Clara
Francisca Gonçalves Pinheiro, conhecida como Clara Nunes (Paraopeba[nota 1], 12 de
agosto de 1942[2][1] — Rio de Janeiro, 2 de abril de 1983), foi uma cantora brasileira,
considerada uma das maiores intérpretes do país. Pesquisadora da música popular brasileira, de seus ritmos
e de seu folclore,
Clara também viajou várias vezes para a África,
representando o Brasil. Conhecedora das danças e
das tradições afro-brasileiras, ela se converteu à umbanda. Clara
Nunes seria uma das cantoras que mais gravariam canções dos compositores da Portela,
sua escola do coração. Também foi a primeira cantora brasileira a vender mais
de 100 mil cópias, derrubando um tabu segundo o
qual mulheres não vendiam discos.
Biografia
Caçula dos
sete filhos do casal Manuel Ferreira de Araújo e Amélia Gonçalves Nunes, Clara
Nunes nasceu no interior de Minas
Gerais, no distrito de Cedro - à época pertencente ao município de Paraopeba e
depois esse distrito virou cidade e foi emancipado com o nome de Caetanópolis,
onde viveu até os 16 anos.
Marceneiro na
fábrica de tecidos Cedro & Cachoeira, o pai de Clara era conhecido
como Mané Serrador e também era violeiro e
participante das festas de Folia
de Reis. Mas Manuel morreu em 1944 e, pouco
depois, Clara ficaria também órfã de mãe e acabaria sendo criada por sua irmã
Dindinha (Maria Gonçalves) e o irmão José (conhecido como Zé Chilau). Naquela
época, Clara participava de aulas decatecismo na
matriz da Cruzada Eucarística. Lá também cantava ladainhas em latim no coro da igreja.
Segundo as
suas próprias palavras, cresceu ouvindo Carmem
Costa, Ângela Maria e, principalmente, Elizeth
Cardoso e Dalva de Oliveira, das quais sempre teve muita
influência, mantendo, no entanto, estilo próprio. Em 1952, ainda menina,
Clara venceu seu primeiro concurso de canto organizado em sua cidade,
interpretando "Recuerdos de Ypacaraí". Como prêmio, ganhou um vestido azul. Aos 14 anos,
Clara ingressou como tecelã na fábrica Cedro & Cachoeira, a mesma para
o qual seu pai trabalhou.
Teve que se
mudar para Belo Horizonte, indo morar com a irmã Vicentina e o
irmão Joaquim, por causa do assassinato de um namorado, cometido em 1957 por seu irmão
Zé Chilau. Na capital mineira, Clara trabalhou como tecelã durante o dia e fez
o curso normal à noite. Aos finais de semana, participava dos ensaios do Coral
Renascença, na igreja do bairro onde morava. Naquela época, conheceu o violonistaJadir
Ambrósio, conhecido por ter composto o hino do Cruzeiro. Admirado com a voz da jovem de 16
anos, Jadir levou Clara a vários programas de rádio, como "Degraus da
Fama", no qual ela se apresentou com o nome de Clara Francisca.
Mudança de nome
No início da década
de 1960, Clara conheceu também Aurino Araújo (irmão de Eduardo
Araújo), que a levou para conhecer muitos artistas. Aurino também seria seu
namorado durante dez anos. Por influência do produtor
musical Cid Carvalho, mudou o nome para Clara Nunes, usando o
sobrenome da mãe. Quando solteira se chamava Clara Francisca Gonçalves de
Araújo, depois de casada que adotou o sobrenome Pinheiro.
Em 1960, já com o nome de
Clara Nunes e ainda como tecelã, ela
venceu a etapa mineira do concurso "A Voz de Ouro ABC", com a
música "Serenata do Adeus", composta por Vinicius de Moraes e gravada anteriormente
por Elizeth Cardoso. Na final nacional do concurso
realizada em São Paulo, Clara Nunes obteve o terceiro
lugar com a canção "Só Adeus" (de Jair Amorim e Evaldo
Gouveia).
