cama
e mesa", "Fera ferida", "O côncavo e o
convexo", "Caminhoneiro", "Verde e Amarelo", "Pergunte
pro seu coração", "Dito e feito", "Tanta
solidão", entre outras. Também a partir dessa fase despontaram composições
de cunho religioso em sua obra, algumas também com bastante sucesso, como "Jesus
Cristo", "Todos Estão Surdos", "A
montanha", "O homem", "Fé", "Estou
aqui", "Guerra dos Meninos", "Ele esta pra
chegar" e "Nossa Senhora", entre outras.
Roberto Carlos
foi, ainda, um dos artistas que apoiaram a ditadura militar brasileira (1964-1985),
tendo sua atuação em prol do regime ditatorial sido reconhecida em documentos
oficiais do Ministério do Exército, à época.[2]
Infância
Nascido no
interior do Espírito Santo, na cidade de Cachoeiro de Itapemirim, é o quarto e
último filho do relojoeiro Robertino Braga (27 de
março de 1896[3] — 27 de
janeiro de 1980[4]) e da
costureira Laura Moreira Braga (Mimoso
do Sul, 10 de abril de 1914 — Rio de Janeiro, 17 de abril de 2010). A família morava
no bairro do Recanto, numa casa modesta, no alto de uma ladeira. Os demais
membros da família eram: Lauro Roberto Braga, Carlos Alberto Braga e Norma
Moreira Braga, a qual Roberto Carlos carinhosamente chamava Norminha.
Aos seis anos
de idade, no dia da Festa de São Pedro, que é o padroeiro da cidade
de Cachoeiro do Itapemirim, ele foi atropelado por uma locomotiva a vapor e sua
perna direita teve de ser amputada até pouco abaixo do joelho.[5] Até
hoje ele usa uma prótese, mas evita falar no assunto.
Ainda criança
aprendeu a tocar violão e piano - a princípio com sua mãe e, posteriormente, no
Conservatório Musical de Cachoeiro de Itapemirim. Apesar de seu sonho de
infância de ser arquiteto, dedicou-se à música. O ídolo na época era Bob Nelson,
um artista brasileiro que se vestia de cowboy e
cantava música "country" em português. Incentivado pela mãe,
cantou pela primeira vez em um programa infantil na Rádio Cachoeiro, aos nove
anos. Apresentou-se cantando o bolero "Amor y más amor". Como
prêmio pelo primeiro lugar, recebeu balas. O cantor recordaria anos depois o
momento, relatado na obra"Roberto Carlos em Detalhes", de Paulo Cesar de Araújo: "Eu estava
muito nervoso, mas muito contente de cantar no rádio. Ganhei um punhado de
balas, que era como o programa premiava as crianças que lá se apresentavam. Foi
um dia lindo."[6] Tornou-se
então presença assídua do programa, todos os domingos acreditando no seus
sonhos de canta.
Carreira musical - Década de 1950
Na segunda
metade dos anos cinquenta, Roberto Carlos mudou-se para Niterói e,
seguindo a tendência juvenil da época, entrou em contato com um novo ritmo
musical, o Rock, passando a ouvir Elvis
Presley, Bill Haley, Little
Richard, Gene Vincent e Chuck Berry.
Em 1957, Arlênio Lívio, um colega de
escola, levou Roberto Carlos para conhecer um grupo de amigos que se reunia na
Rua do Matoso, no bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro. Lá conheceu Sebastião (Tim)
Maia, Edson Trindade, José Roberto
"China" e Wellington. Formou com Arlênio, Trindade e Wellington o
primeiro conjunto musical, The
Sputniks. Certa vez, ele precisava da letra de "Hound Dog" - e o
grande fã de Elvis Presley daquela turma de amigos era Erasmo
(Carlos) Esteves. Desta forma, Roberto Carlos conheceu aquele que se
tornaria o maior parceiro musical.
