Angenor de
Oliveira, mais conhecido como Cartola, (Rio de Janeiro, 11 de
outubro de 1908 — Rio de Janeiro, 30 de
novembro de 1980) foi um cantor,compositor e violonista brasileiro.
Considerado
por diversos músicos e críticos como o maior sambista da
história da música brasileira, Cartola nasceu no bairro do Catete, mas passou
a infância no bairro de Laranjeiras. Tomou gosto
pela música e pelo samba ainda moleque e aprendeu com o pai a tocar cavaquinho e violão.[1] Dificuldades
financeiras obrigaram a família numerosa a se mudar para o morro da Mangueira, onde então começava a
despontar uma incipiente favela.[2]
Na Mangueira,
logo conheceu e fez amizade com Carlos
Cachaça - seis anos mais velho - e outros bambas, e se iniciaria no
mundo da boemia,
damalandragem e
do samba.[2]
Com 15 anos,
após a morte de sua mãe, abandonou os estudos - tendo terminado apenas o primário.[1] Arranjou
emprego de servente de obra, e passou a usar um chapéu-coco para
se proteger do cimento que caía de cima. Por usar esse chapéu, ganhou
dos colegas de trabalho o apelido "Cartola".[2]
Junto com um
grupo amigos sambistas do morro, Cartola criou o Bloco dos Arengueiros,
cujo núcleo em 1928 fundou
a Estação Primeira de Mangueira. Ele
compôs também o primeiro samba para a escola
de samba, "Chega de Demanda". Os sambas de Cartola se
popularizaram na década de 1930, em vozes ilustres como Araci
de Almeida, Carmen Miranda, Francisco
Alves, Mário Reis e Silvio
Caldas.[2]
Mas no início
da década seguinte, Cartola desapareceu do cenário
musical carioca e
chegou a ser dado como morto. Pouco se sabe sobre aquele período, além do
sambista ter brigado com amigos da Mangueira[2],
contraído uma grave doença - especula-se que seja meningite[1] -
ter ficado abatido com a morte de Deolinda, a mulher com quem vivia.
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Cartola só foi
reencontrado em 1956 pelo jornalista Sérgio
Porto (mais conhecido como Stanislaw Ponte Preta), trabalhando como
lavador de carros emIpanema. Graças a Porto, Cartola
voltou a cantar, levando-o a programas de rádio e fazendo-o compor novos sambas
para serem gravados. A partir daí, o compositor é redescoberto por uma nova
safra de intérpretes.[1][2]
Em 1964, o sambista e sua
nova esposa, Dona Zica, abriram um restaurante na rua da Carioca, o Zicartola,
que promovia encontros de samba e boa comida, reunindo a
juventude da zona sul carioca e os sambistas do
morro. O Zicartola fechou as portas algum tempo depois, e o compositor
continuou com seu emprego público e compondo seus sambas.[2]
Em 1974, aos 66 anos,
Cartola gravou o primeiro de seus quatro discos-solo, e sua
carreira tomou impulso de novo com clássicos instantâneos como "As Rosas Não Falam", "O Mundo é um Moinho", "Acontece", "O
Sol Nascerá" (com Elton
Medeiros), "Quem Me Vê Sorrindo" (com Carlos
Cachaça), "Cordas
de Aço", "Alvorada" e "Alegria". No final da década
de 1970, mudou-se da Mangueira para uma casa em Jacarepaguá,
onde morou até a morte, em 1980.[2]
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