A partir daí,
Clara Nunes começou a cantar na Rádio Inconfidência de Belo
Horizonte. Durante três anos seguidos foi considerada a melhor cantora de
Minas Gerais. Ela também passou a se apresentar como crooner em
clubes e boates na
capital mineira e chegou a trabalhar com o então baixista Milton
Nascimento - àquela altura conhecido como Bituca.
Naquela época,
fez sua primeira apresentação na televisão,
no programa de Hebe Camargo em Belo Horizonte. Em 1963, Clara Nunes
ganhou um programa exclusivo na TV Itacolomi, chamado "Clara
Nunes Apresenta" e exibido por um ano e meio. No programa se
apresentavam artistas de reconhecimento nacional, entre os quais Altemar
Dutra e Ângela Maria.[3]
Viveu em Belo
Horizonte até 1965,
quando se mudou para a cidade do Rio
Os primeiros discos
Já no Rio de
Janeiro, Clara Nunes se apresentava em vários programas de televisão, como José
Messias, Chacrinha, Almoço
com as Estrelas e Programa de Jair do Taumaturgo. Antes de aderir ao samba, Clara cantava
especialmente boleros.
Além de emissoras de rádios e televisão, ela também percorreu escolas
de samba, clubes e casas noturnas nos subúrbios cariocas.
Ainda em 1965, ela passou por um
teste como cantora na gravadora Odeon, onde registrou pela primeira vez a sua voz em um LP. O disco
foi lançado pela Rádio Inconfidência (onde Clara trabalhou quando
morava em Belo Horizonte) e contava com a participação de outros artistas,
todos da Odeon.
No ano seguinte, Clara foi
contratada por esta gravadora, a primeira e a única em toda a sua vida. Naquele
mesmo ano, foi lançado o primeiro LP oficial da cantora, "A Voz
Adorável de Clara Nunes". Por insistência da gravadora para que ela
interpretasse músicas românticas, Clara apresentou neste álbum um repertório de
boleros e sambas-canções, mas o LP foi um fracasso comercial. Em 1968, Clara Nunes
gravou "Você Passa e Eu Acho Graça", seu segundo disco na
carreira e o primeiro onde cantaria sambas. A faixa-título (de Ataulfo
Alves e Carlos Imperial) foi seu primeiro grande sucesso
radiofônico.
No ano seguinte, a Odeon
lançou "A Beleza Que Canta", LP no qual a cantora interpretou "Casinha
Pequena", uma canção de domínio público. Ainda em 1969, Clara Nunes ganhou
o primeiro lugar no "I Festival da Canção Jovem de Três Rios" com
a música "Pra Que Obedecer" (de Paulinho
da Viola e Luís Sérgio Bilheri) e
ainda classificou a canção "Encontro" (de Elton
Medeiros e Luís Sérgio Bilheri) na terceira colocação. Ficou em oitavo
lugar no "IV Festival Internacional da Canção Popular" com
a música "Ave Maria do Retirante" (de Alcyvando
Luz e Carlos Coqueijo), que foi lançada naquele mesmo ano
em disco homônino.
Afirmação no samba
Em 1970, Clara Nunes se
apresentou em Luanda,
capital angolana,
em convite de Ivon Curi. No ano seguinte, a cantora
gravou seu quarto LP, no qual interpretou "É Baiana" (de
Fabrício da Silva, Baianinho, Ênio Santos Ribeiro e Miguel Pancrácio), música
que obteve considerável sucesso no carnaval de 1971, e "Ilu Ayê", samba-enredo da Portela (de
autoria de Norival Reis e Silvestre Davi da Silva). Na capa do álbum, a cantora
mineira fez um permanente nos cabelos pintados de vermelho e passou a partir
daí a se vestir com roupas que remetiam às religiões afro-brasileiras.