Tim Maia saiu
dos Sputiniks e o grupo foi desfeito. Edson Trindade, Arlênio e China
formaram o grupo The Snakes, chamando Erasmo para ser vocalista. A carreira
solo de Roberto foi iniciada no mesmo ano como cantor da boate do Hotel Plaza,
em Copacabana,
cantando samba-canção e bossa nova. The Snakes acompanhavam tanto Roberto
Carlos quando Tim Maia, contudo ambos nunca fizeram parte do grupo,
Roberto Carlos passou a se apresentar com frequência em clubes e festas.
Roberto foi convidado por Carlos
Imperial a se apresentar no programa musical "Clube do
Rock", da TV Tupi. Carlos Imperial costumava apresentar Roberto
Carlos como o "Elvis brasileiro" e Tim Maia como o "Little
Richard brasileiro". No final daquela década, Roberto gravou
alguns compactos e iniciava sua carreira oficialmente.
Em 1959, Roberto Carlos
lançou "João e Maria/Fora do Tom", um compacto simples. Dois
anos depois, ele lançava o primeiro álbum, "Louco Por Você".
Imperial compôs boa parte das canções deste disco. O disco não chegou a ter
tanto sucesso, e hoje é esquecido.
Década de 1950 - a Jovem Guarda
Roberto Carlos
insistiu em investir na música jovem da época, o rock, e em 1962 lançou "Splish Splash". Com o
amigo Erasmo, Roberto compunha versões de hits do álbum e canções próprias como "Splish
Splash" e "Parei na Contramão", que se tornaram
grandes sucessos. No ano seguinte, o cantor novamente esteve nas paradas de
sucesso com o LP É Proibido Fumar, em
que, além da faixa-título, destacou-se a
canção "O Calhambeque". Assim nascia a Jovem
Guarda.
Conhecido
nacionalmente, Roberto Carlos começou a apresentar o programa Jovem Guarda em 1965, da TV Record,
ao lado de Erasmo Carlos e Wanderléa.
O programa popularizou ainda mais o movimento e consagrou o cantor, que se
tornou um dos primeiros ídolos jovens da cultura brasileira. Ainda em 1965,
foram lançados os álbuns "Roberto Carlos Canta Para A
Juventude" - com sucessos "História de Um Homem
Mau", "Os Sete Cabeludos", "Eu Sou Fã do
Monoquíni" e "Não Quero Ver Você Triste", parcerias
com Erasmo Carlos - e "Jovem Guarda", com os sucessos "Quero Que Vá Tudo Pro Inferno", "Lobo
Mau", "O Feio" (de Getúlio Côrtes) e"Não é Papo
Pra Mim".
Em 1966, Roberto Carlos
apresentou os programas "Roberto Carlos à Noite", "Opus 7",
"Jovem Guarda em Alta Tensão" e "Todos os Jovens do Mundo",
todos de vida efêmera e da TV Record. Mas o que mais marcaria aquele ano seria
uma briga por motivos profissionais, que quase colocou fim à parceria entre
Roberto e Erasmo Carlos. A razão da separação foi uma falha da produção do
programa "Show em Si… Monal", da TV Record, que homenageava Erasmo. A
produção do programa havia preparado um pot-pourri com
as composições mais famosas de Erasmo, entre as quais "Parei na
Contramão" e "Quero Que Vá Tudo Pro Inferno".
A controvérsia foi criada por conta de que estas canções foram compostas em
parceria com Roberto Carlos, mas os créditos foram dados unicamente a Erasmo.
