Byafra (que
até 1998 adotava o pseudônimo com 'i' - Biafra), nome
artístico de Maurício Pinheiro Reis, (Niterói, 15 de
outubro de 1957) é um cantor brasileiro.
Em 1970, enquanto o Brasil
ainda comemorava o tricampeonato mundial de futebol, surgia na cidade de
Niterói (Rio de Janeiro) a banda O Circo, que lançou Biafra
como vocalista. Seus maiores sucessos, "Leão Ferido" (incluído no
álbum Despertar - 1981) e "Sonho de
Ícaro" (incluído no álbum Existe Uma Idéia -1984), lhe renderam
dois Discos de Ouro. Compositor de muitos temas de novelas, lançou 14
álbuns, que venderam mais de meio milhão de cópias.
Suas músicas
também foram gravadas pelos maiores ídolos da MPB. Em 1998, antes do
lançamento do álbum Ícaro, trocou o "i" pelo "y" em seu nome artístico
(de Biafra para Byafra) para evitar aparecer na mesma página da guerra civil nigeriana nos
sites de busca da internet. Atualmente ainda mora em sua cidade natal.
O sobrado da
Rua Raul Pompéia, 37, em Niterói –
RJ, estremecia com as pancadas dos pedaços de cabo de vassoura sobre as latas
de tinta vazias. No comando da percussão, Byafra, que naquela época, aos 12
anos de idade, era apenas Maurício, filho caçula de uma família de três irmãos.
No segundo andar, sua avó, Dona Aura, tentava em vão dormir um pouco depois do
almoço. Impossível: o ruído invadia o quarto apesar das portas e janelas
fechadas. O pior é que essa cena se repetia todos os dias.
Mulher
inteligente e de grande vocação diplomática, Dona Aura percebeu que o problema
não se resolveria com uma simples bronca no neto ou com meia dúzia de gritos.
Num belo dia, a senhora entra na garagem e interrompe o solo de percussão com
um presente: uma bela flauta doce, acompanhada de um certificado de inscrição
num curso de música, para aprender o instrumento. A única coisa que Dona Aura
não sabia, é que além de resolver o seu problema, também estava proporcionando
o início da carreira de um dos mais queridos artistas da música popular
romântica do Brasil.
No dia em que
Byafra nasceu, os americanos perdiam o sono com o Sputnik (primeiro
satélite feito pelo homem) lançado 11 dias antes pelos soviéticos e que
sobrevoava Nova York seis vezes por dia. Três meses depois do nascimento do
cantor, o clube que viria a ser uma de suas grandes paixões, o Botafogo, comemorava um dos maiores
campeonatos de sua história, após golear o Fluminense na final por 6X2. No
Planalto Central, o presidente Juscelino Kubitschek acelerava seus
candangos para inaugurar Brasília dentro
do prazo.
No mundo da
música, Elvis Presley dava as cartas no cenário
internacional e no Brasil, a Bossa Nova ainda
engatinhava. Os fenômenos que iriam forjar a personalidade musical de Byafra
ainda estavam em gestação. A salada formada por Beatles, Roberto
Carlos, Caetano Veloso, Pink Floyd, Fagner e Novos
Baianos - algumas de suas principais influências – estava apenas sendo
preparada para entrar no cardápio dos anos 60.
Desde que
recebeu a flauta das mãos da Dona Aura, Byafra passou a se alimentar de música
todos os dias. A vontade de cantar o levou ao Coral do Centro Educacional de
Niterói, comandado pelo Maestro Hermano Soares de Sá. Logo, estaria embarcando
com seus colegas de Coro para várias apresentações incluindo uma participação
internacional no Festival de Aberdeen, na Escócia,
para cantar peças deVilla-Lobos. Foi nessa época, por ser muito magro, que
recebeu dos colegas de escola o apelido que viria a adotar como nome artístico.
Na metade dos
anos 70, a carreira musical já era seu principal projeto de vida. E foi nessa
época que nasceu O Circo, banda que teve rápido sucesso em apresentações em
Niterói e no interior do Estado do Rio. Como principal vocalista do grupo,
Byafra começou a ganhar intimidade com os palcos. E foi acompanhado por seus
colegas de O Circo, que Byafra entrou pela primeira vez no velho estúdio da CBS
(hoje Sony
Music), na Praça da República, centro do
Rio de Janeiro, para gravar seu primeiro álbum, na época editado em LP e
cassete.
Lançado em
1979, “Primeira Nuvem” foi rapidamente adotado pelas rádios
de todo o Brasil. Uma das canções, composta pelo próprio Byafra e por Luiz
Eduardo Farah, transformou-se em grande sucesso: “Helena”. Poucas semanas
depois de introduzida nas rádios, essa faixa ganhou popularidade ainda maior ao
ser incluída na trilha sonora da novela Marron
Glacê, da Rede Globo. Esta mesma emissora iria, ao longo dos anos,
solicitar mais sete músicas de Byafra para suas novelas (ver lista abaixo),
identificando suas canções com vários personagens famosos.
Já em seu
terceiro álbum – “Despertar” (1981) Byafra recebe seu primeiro Disco
de Ouro ao superar 100 mil cópias vendidas, impulsionada pelo impressionante
sucesso rediofônico de “Leão Ferido” (Byafra e Dalto), música mais
executada pelas emissoras brasileiras no ano de seu lançamento e que mais tarde
receberia novas interpretações de artistas como Simone.
Em 1984, mais
um Disco de Ouro em seu álbum de estréia na gravadora Ariola, hoje com seu
catálogo incorporado à Universal. Dessa vez, a música que explodiu nas paradas
de todo o Brasil, foi “Sonho de Ícaro” (Piska e Cláudio Rabello).
Desde esse
início vitorioso até hoje, Byafra jamais deixou de ter suas canções cantadas e
lembradas por fãs de todas as gerações. São ao todo 12 álbuns inéditos e duas
compilações que compõem um capítulo importante da Música Popular Brasileira. Como compositor Byafra
registrou sua obra na voz de grandes artistas como Roberto Carlos, Ney
Matogrosso, Simone, Chitãozinho & Xororó, Chrystian
& Ralf, Rosana, Xuxa, Angélica, Danilo
Caymmi e muitos outros.
No dia 8 de
setembro de 2009 foi lançado um vídeo no site youtube no
qual Byafra é atingido involuntariamente por um parapente enquanto cantava para
uma gravação de TV, a música de seu maior sucesso, Sonho de Ícaro, no Rio
de Janeiro. Um episódio cômico da vida de Byafra, que encarou a situação
com muito bom humor.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Byafra
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