Em 1972, Clara se firmou
como cantora de samba com
o lançamento do álbum "Clara Clarice Clara". Com arranjos e
orquestrações do maestro Lindolfo Gaya e com músicos
como o violonista Jorge da Portela e Carlinhos do Cavaco, o disco teve como
grandes destaques as canções "Seca do Nordeste" (um
samba-enredo da escola de samba Tupi de Brás de Pina), "Morena
do Mar" (de Dorival Caymmi),"Vendedor de Caranguejo" (de
Gordurinha), "Tributo aos Orixás" (de Mauro Duarte, Noca e
Rubem Tavares) e a faixa-título "Clara Clarice Clara" (de Caetano
Veloso e Capinam). Ainda naquele ano, Clara Nunes se apresentou no "Festival
de Música de Juiz de Fora" e gravou um compacto simples da música "Tristeza,
Pé no Chão" (de Armando Fernandes), que vendeu mais de 100 mil
cópias.
A Odeon lançou
em 1973 o
disco "Clara Nunes". Naquele mesmo ano, a cantora estreou com Vinicius de Moraes e Toquinho o
show "O poeta, a moça e o violão" no Teatro Castro Alves,
em Salvador. Também em 1973, Clara foi convidada pela Radiotelevisão Portuguesa para
fazer uma temporada em Lisboa. Depois, percorreu alguns outros países da Europa, como a Suécia, onde
gravou um especial ao lado da Orquestra Sinfônica de Estocolmo para a TV local.
Sucesso comercial
Clara Nunes
integrou a comissão que representou o Brasil no "Festival
do Midem", em Cannes, em 1974. Por lá, a Odeon lançou somente para o público europeu o
disco "Brasília", que foi base para o LP"Alvorecer".
Este álbum emplacou grandes sucessos como "Contos de Areia" (de
Romildo S. Bastos e Toninho Nascimento), "Menino Deus" (de Mauro
Duarte e Paulo César Pinheiro) e "Meu Sapato
Já Furou" (de Mauro Duarte e Elton
Medeiros).[4] O
LP bateu recorde de vendagem para cantoras brasileiras, com mais de 300 mil
cópias vendidas, um feito nunca antes registrado no Brasil. Ainda em 1974, a
cantora atuou (ao lado de Paulo
Gracindo), em "Brasileiro Profissão Esperança", espetáculo
de Paulo
Pontes, referente à vida da cantora e compositora Dolores
Duran e do compositor e jornalista Antônio
Maria. O show ficou em cartaz no Canecão até 1975 e gerou o
disco homônimo.
Também em
1975, a Odeon lançaria ainda o LP "Claridade". Com grandes
sucessos como "O Mar Serenou" (de Candeia) e "Juízo
Final" (de autoria de Nelson
Cavaquinho e Élcio Soares), este álbum se
tornou o maior sucesso da carreira da cantora, batendo o recorde de vendagem
feminina e alavancando o samba-enredo da Portela na
avenida, "Macunaíma, Herói da Nossa Gente" (de autoria de
Norival Reis e Davi Antônio Correia), com o qual a escola classificou-se em 5º
lugar no Grupo 1. Ainda naquele ano, Clara se casou com o poeta, compositor e produtor Paulo
César Pinheiro e percorreu vários países daEuropa em
turnê.
Clara Nunes
gravou o LP "Canto das Três Raças" em 1976. Além da
faixa-título (de Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro), grande sucesso na
carreira da cantora, o disco contava ainda com "Lama" (de Mauro
Duarte), "Tenha Paciência" (de Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito), "Riso e
Lágrimas" (de Nelson Cavaquinho, Rubens Brandão e José Ribeiro), "Fuzuê" (de
Romildo e Toninho) e "Retrato Falado" (de Eduardo Gudin e
Paulo César Pinheiro).
Em 1977, a Odeon lançou o
disco "As Forças da Natureza", um álbum mais dedicado ao partido
alto. O LP teve como principais destaques a faixa-título (de João Nogueira
e Paulo César Pinheiro), "Coração Leviano" (de Paulinho
da Viola) e "Coisa da Antiga" (de Wilson Moreira e Nei
Lopes). O disco ainda contou com a participação de Clementina de Jesus na faixa "PCJ-Partido
da Clementina de Jesus" (de Candeia) e lançou "À Flor da
Pele", primeira composição de Clara (feita em parceria com Maurício
Tapajós e Paulo César Pinheiro).