Os dois se desentenderam, e a parceria ficou suspensa por mais de um ano. Neste
período, Roberto compôs "Querem Acabar Comigo" e "Namoradinha de um Amigo
Meu", que foram lançadas no LP "Roberto Carlos" daquele
ano o disco ainda tinha os sucessos "Eu Te Darei o Céu", "Esqueça" (versão
de Roberto Corte Real), "Negro Gato" (de Getúlio Côrtes) e "Nossa
Canção" (de Luiz
Airão).[7] Em 1967, a amizade
Erasmo-Roberto seguia estremecida, embora os dois apresentassem - junto com
Wanderléa - o programa "Jovem Guarda", na TV Record. Roberto
Carlos compôs sozinho sucessos como "Como É Grande O Meu Amor Por Você", "Por Isso Corro Demais","Quando" e "de Que Vale Tudo Isso",
que seriam lançados no LP "Roberto Carlos Em Ritmo de Aventura", trilha
sonora do filme homônimo, lançado no ano seguinte, e que teve produção
e direção de Roberto Farias e elenco com José Lewgoy e
Reginaldo Farias. O filme tornou-se um grande sucesso de bilheteria do cinema
nacional. A relação entre Erasmo e Roberto Carlos voltaria ao normal por causa
de "Em Ritmo de Aventura". Envolvido com diversos compromissos
profissionais, Roberto não conseguia finalizar a letra da canção de "Eu
Sou Terrível", que seria a faixa inicial da trilha
sonora do longa-metragem. Então, ele pediu auxílio ao velho
parceiro Erasmo Carlos, que o ajudou a finalizar a letra.
Assim, a amizade e a parceria dos dois foram retomadas.[8] Ainda
naquele ano, Roberto Carlos fez em Cannes (França) os
primeiros espetáculos no exterior e participou de alguns festivais de Música
Popular Brasileira. Com "Maria, Carnaval e Cinzas" (de Luís
Carlos Paraná), o cantor ficou em quinto lugar. Algumas pessoas hostilizaram a
presença de um ícone da Jovem Guarda - tido como "alienado" sob a
óptica da época.
Em 1968 foi lançado o
LP "O Inimitável". Disco de transição na carreira do
cantor, o álbum teve influências na black music (Soul/Funk) estadunidense e
emplacou vários sucessos, como "Se
Você Pensa","Eu Te Amo, Te Amo, Te Amo", "É
Meu, É Meu, É Meu", "As Canções que Você
Fez Pra Mim" (todas parcerias com Erasmo Carlos), "Ciúme de Você" (de Luiz
Ayrão) e "E Não Vou Deixar Você
Tão Só"(de Antônio Marcos). Ainda naquele ano, Roberto Carlos se
tornaria o primeiro e único brasileiro a vencer o Festival de San Remo (da Itália), com a canção "Canzone
Per Te", de Sergio Endrigo e Sergio
Bardotti. A mudança de estilo do cantor viria definitivamente em 1969. O álbum "Roberto Carlos" foi
marcado por um maior romantismo em lugar dos tradicionais temas juvenis típicos
da Jovem Guarda. Entre os sucessos deste LP estão "As Curvas da Estrada de Santos", "Sua
Estupidez" e "As Flores do Jardim da Nossa Casa",
todas parcerias com Erasmo Carlos. Ainda naquele ano, foi lançado o "Roberto Carlos e o Diamante
Cor-de-Rosa", segundo filme dirigido por Roberto Farias e novo êxito
de bilheteria.
Década de 1970
- 2000
Roberto Carlos
em em abril de 2009.
A partir da década
de 1970, marcaria o fim da Jovem Guarda e consolidaria o prestígio de
Roberto Carlos como intérprete romântico no Brasil e no exterior (Estados
Unidos, Europa e América
Latina). O cantor seria o artista brasileiro que mais venderia discos no
país. Várias das suas canções foram gravadas por artistas como Julio
Iglesias, Caravelli e Ray Conniff.
Em 1970, o
cantor fez uma bem-sucedida temporada de shows no Canecão. No
final daquele ano, foi lançado o álbum anual, que trouxe sucessos
como "Ana", "Vista a Roupa Meu Bem" e "Jesus
Cristo", canção que também marcava sua aproximação com a religião.
