Dupla formada
pelas irmãs Mary Zuil Galvão - Ourinhos, SP-1940, e Marilene Galvão - Palmital,
SP-1942.
Já na
infância, as duas irmãs iniciaram contato com a música. Marilene aprendeu a
tocar viola e violão e Mary, sanfona. Mary começou a cantar aos seis anos e
Marilene um ano depois.
Em 1947,
incentivadas pelo pai, apresentaram-se em Sapezal, interior de São Paulo, onde
moravam. Com o apoio da família, as meninas passaram a se apresentar em
programas de auditório na Rádio Marconi, em Paraguaçu Paulista, levantando
admirações. Quase dois anos depois passaram a atuar no programa "Pingo de
gente", na Rádio Difusora de Assis (SP), com o salário de 20 cruzeiros
mensais. Em 1950, foram contratadas pela Rádio Clube Maringá.
Em 1952, foram
para São Paulo com os pais, convidadas por Miguel Leuzi, radialista
incentivador da música cabocla. O convite introduziu a dupla no programa
"Torre de Babel", da Rádio Piratininga. As irmãs começaram no
programa a atuar ao lado de artistas já famosos como Nélson Gonçalves e Dolores
Duran. No mesmo período também atuaram no programa "Tenda de
Salomão", da mesma emissora. Foram então contratadas pela Rádio Nacional
de São Paulo e passaram a se apresentar em programas da emissora e associadas,
como "Ronda dos bairros" e "Caravana de alegria",
transmitidos do Cine Oásis.
Ainda em 1952,
estrearam na Rádio Bandeirantes no programa "Serra da Mantiqueira",
com o comando de Biguá e Capitão Barduíno. Encontraram os ídolos que costumavam
ouvir antes com o pai pela Rádio Record, única emissora da capital que
alcançava o interior: Cascatinha e Inhana, Serrinha, Caboclinho e Riellinho e
Tonico e Tinoco, já renomados artistas. No mesmo ano foram convidadas a gravar
por Biguá, encarregado do setor sertanejo da RCA. Uma das canções escolhidas
para o disco foi "Não me abandones", de Zacarias Mourão e Zé do
Rancho.
Em 1953, foram
para a Rádio Cultura e receberam do animador Osvaldo Soares, do programa
"Domingo alegre", o slogan: "Uma sanfona, um violão, duas jovens
criativas que formam o duo Irmãs Galvão". Em 1955 gravaram "Rincão
guarany" e "Carinha de anjo". Após rápida passagem pela Rádio
América, foram contratadas pela Rádio Bandeirantes, lá permanecendo por 10
anos.
Em 1959
gravaram na Chantecler os boleros mambo "Povo", de Valdez e Carlos
Américo e "Filhinho teu", de Moreninho e Bom Junior. No mesmo ano
alcançaram sucesso com a guarânia "Quero beijar-te as mãos", de
Arsênio de Carvalho e Lourival Faissal. Em 1960 gravaram na Philips os boleros
"Pressentimento", de Nízio e "Triste abandono", de J. M.
Alves e Zacarias Mourão. Na Bandeirantes, as Irmãs Galvão incursionaram em
interpretações do repertório da MPB, acompanhadas por Sílvio Mazzuca e sua
Orquestra, sem jamais abandonar o gênero sertanejo.
Em 1962
gravaram na RCA, de Nhô Filho o rasqueado "Fim de baile", de Nonô
Basílio, o bolero "Grande verdade" e de Jeca Mineiro a cançao
rancheira "Sorriso amargo".
Em 1963
gravaram o corrido "Fronteiriça", de Jesus Ramos e Ariovaldo Pires e
a guarânia "Pecado loiro", de Biá e Zacarias Mourão.
Em 1973,
afastaram-se da vida artística, retornando em 1979 com o LP
"Riozinho", com o qual venceram o Festival Nacional de Música
Sertaneja. No mesmo ano gravaram "Pinho sofredor", de Ariovaldo Pires
e Fêgo Camargo. Abertas às novas tendências da música regional, foram a
primeira dupla a gravar lambada, recebendo um disco de ouro com a música
"No calor dos teus braços", de Nicério Drumond e Cecílio Nenna, em
1986.
Em 1992,
lançaram um novo LP pela Warner, com a produção de Paulo Debétio, em que
interpretavam composições de Chico Buarque, Vinícius de Morais, Baden Powell,
João Bosco e Raul Seixas, ao lado de José Fortuna, Paulo Debétio e outros
compositores sertanejos. Esse disco foi o 51º das Irmãs Galvão, também lançado
em CD. Neste disco estão sucessos que marcaram época, como "Meu primeiro
amor", "Negue" e "As rosas não falam".
Em 1993,
receberam o Prêmio Sharp de Melhor Dupla Sertaneja do Ano. As Irmãs Galvão são
a mais antiga dupla sertaneja feminina em atividade no Brasil. Comemorou seus
50 anos de carreira com um show no Parque da Água Branca, em São Paulo,
contando com mais de 6 mil pessoas, sendo homenageadas por Tonico e Tinoquinho,
Sula Miranda e Cézar e Paulinho, entre outros. Destacam-se em sua longa
carreira, discos como "Lembrança", pela Warner, "Olhos de
Deus", pela Continental East West, incluindo a moda de viola "Rei do
gado", de Teddy Vieira, o bolero "Pedaço de mim", de Elias
Muniz, a toada "Cheiro de relva", de José Fortuna e Dino Franco, e o
pagode "As três maravilhas", de Moacyr dos Santos e Paraíso, além da
faixa "Olhos de Deus", de Fátima Leão. Destacam-se também sucessos
como "Coração laçador", de Carlos Puppy, e a guarânia
"Pedacinhos", de Carlos Randall.
Nos anos 1990
apresentaram-se diversas vezes em programas como "Viola minha viola",
de Inezita Barroso e "Família sertaneja", de Marcelo Costa. Em 1996
gravaram "Pai João", de Tião Carreiro e Zé Carreiro no CD
"Saudades de Tião Carreiro", lançado pela Warner. Em 1999
participaram no programa "Viola minha viola", de especial em
homenagem ao compositor João Pacífico, de quem gravaram algumas composições.
Em 2002
lançaram pela Chantecler o CD "As Galvão", no qual interpretam, entre
outras, "Triste berrante", de Adalto Santos, "Tristeza do
Jeca", de Angelino de Oliveira, "Beijinho doce", de Nhô Pai,
"Chalana", de Ma'rio Zan e Arlindo Pinto e "Cabocla
Tereza", de João Pacífico e Raul Torres. Por essa época, passaram a adotar
o nome artístico de "As Galvão". Sempre apresentando-se em diversos
programas de rádio e TV, em 2007, foram convidadas de Inezita Barroso, a
participarem da edição do programa "Viola, minha viola", comemorativa
do aniversário da cantora/apresentadora. Na ocasião, apresentaram-se com Mário
Campanha, que trabalha com elas desde 1981 e interpretaram "Amor e
felicidade", de Zacarias Mourão e Goiá e "Manhã de Amor", de
José Fortuna e Carlos César. No mesmo ano, apresentaram-se no programa
"Terra Nativa", comandado pela dupla Guilherme e Santiago, na TV
Bandeirantes. Na ocasião, emocionaram o público interpretando "Cheiro de
relva", José Fortuna, "Cabecinha no obro", de P. Borges,
"Meu primeiro amor", de José Fortuna e Pinheirinho, entre outras.
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