Em 1978, foram lançados os
álbuns "Guerreira", no qual Clara interpretou vários ritmos
brasileiros além do samba - sua marca registrada -, e "Esperança",
com destaque para a faixa "Feira de Mangaio" (deSivuca e Glorinha
Gadelha). Ainda naquele ano, participou do LP "Vida boêmia",
de João Nogueira, no qual interpretou "Bela
Cigana" (de João Nogueira e Ivor
Lancellotti), e esteve - ao lado de Chico
Buarque,Maria Bethânia e outros artistas - no show do
Riocentro, que marcaria a história política brasileira devido à explosão de uma
bomba.
Em 1979, Clara participou
do LP "Clementina", de Clementina de Jesus. Naquele mesmo ano, a
cantora mineira se submetia a uma histerectomia (remoção
do útero),
após sofrer três abortos espontâneos, por causa dos miomas que
possuía no útero. Também carregava problemas desse tipo desde a infância. Ela
tentou de todos os métodos e não obtinha respostas. Por nutrir obsessão pela maternidade,
a impossibilidade de ser mãe a fez sofrer muito, causando a Clara Nunes fortes
abalos emocionais, superados pela entrega absoluta à carreira artística, a
fazendo compor músicas belíssimas e de intensa carga emocional.[5]
Últimos anos de vida
Em 1980, Clara Nunes
gravou o álbum "Brasil Mestiço", que fez sucesso nas emissoras
de rádio de todo o país com "Morena
de Angola" (composta por Chico
Buarque), "Brasil Mestiço, Santuário da Fé" (de Mauro
Duarte e Paulo César Pinheiro), "Peixe com Coco" (de
Alberto Lonato, Josias e Maceió do Cavaco), "Última Morada" (de
Noca da Portela e Natal) e "Viola de Penedo" (de Luiz
Bandeira). Ainda naquele ano, a cantora participou dos LPs "Cabelo de
Milho" (de Sivuca) e "Fala Meu Povo" (de Roberto
Ribeiro), e viajou para Angola representando o Brasil ao lado
de Elba
Ramalho, Djavan, Dorival
Caymmi e Chico Buarque, entre outros.
Gravou em 1981 o LP "Clara",
com grande sucesso para a música "Portela na Avenida" (de
Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro), com a participação especial da Velha Guarda da Portela nesta faixa, e
estreou o show "Clara Mestiça" (dirigido por Bibi
Ferreira). Ainda naquele ano, a Odeon lançou uma coletânea intitulada "Sucesso
de Ouro".
Em 1982, a Odeon lançaria "Nação",
o último álbum de estúdio da cantora. O LP teve como destaques a faixa-título
(de João Bosco, Aldir Blanc e Paulo
Emílio), "Menino Velho" (de Romildo e Toninho),"Ijexá" (de Edil
Pacheco), "Serrinha" (de Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro) - uma homenagem dos
compositores à escola de samba Império Serrano e ao Morro da
Serrinha, reduto do jongo, situadas em Madureira, subúrbio carioca. Ainda naquele
ano, Clara se apresentou na Alemanha ao lado de Sivuca e Elba Ramalho e participou
do LP "Kasshoku", lançado no Japão pela
gravadora Toshiba/EMI, gravando um especial para a emissora de TV NHK.
Morte polêmica
Ver artigo principal: Morte de Clara Nunes
Em 5 de março de 1983, Clara Nunes se
submeteu a uma aparentemente simples cirurgia de varizes, mas a
cantora acabou tendo uma reação alérgica a um componente do anestésico. Clara
sofreu uma parada cardíaca e permaneceu durante 28 dias internada na UTI da Clínica São
Vicente, no Rio de Janeiro. Neste ínterim, a cantora
foi vítima de uma série de especulações que circulavam na mídia sobre
sua internação, entre elas "inseminação artificial, aborto, tentativa
de suicídio, surra de seu marido Paulo César Pinheiro", porem ha quem diga
que Clara Nunes teria sido vitima de trabalhos espirituais realizados pelo
bruxo Tio Chico,[6] em
episódio semelhante ao ocorrido na morte de Elis Regina, no ano anterior.