No ano
seguinte, foi lançado "Roberto Carlos a 300 km por Hora", o
último filme e também um grande sucesso nacional. Ainda em 1971, foi lançado "Roberto Carlos", disco contou
com os sucessos "Detalhes", "Amada
Amante","Todos Estão Surdos", "Debaixo dos Caracóis dos Seus
Cabelos" (homenagem a Caetano
Veloso) e "Como Dois e Dois" (de Caetano). O álbum "Roberto Carlos", de 1972, repercutiu com "A
Montanha" e "Quando as Crianças Saírem de Férias",
além de ter sido o primeiro LP a atingir a marca de um milhão de cópias
vendidas; e "Roberto Carlos", de 1973, com "Rotina" e "Proposta".
Em 24 de dezembro de 1974, a Rede Globo exibiu
um especial do cantor, que obteve um enorme índice de audiência. A partir
daquele ano, o programa seria veiculado anualmente, sempre no final do ano.
Em 1975, o grande sucesso
seria "Além do Horizonte". No ano seguinte, o
cantor gravaria o novo LP nos estúdios da CBS em Nova Iorque.
O álbum lançou as canções "Ilegal, Imoral ou Engorda" e "Os
Seus Botões". Em 1977, Roberto Carlos gravou "Muito Romântico" (de Caetano
Veloso) e "Cavalgada", lançadas no disco natalino e que
alcançaram os primeiros lugares nas paradas musicais.
No ano
seguinte, foi lançado "Roberto Carlos", de 1978, de onde se
destacaram as famosas "Café da Manhã", "Força
Estranha" (de Caetano Veloso) e "Lady Laura"- esta
última dedicada a sua mãe. O disco vendeu um milhão e quinhentas mil cópias.
Além de álbuns que vendiam mais de 1 milhão de cópias por ano, os shows de
Roberto Carlos eram também disputados: em 1978, o cantor
percorreu o país por seis meses, sempre com casas lotadas. Quando visitou o México em1979, o papa João Paulo II foi saudado com a canção "Amigo",
cantada por um coro de crianças. O evento foi transmitido ao vivo para centenas
de milhões de pessoas no mundo. Roberto também se engajou da ONU em prol do Ano
Internacional da Criança.
No início da década
de 1980, participou de outra campanha, dessa vez para o Ano Internacional
da Pessoa Deficiente. Em 1981, o cantor fez excursões internacionais e gravou o primeiro
disco em inglês - outros seriam lançados em espanhol, italiano e francês.
Também gravou o disco anual, que contou com sucessos como "Emoções", "Cama
e Mesa" e "As Baleias". Em 1982, Maria
Bethânia participou do álbum anual, no dueto "Amiga".
Era a primeira vez que o cantor convidava um outro artista para participar das
gravações do disco. Roberto Carlos (1982) ainda
teve o sucesso "Fera Ferida", outra parceria com Erasmo.
Em 1984, sua canção "Caminhoneiro" foi
executada mais de três mil vezes nas rádios do país em um único dia e, no ano
seguinte, "Verde e Amarelo" bateria esta marca ao ser
tocada três mil e quinhentas vezes..[9] Em
1985 participou da Campanha para ajudar as crianças da América Latina, na
canção Cantarê Cantarás ao lado de Júlio Iglesias, Glória Estefan, José
Feliciano, Plácido Domingos entres outros. Ganhou em 1988 o Grammy de
Melhor Cantor Latino-americano e, no ano seguinte, atingiu o topo da parada
latina da Billboard. Ainda em 1989, teve grande
repercussão com "Amazônia". No tradicional especial de fim de
ano da Rede Globo cantou sucessos como Outra vez ao lado de Simone.
