terça-feira, 27 de novembro de 2012

Tico, Tico e Beija-flor - Cantores



Nascidos em uma família de músicos, os irmãos Welton (1979) e Walter (1982), mais conhecidos como Tico-Tico & Beija-Flor, começaram muito cedo no ramo musical, lançando a semente para o sucesso já em 1984, ao se apresentarem para familiares.

Em 1988, com seus irmãos mais velhos, formam o grupo infantil "Coração de Papelão" e saem em excursão familiar pelo interior de São Paulo e Minas Gerais. Inicia-se aí o grande estudo na escola da música e na escola da vida. Tudo é muito difícil, mas a confiança dos pais na força do grupo é o combustível que leva o projeto adiante. Welton e Walter extrapolam as fronteiras de "Coração do Papelão" e nasce a dupla Tico-Tico e Beija-Flor "Os Meninos Passarinhos".

Se o talento é indicador de sucesso, quando este se alia ao carisma, o sucesso ganha proporções nacionais. E foi assim que Tico-Tico e Beija-Flor assinaram seu primeiro contrato com o SBT como principal atração do programa "Os Melhores Cantores Mirins do Brasil", um marco na programação do SBT, segunda maior audiência da história da Rede, perdendo apenas para "Casa dos Artistas" (2001).

Em 1991, com a visibilidade garantida em toda a mídia, a dupla Tico-Tico & Baija-Flor lança seu primeiro disco "Meninos Passarinhos" com a participação especial de Sullivan & Massadas. Sucesso absoluto com 200 mil cópias vendidas. Na esteira do sucesso e impulsionados pelo "faro" de seu grande padrinho Silvio Santos, a dupla passa a apresentar o programa diário DÓ-RÉ-MI e cantam o tema de abertura da novela CARROSSEL. Com menos de 2 anos de existência, a dupla exibe números impressionantes como a participação em mais de 20 programas.

O ano de 1992 continua com a abundante colheita da mágica fusão da semente do talento regada a muito carisma e a providencial (e como!) ajuda de Silvio Santos. Tico-Tico e Beija-Flor recebem o prêmio Di Giorgio de Música como Revelação do Ano e continua sua alegre e vitoriosa peregrinação pelos diversos programas de TV. SABADÃO SERTANEJO, SILVIO SANTOS, HEBE CAMARGO, CLUBE DO BOLINHA, RAUL GIL, A PRAÇA É NOSSA, ELIANA, MARCELO COSTA, MARA MARAVILHA, ANGÉLICA, entre outros testemunham toda a graça e competência dos cantores mirins. Num desses programas, o PASSA OU REPASSA, do SBT, competem e vencem os irmão Sandy & Júnior  mais do que rivais da época, grandes amigos.

A carreira se solidifica e a dupla lança mais dois CDs: HELLO (1995), tendo a participação de Benito de Paula e vendendo 250 mil cópias, e INESQUECÍVEL (1997), com a participação de Moacir Franco (1997) e vendendo 200 mil cópias. Mais tarde, a música tema desse CD seria relançada por Sandy & Júnior com estrondoso sucesso.

Divulgando seu trabalho, a dupla fez shows por todo o território nacional, em grandes feiras agropecuárias. Tico-Tico e Beija-Flor enfrentaram com destreza e maestria plateias superiores a 20 mil espectadores. A qualidade artística dos "Meninos Passarinhos" foi reconhecida com vários prêmios, entre os quais destacam-se: Troféu Imprensa, Troféu Di Giorgio de Música, Prêmio Sharp (indicação juntamente com a dupla Tonico e Tinoco).

O tempo passa, as coisas mudam e Tico-Tico e Beija-Flor saem do mercado para reavaliar seu trabalho e redirecionar sua carreira. Os "Meninos Passarinhos" crescem. A música sertaneja demonstra claros sinais de esgotamento e os cabelos longos perderam a vez. Só uma coisa não mudou: o talento, carisma, a perfeita harmonia das vozes. Definidos o novo visual e o noivo estilo musical, a dupla começa o ano com a raça e disposição de sempre. Eles vestem-se como jovens de sua geração. Enveredam-se no pop dançante com a mesma competência que defenderam a música sertaneja e lançam seu mais recente CD "Coração parou", repleto de grandes compositores (Fátima Leão, Mauro Gan, Cláudio Rabello, Danimar), grandes arranjadores (Marcos Pontes Caxote, Mauro Gan e Fábio Laguna, do "Angra").

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segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Rossini Pinto - Cantor



Rossini Pinto (Ponte de Itabapoana, 24 de janeiro de 1937 — Rio de Janeiro, 25 de junho de 1985) foi um cantor, compositor e produtor musical brasileiro. Um dos mais importantes nomes da Jovem Guarda, ajudou a consagrar vários dos artistas do movimento, entre os quais Roberto Carlos e Erasmo Carlos, com composições próprias e versões em português do rock britânico e americano.

