Almir Eduardo
Melke Sater (Campo Grande, 14 de novembro de 1956) é
um violeiro, compositor, cantor e instrumentista brasileiro e
atuou em novelas como ator. Seu estilo caracteriza-se pelo experimentalismo e
sua música é descrita como folk. Agrega uma sonoridade tipicamente caipira da
viola de 10 cordas, o folk norte-americano e também com influências das
culturas fronteiriças do seu estado, como a música paraguaia e andina. E o resultado
é único, ao mesmo tempo reflete traços populares e eruditos, despertando
atenção de públicos diversos.
Com mais de 30
anos de carreira sólida e 10 discos solos gravados, Almir tornou-se um dos
responsáveis pelo resgate da viola de 10 cordas, sendo reinventada, o músico
acrescentou um toque mais sofisticado ao instrumento, estilos como blues e
rock, embalados pela pegada do folk, uma mistura de música folclórica, erudita
e popular, considerada atemporal. O seu último CD, 7 Sinais (2006), traz um
repertório eclético e inovador e conta com participações especiais dos
sanfoneiros Dominguinhos e Luiz Carlos Borges.
Nascido em
Campo Grande Mato Grosso do Sul desde os doze anos já
tocava viola e gostava do mato e sons da natureza. Aos vinte anos
mudou-se para o Rio de Janeiro para estudar Direito, mas
desistiu da carreira de Advogado, tornando-se um músico, motivado
inicialmente por escutar no Largo do Machado uma dupla
tocando viola caipira.
Dedicou-se ao
seu estudo de música, tendo Tião Carreiro como mestre. Retornou
a Campo Grande onde formou a dupla Lupe e Lampião com um
amigo, adotando Lupe como nome artístico.
Em 1979 foi
para São Paulo, onde iniciou um trabalho com sua conterrânea Tetê
Espíndola, acompanhando também a cantora Diana Pequeno.[1]
Gravou seu
primeiro disco em 1980, contando com a participação de Tetê
Espíndola, Alzira Espíndola e Paulo Simões. Fez parte
da Geração Prata da Casa no início dos anos 80, sendo uma das
principais atrações do movimento que juntou os maiores expoentes da música
sul-mato-grossense.
Em 1986,
juntamente com o parceiro Paulo Simões, com
o maestro e violinista Zé Gomes, o jornalista, crítico
e pesquisador Zuza Homem de Mello e do fotógrafo Raimundo Alves
Filho, inicou uma comitiva que explorou o Pantanal, realizando
registros fotográficos, pesquisando o modo de vida dos pantaneiros, de
maneira poética, enquanto percorriam
o Paiaguás, Nhecolândia, Piquiri, São
Lourenço e Abobral. Esse projeto, batizado de Comitiva
Esperança, resultou em um documentário co-produzido pelo próprio
artista juntamente com Paulo Simões.[2]
Em 1988 foi
escolhido por unaminidade pela crítica para participar da abertura do Free
Jazz Festival, em 1989, ao lado de nomes sagrados da música mundial. Dono
de um talento ímpar e versatilidade como cantor, compositor, violeiro e
instrumentista, sendo reconhecido como um dos artistas mais completos da música
brasileira. Único cantor do país a cantar em Nashville, nos Estados
Unidos, no mesmo ano (cidade considerada o berço da música
country americana).
Nos anos
90 ganhou dois prêmios Sharp com as canções "Moura"
(como melhor música instrumental e instrumentista) e "Tocando em
Frente" (esta considerada um "hino" motivacional da música brasileira).
Na mesma
década estréia como ator
na telenovela Pantanal (de Benedito Ruy Barbosa)
pela Rede Manchete em 1990. Na trama, Almir deu muito o que
falar por sua interpretação como Trindade, um peão misterioso. Em 1991 protagonizou,
ao lado de Ingra Liberato a novela A História de Ana Raio e Zé
Trovão, de Marcos Caruso, pela mesma emissora.
Paralelamente
na mesma época, Almir Sater estabeleceu ricas parcerias com Renato
Teixeira e Paulo Simões, que criou verdadeiras pérolas do cancioneiro
regional-popular. Com Sérgio Reis o artista fez parcerias somente em
novelas. Exímio violeiro, fez fama com seu estilo caracterizando-se pelo
experimentalismo, a utilização de diversas afinações diferentes e o
resgate da viola caipira de 10 cordas. Suas influências vão de Al
Jarreau Beatles a Pink Floyd às músicas fronteiriças com
seu estado MS como andina e paraguaia. Também toca violão folk de 12
cordas e charango. Os personagens vividos pelo ator possuíam essas
características similiares como em O rei do gado, de Benedito Ruy
Barbosa, pela Rede Globo, em 1996, onde seu personagem fazia dupla
com o personagem de Sérgio Reis, "Pirilampo & Saracura", tendo
gravado, inclusive, músicas na trilha sonora da novela.
Sua última
aparição como ator foi em 2006 na telenovela Bicho do Mato,
de Bosco Brasil e Cristianne Fridman (remake da
telenovela homônima, de Chico de Assis e Renato Corrêa e
Castro exibida pelaRede Globo em 1972), pela Rede Record,
em que interpretava a personagem Marian.[3][4]
Em 2010 o
artista foi um dos convidados para o especial e gravação do DVD "Emoções
Sertanejas", em homenagem aos 50 anos de carreira de Roberto Carlos. Sua
interpretação para a canção "O Quintal do Vizinho", contida e suave,
recebeu diversos elogios,sendo apontada por vários internautas como a mais
bonita apresentação.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Almir_Sater
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