Durante a década
de 1990, o sucesso de Roberto Carlos prosseguiu tanto em nível nacional
quanto internacional. Em 1992 gravou seu nome na Calçada da Fama em Miami nos
Estados Unidos, para artistas latinos. Em 1994, Roberto Carlos
conseguiu bater os Beatles em vendagens na América
Latina, vendendo mais de 70 milhões de discos. No mesmo ano, gandes
artistas do rock nacional da época, comoCássia
Eller, Kid Abelha, Skank e entre
outros, gravam o disco REI em que eles interpretam grandes sucessos do cantor, e este
é lançado no mesmo ano. Em 1995, liderados por Roberto
Frejat, grandes nomes do pop-rock brasileiro como Cássia
Eller, Chico Science & Nação Zumbi, Barão
Vermelho e Skank homenagearam Roberto Carlos com a gravação de
canções da época da Jovem Guarda. No ano seguinte, Roberto Carlos emplacou mais
um sucesso em parceria com Erasmo Carlos: "Mulher de 40", e
gravou ao lado de Júlio Iglesias, Glória Estefan, Plácido Domingos, Ricky
Martin, John Secada entre outros, em espanhol a canção Puedes LLegar, o tema
das Olimpíadas de Atlanta nos Estados Unidos. Já em 1997, foi lançado o
álbum em língua espanhola "Canciones que
amo".
Em 1998, em decorrência da doença de sua esposa Maria Rita, Roberto Carlos teve de conciliar a gravação do disco anual e o apoio à esposa internada na capital paulista. "Seu disco anual", que quase não foi lançado, tinha apenas quatro canções inéditas, entre elas "O Baile da Fazenda", uma parceria com Erasmo Carlos e que contou com a participação especial de Dominguinhos. Em 1999, o agravamento do estado de saúde de Maria Rita, seguido de sua morte em dezembro daquele ano, fez com que o cantor deixasse de apresentar o tradicional especial de final de ano na Rede Globo e não gravasse o disco anual.[10][11] A gravadora Sony acabou lançando "Os 30 Grandes Sucessos (Vol. 1 e 2)", uma coletânea dupla com os maiores sucessos da carreira de Roberto e uma faixa-inédita, a religiosa "Todas as Nossas Senhoras", escrita com Erasmo.
Década de 2000 -
Atualmente
Depois de um
período de reclusão, Roberto Carlos retomou sua carreira com a turnê "Amor
Sem Limite", inaugurada em Recife, em novembro
de 2000,[12][13] título
da canção - feita em homenagem a Maria Rita - de maior destaque no álbum
lançado em dezembro daquele mesmo ano.[14][15] Ainda
naquele ano, o cantor rompeu o contrato com a gravadora Sony (ex-CBS),[16][17] após
39 anos de parceria.[18] Em 2001, Roberto recebeu
inúmeras homenagens pelo 60º aniversário e gravou o álbum"Acústico
MTV",[19] depois
de meses de negociações entre a Rede Globo e a MTV Brasil.[20][21] O
álbum trouxe 14 releituras em versão acústica para antigos sucessos, alguns
cantados com a participação de artistas como Samuel Rosa,
do Skank (em "É
Proibido Fumar"), Tony Bellotto, dos Titãs (em "É Preciso Saber Viver"), entre outros.
No ano
seguinte, Roberto Carlos foi acusado pelo maestro Sebastião Braga de plagiar
a melodia da sua composição "Loucuras de Amor" em "O
Careta", de 1987.[22] Também
foi lançado o DVD "Acústico MTV",[23] que
logo seria retirado de circulação devido a problemas contratuais. Em
comemoração aos 90 anos do bondinho do Pão de Açúcar, o cantor fez uma
apresentação para 200 mil pessoas no Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro.[24]
No final de 2003, apresentou-se no
Ginásio do Maracanãzinho, onde foram gravadas imagens para o tradicional
especial natalino na Rede Globo, e também onde foi divulgado seu novo álbum,
"Pra sempre", totalmente dedicado a Maria Rita. Com nove canções
inéditas, o disco contou com "O Cadillac" (única faixa
escrita com Erasmo), "Acróstico" (cujas primeiras letras
dos versos formam a frase "Maria Rita Meu Amor") e a bela "Todo
Mundo Me Pergunta", além da faixa título "Pra Sempre".