Na madrugada
do sábado de Aleluia de 2 de abril de
1983, a poucos meses de completar 40 anos, Clara Nunes entrou oficialmente em
óbito, vítima de um choque anafilático. A sindicância aberta pelo
Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro na época foi arquivada, o que
geraria por muitos anos suspeitas sobre as causas da morte da cantora. O corpo
da cantora foi velado por mais de 50 mil pessoas na quadra da escola
de samba Portela. O sepultamento no Cemitério São João Batista foi
acompanhado por uma multidão de fãs e amigos. Em sua homenagem, a rua em
Madureira onde fica a sede da Portela, sua escola de coração, recebeu seu nome.
Após a morte
Em 1986, a Velha Guarda da Portela interpretou "Flor
do Interior" (de Manacéa),
uma das muitas músicas feitas em homenagem à Clara Nunes, no disco "Doce
Recordação" - produzido por Katsunori Tanaka e lançado no Japão. Outro
compositor, Aluízio Machado (da Império
Serrano), também compôs a música "Clara" em homenagem à
cantora. Em 1988,
Maria Gonçalves (irmã mais velha de Clara Nunes, que passou a criar a cantora
quando esta tinha apenas quatro anos) reuniu várias peças do vestuário,
adereços e objetos pessoais da cantora, e criou uma sala que abriga o acervo de
sua obra em um espaço físico com cerca de 120 metros, anexado à creche que leva
o seu nome em Caetanópolis.
Em 1989, a gravadora EMI-Odeon produziu a
coletânea "Clara Nunes, O Canto da Guerreira".[7] Também
naquele ano, o selo WEA lançou
para o mercado estadunidense o álbum "O Samba: Brazil
Classics 2", com vários artistas e incluindo Clara Nunes.
Três anos
depois, a EMI-Odeon lançou "Série 2 em 1", compilação em CD de dois LPs: "Brasil
Mestiço" e "Nação", e a gravadora norte-americana
World Pacific lançou "Best of Clara Nunes" no mercado dosEstados
Unidos. Em 1993,
o selo Som
Livre lançou "Clara Nunes - 10 anos" - em
lembrança ao décimo aniversário de morte da cantora - e a EMI-Odeon lançou pela "Série
2 em 1" os discos "Adoniran Barbosa" e "Adoniram
Barbosa e Convidados", este último também contou com a participação de
Clara Nunes. Esta mesma gravadora lançaria em 1994 as coletâneas "O
Canto da Guerreira", "O Canto da Guerreira Volume 2" e "Meus
Momentos". Também naquele ano, a gravadora Saci lançou o álbum "Homenagem
a Mauro Duarte", que contou com a voz de Clara Nunes, uma de suas maiores
amigas e a sua principal intérprete.
Em 1995, a Odeon lançou "Clara
Nunes com Vida", álbum produzido por Paulo César Pinheiro e José Milton, no
qual foram acrescidas as vozes de outros artistas - Emílio
Santiago, Martinho da Vila, Chico
Buarque, Nana Caymmi, Roberto
Ribeiro, João Bosco, Elba
Ramalho, Gilberto Gil, Milton
Nascimento, Alcione, Marisa
Gata Mansa, Paulinho da Viola, Ângela
Maria e João Nogueira - fazendo duetos com Clara Nunes,
e "O Talento de Clara Nunes", outra coletânea.
Em No ano seguinte, a
EMI-Odeon reeditou a obra completa de Clara Nunes, que incluíam 16 discos com
as capas reproduzidas do original, remasterizados no Estúdio Abbey Road, em Londres,
considerado o melhor do mundo. Três anos depois, a cantora Alcione gravou "Claridade",
uma álbum com os maiores sucessos da carreira da amiga. Em 2001, foi apresentado
no teatro do Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro, o musical "Clara
Nunes Brasil Mestiço", e no ano seguinte foi lançado o livro "Velhas
Histórias, Memórias Futuras" de Eduardo Granja Coutinho, no qual o
autor faz várias referências à cantora.