Em
janeiro de 2004,
Roberto fez um show no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, como parte das comemorações dos 450
anos da cidade. Em outubro do mesmo ano, o cantor lotária o Estádio do Pacaembu, também na capital
paulista, na apresentação do show "Pra Sempre" e que seria
lançado em DVD. Após iniciar tratamento terapêutico, ele também reconheceu
publicamente sofrer de transtorno obsessivo-compulsivo,[25] síndrome
que o levou a um comportamento excessivamente supersticioso e o fez abandonar
do repertório dos espetáculos canções famosas como "Café da Manhã", "Outra
Vez" e "Quero Que Vá Tudo Pro Inferno".
Em entrevista coletiva, admitiu que poderia voltar a cantá-las, demonstrando os
resultados do tratamento.[26] No
final desse ano, comemorou o 30º aniversário do primeiro especial para a Rede
Globo e foi lançado o primeiro volume de sua discografia, em uma caixa por
década, que reúne seus discos em formato mini-LP e sonoridade remasterizada.
Em 2005, o Jornal
do Brasil organizou uma votação sobre discos que emplacaram diversos
sucessos ao mesmo tempo na música brasileira. Os primeiro e o segundo lugares
ficaram com Roberto Carlos, com "Roberto Carlos em Ritmo de
Aventura", de 1967 (com
sucessos como "Eu Sou Terrível", "Quando" e "Como
É Grande O Meu Amor Por Você") e "Roberto Carlos", de 1977 (com sucessos
como"Amigo", "Outra Vez", "Cavalgada", "Falando
Sério" e "Jovens Tardes de Domingo"). Ainda nesse ano,
chegou a um acordo com o maestro Sebastião Braga, que o acusava de plagiar uma
canção sua..[27]Apesar
do sucesso de vendas, os trabalhos recentes de Roberto Carlos continuam a
desagradar à crítica, que o considera repetitivo. Ainda naquele ano, recebeu
uma indicação e venceu o Grammy Latino na categoria Melhor Álbum de Música
Romântica, pelo álbum "Pra Sempre Ao Vivo no Pacaembu".[28]
Em dezembro de 2006, foi lançado "Duetos",
CD com 14 faixas e DVD com 16 números, que apresentava momentos tirados dos
especiais gravados para a Rede Globo desde a década de 1970. No mesmo período,
a Editora Planeta lançou o livro "Roberto Carlos Em Detalhes", de Paulo Cesar de Araújo,[29] uma
biografia não-autorizada sobre o cantor, resultado de uma pesquisa ao longo de
16 anos e reuniu depoimentos de cerca de 200 pessoas que participaram da
trajetória de Roberto.[30]Roberto
Carlos repudiou a publicação, alegando haver nela inverdades, e anunciou sua
intenção de retirar de circulação a obra. Ainda neste ano Roberto Carlos ganha
o Grammy Latino pelo melhor álbum de música romântica (Álbum "Roberto
Carlos", 2005).
Em janeiro de
2007, o cantor fez uma viagem à Espanha, onde
gravou o primeiro álbum em espanhol em uma década. A Justiça deu ganho de causa
a Roberto Carlos e o livro "Roberto Carlos em Detalhes" foi retirado
das lojas ao final de fevereiro de 2007.[31] Em 27 de abril de 2007, após longa
audiência no Forum Criminal da Barra Funda, em São Paulo, foi determinado o recolhimento de
todos os exemplares do livro.[32] Em
junho, fez apresentações no Canecão. Além de participações especiais dos
cantores Gilberto Gil e Zeca
Pagodinho, dos jornalistas Nelson
Motta e Leda Nagle e atores e atrizes consagrados, o
repertório do show contou com a íntegra de"É Preciso Saber Viver", canção cujo
verso "se o bem e o mal existem" o cantor se recusava a
cantar fazia muito tempo, em função do TOC (Transtorno
Obsessivo-Compulsivo), de que falou descontraído e apontando melhoras.
Em 2008,
Roberto e Caetano Veloso fizeram juntos um show em
tributo a Antonio Carlos Jobim que foi registrado
no CD e DVD Roberto Carlos
e Caetano Veloso e a música de Tom Jobim. Nesse show participaram com eles Jaques Morelenbaum, Daniel
Jobim e Wanderlea. Na ocasião em que
completou 50 anos de carreira, em2009, iniciou uma turnê de comemoração de 50 anos,
cuja primeira apresentação foi em Cachoeiro de Itapemirim, sua cidade natal,
no dia em que completa 68 anos. O show foi no estádio do Sumaré, em 19 de abril daquele
ano. Em abril, aconteceu o show 'Elas Cantam Roberto - DIVAS', no Theatro Municipal de São Paulo, que
contou com a participação de grandes cantoras nacionais como Adriana Calcanhoto, Alcione, Ana Carolina, Claudia
Leitte, Daniela Mercury, Fafá de Belém, Fernanda
Abreu, Ivete Sangalo, Luiza Possi, Marina Lima, Mart'nália, Nana Caymmi, Paula
Toller, Rosemary, Sandy, Wanderléa, Zizi Possi e Hebe
Camargo e Marília
Pêra. Foi considerado pela Revista
Época um dos 100 brasileiros mais influentes do ano de 2009[33].
Em 17 de
março de 2010,gravou
o CD e DVD '"Emoções Sertanejas"' ao lado de artistas da música
sertaneja, como Paula Fernandes, Victor
& Leo, Bruno & Marrone, Tinoco, Chitãozinho & Xororó, Daniel,Leonardo, Martinha, entre
outros. O especial foi exibido pela Rede Globo no
dia 1º de abril do mesmo ano e lançado em CD e DVD
meses depois. Pela primeira vez desde 1974 Roberto Carlos fez um show ao vivo
na Praia de Copacabana no dia 25 de Dezembro
de 2010 para um público de 700.000 pessoas e transmitido ao vivo pela Rede
Globo. o show contou com participações especiais do grupo de pagodeExaltasamba,
dos sertanejos Bruno & Marrone e da cantora Paula
Fernandes, de Neguinho da Beija Flor e a bateria da escola
de Nilópolis (que levou em seu desfile a vida do Rei Roberto Carlos
para osambódromo no carnaval de 2011)
além de um coral de 200 crianças da comunidade da Rocinha.
Em 2011 a
Beija-Flor foi a grande campeã do Carnaval Carioca. Com o enredo "A simplicidade
de um rei", sobre a vida de Roberto Carlos. Com um desfile tecnicamente
perfeito, marca registrada da agremiação, a azul e branco contou com todo o
carisma do rei, que veio no último carro alegórico e levou a Marquês de Sapucaí
ao delírio. Ao final do desfile, Roberto Carlos disse que chorou e sorriu na
avenida.
Projeto Emoções
em Jerusalém
No segundo
semestre de 2011,
o cantor fará um grande show na cidade de Jerusalém.
O evento na cidade santa já está sendo anunciado desde o começo do mesmo ano.
Muitos dos fãs torcem para que um Blu-ray-DVD
Vida pessoal
Roberto Carlos
sempre manteve sua vida pessoal afastada dos holofotes e nunca permitiu a
exposição dos filhos. Em seu repertório, Roberto Carlos homenageou seus pais (Lady
Laura e Meu Querido, Meu Velho, Meu Amigo) e seus filhos (As Flores
do Jardim da Nossa Casa, Quando As Crianças Saírem de Férias e Fim
de Semana).