Em comemoração
aos seus 60 anos, que seriam completados em 2003, a gravadora
DeckDisc lançou "Um Ser de Luz - Saudação à Clara Nunes", álbum
produzido por Paulão Sete Cordas e
que contou a participação de diversos artistas interpretando parte de seu
repertório, como Mônica Salmaso ("Alvorecer"), Élton
Medeiros ("Lama"), Rita
Ribeiro ("Morena de Angola"), Mar'tnália ("Ijexá"), Fafá de Belém("Sem Compromisso"), Renato Braz ("Menino
Deus" e "Nação"), Falamansa ("Feira
de Mangaio"), Monarco e Velha Guarda da Portela ("Peixe com
Coco"), Cristina Buarque ("Derramando
Lágrimas"), Dona Ivone Lara ("Juízo Final"), Nilze
Carvalho ("A Deusa dos Orixás"), Teresa
Cristina ("As Forças da Natureza"), Pedro Miranda ("Candongueiro"), Alfredo Del Penho ("Coisa
da antiga"), Wilson Moreira ("O Mar Serenou"), Helen Calaça ("Basta um
Dia") e ainda participações de Seu Jorge, Walter
Alfaiate e Elza Soares, entre outros.[8]
No ano seguinte, a mesma
gravadora lançou "Clara Nunes canta Tom e Chico", coletânea na
qual compilou algumas gravações de discos anteriores da cantora, entre elas "Apesar
de Você", "Umas e Outras", "Desencontro", "Morena
de Angola" e "Novo Amor" (todas de Chico
Buarque), "Insensatez" e "A Felicidade" (de Tom Jobim e Vinícius de Moraes), além de "Sabiá" (da
dupla Tom e Chico).
Em 2006 foi
encontrada mais uma interpretação inédita de Clara Nunes. A composição "Quem
Me Dera" (de Maurício Tapajós e Hermínio Bello de Carvalho) foi
incluída no álbum póstumo de Maurício Tapajós, "Sobras Repletas",
que também trouxe uma outra composição, também em sua homenagem, desta vez
feita em sua homenagem, "Surdina" (de Maurício Tapajós e
Cacaso). Em 2007,
o jornalista Vagner Fernandes lançou a biografia "Clara
Nunes - Guerreira da Utopia", que trouxe entrevistas com vários
compositores e intérpretes, entre os quais Chico Buarque, Paulinho da Viola,
Alcione, Hermínio Bello de Carvalho, Hélio
Delmiro, Milton Nascimento, Monarco e Paulo César Pinheiro, além de
familiares e amigos.[5][6][9][10]
Festival
Cultural Clara Nunes - Em agosto de 2006 a Prefeitura Municipal de
Caetanópolis-MG lançou o 1º Festival Cultural Clara Nunes, com o objetivo de
desenvolver a cultura no município e região, e também resgatar a obra da
cantora. O Festival Cultural Clara Nunes faz parte dos eventos culturais da
cidade e todo ano é realizado no mês de agosto, mês de nascimento de Clara
Nunes. Em 4 de agosto de 2007, na abertura do 2º Festival, a Prefeitura
Municipal de Caetanópolis inaugurou a Casa de Cultura Clara Nunes, onde havia
sido o cinema da cidade e onde a Clara se apresentou pela primeira vez. A Casa
de Cultura Clara Nunes, administrada pela Secretaria Municipal de Cultura, é
local onde se realizam oficinas de dança, música, pintura e teatro, oferecidas
gratuitamente à população. Instituto Cultural Clara Nunes - O Instituto Clara
Nunes foi fundado em 19 de maio de 2005 pela irmã de Clara, Maria Gonçalves (a
Dindinha), conhecida na cidade como Mariquita, e está instalado no mesmo prédio
onde funciona a Creche Clara Nunes e o Artesanato Ponto de Luz, que produz
tapetes cuja venda ajuda na manutenção da Creche. O Instituto foi criado para
administrar e zelar pelo acervo da cantora. Em agosto de 2012 será inaugurado o
Memorial Clara Nunes, com a exposição do acervo.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Clara_Nunes
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