No período da Jovem
Guarda, ele possivelmente teve um caso passageiro com a modelo Maria Stella Splendore, então mulher do
famoso estilista Dener. Desta relação, há a possibilidade,
até hoje não confirmada, do cantor ser pai da filha de Maria Stella, Maria
Leopoldina Splendore Pamplona de Abreu. Isto teria sido o pivô da separação de
Dener e Maria Stella.[34]
Em 1968, ele casou-se em Santa Cruz de la Sierra (Bolívia),
com Cleonice Rossi Braga, falecida de câncer
de mama e câncer de pulmão, em 1990. Cleonice é mãe de
seus dois filhos, nascidos no Rio de Janeiro: Roberto Carlos Segundo, chamado
de Segundinho, mais conhecido como Dudu Braga, nascido em 1969, e Luciana,
nascida em 1971.
Segundinho nasceu com glaucoma de difícil tratamento e hoje tem menos da
metade da capacidade visual e anda sempre de bengala e acompanhado.[35]
Ele ainda
assumiu a paternidade de Ana Paula Rossi Braga, filha de um namoro de Cleonice
em que o pai do bebê não quis assumir. Roberto, então, por amor a esposa, se
apegou a filha dela e a registrou como sua filha legítima, colocando nela o seu
nome na certidão. Em 1979, o casamento com Cleonice se desfez, iniciando um romance
com a atriz Myrian Rios, com quem teve um casamento que duraria
onze anos. Não quiseram ter filhos.
Na década
de 1990, o cantor descobriu que o seu breve relacionamento com a modelo e
comerciante Maria Lucila Torres gerou um filho, Rafael Torres, que ele assumiu
como seu filho legítimo através de teste de paternidade. Na época, Maria Lucila
não quis revelar a Roberto que ele a tinha engravidado por vergonha, pois foi
um caso passageiro que tiveram. Ela sempre falava ao filho que Roberto era seu
pai e Rafael fez o teste para realizar o desejo da mãe Após alguns meses de ter
descoberto que Roberto era seu pai, Rafael perdeu a mãe: Maria Lucila morreu de
câncer de mama. Roberto, antes dela morrer, a tirou da casa miserável que vivia
com os três filhos, sendo só Rafael filho de Roberto, que a colocou em uma casa
melhor para ela viver até sua morte, que foi rápida e repentina.[36]
Em 1995, o cantor casou-se
com sua antiga namorada, a pedagoga Maria Rita Simões Braga - eles não quiseram
ter filhos. Eles se conheceram em 1977, já que a enteada
de Roberto Carlos apresentou a amiga ao padrasto, em um show do interior de São
Paulo, já que Ana Paula e Maria Rita estudaram juntas, mas o pai de Maria Rita
não aceitou a aproximação deles dois, por Roberto ser bem mais velho. Eles se
separaram e só voltaram a se reencontrar catorze anos depois, em 1991, quando começaram
a namorar.[35].
Em 1998, foi diagnosticado
câncer em todos os órgãos, oq ue fez Maria Rita sofrer muito internada. Ela
veio a falecer em dezembro de 1999, fato que abalou
profundamente Roberto Carlos.[37]
Em 17 de abril de 2010 morreu aos 96
anos Laura Moreira Braga, mãe de Roberto, a dois
dias de o Rei completar seu aniversário de 69 anos. A notícia da morte de sua
mãe foi dada durante uma apresentação que Roberto Carlos fez no Radio City
Music Hall, em Nova York. Ana Paula morreu em 16 de abril de 2011 nos braços do
marido, o guitarrista Paulo Coelho Soares, que toca na banda de Roberto. Ana
Paula faleceu de repente de parada cardíaca, o que causou muita tristeza a
Roberto Carlos.[38].
Roberto, muito arrasado, cancelou um show que faria em Vitória no dia de seu aniversário (19 de abril).[39]
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