Natural do Espírito Santo, mudou-se para o Rio de Janeiro em meados da década de 1950. Em 1955, trabalhava como repórter do diário esportivo Jornal dos Sports e do matutino Correio da Manhã. Começou sua carreira musical por acaso, em 1960, ao musicar o poema Convite de Amor, do então Presidente da República, Jânio Quadros. Desde então, passou a ser solicitado por gravadoras.

Rossini acabou assinando contrato com a Copacabana Discos e, 1961, lançou seu primeiro disco com as canções Rock Presidencial, de sua autoria, e Vamos Brincar de Amor?, de Vadico e Herberto Sales.

Como intérprete, seus maiores sucessos foram Voa, Passarinho, Viu no que Deu? (ambas de sua autoria e de Fernando Costa), Ford de Bigode (Ivanildo Teixeira e Paulo Brunner), gravada com Renato e Seus Blue Caps e Carruagem gravada pelos Fevers em 1976. "Amor e Desprezo" de sua autoria, gravada no disco As 14 Mais de 1963, é uma de suas músicas mais tocadas até hoje. Rossini fez parcerias com Roberto Carlos com destaque para Eu te amo meu amor, do disco Roberto Carlos/Jovem Guarda de 1965.

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sábado, 24 de novembro de 2012

João Nogueira - Cantor



João Nogueira (Rio de Janeiro, 12 de novembro de 1941 — Rio de Janeiro, 5 de junho de 2000) foi um cantor e compositor brasileiro. Desde o início de sua carreira ficou conhecido pelo suingue característico de seus sambas. É pai do também cantor e compositor Diogo Nogueira.

Filho do advogado e músico João Batista Nogueira e irmão da também compositora, Gisa Nogueira, cedo tomou contato com o mundo musical. Logo aprendeu a tocar violão e a compor em parceria com a irmã.

Com apenas 17 anos, já era diretor de um bloco carnavalesco no bairro carioca do Méier. Nesta época, a gravadora Copacabana gravou sua composição Espera, ó nega, que João cantou acompanhado pelo conjunto depois chamado Nosso Samba. Em 1970, Elizeth Cardoso ouviu a gravação de sua composição Corrente de aço e resolveu regravá-la.

Em 1971, teve obras suas gravadas por Clara Nunes (Meu lema) e Eliana Pittman (Das duzentas pra lá). Como esta música defendia a ampliação do mar territorial do Brasil para 200 milhas, medida adotada pelo regime militar, João sofreu patrulha ideológica.

Ainda em 1971, João passou a integrar a ala de compositores da Portela, sua escola de coração, onde venceu um concurso interno com o samba Sonho de Bamba. Mais tarde fez parte do grupo dissidente que saíu da Portela para fundar a Tradição. Fundou também o bloco "Clube do Samba", que ajudou a revitalizar o carnaval de rua carioca.

Em mais de quatro décadas de atividade, João gravou 18 discos. Teve vários parceiros, mas o mais importante foi certamente Paulo César Pinheiro.

Quando morreu, vitimado por um enfarte, em 2000, João organizava um espetáculo numa grande casa noturna de São Paulo, e que resultaria no lançamento de uma gravação ao vivo.

Com sua morte, vários colegas se juntaram para apresentar, nas mesmas datas e no mesmo local, um espetáculo em sua homenagem. Participaram Zeca Pagodinho, Beth Carvalho, Dona Ivone Lara,Arlindo Cruz e Sombrinha, Emílio Santiago, Carlinhos Vergueiro e a família de João: o sobrinho Didu, o filho Diogo e a irmã e parceira Gisa. O show foi gravado para o disco João Nogueira, Através do Espelho.

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quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Beto Barbosa - Cantor



Raimundo Roberto Morhy Barbosa (Belém, 27 de fevereiro de 1955), mais conhecido como Beto Barbosa, é um cantor e compositor brasileiro.

Considerado o Rei da Lambada, surgiu na década de 1980. Famoso compositor de "Adocica", um de seus grandes sucessos que vendeu cerca de três milhões de cópias. Ao longo de sua carreira, gravou 10 LPs e 11 CDs. Ganhou diversos prêmios, como o Troféu Imprensa.

O grande ídolo de Beto Barbosa é o cantor Roberto Carlos. Porém seu gosto musical é bastante eclético. Beto aprecia desde a música clássica até a MPB.Raimundo Fagner, Belchior e Tim Maia são também alguns dos títulos que não podem faltar em sua discoteca. Elvis Presley é um dos ídolos internacionais de Beto Barbosa.

Beto Barbosa foi o único artista do Norte do Brasil a ganhar o Troféu Imprensa de melhor cantor, título que dividiu na época com o cantor José Augusto, em votação realizada por Silvio Santos em 1991.

O programa Fantástico, da Rede Globo, chegou a apresentar 3 clipes de Beto Barbosa. Em um deles, Beto se apresentava no Mangueirão, em Belém, quando foi registrado o maior público de toda a história do Pará.

O disco “Preta”, lançado em 1990, foi recorde de vendas e Beto era autor de todas as músicas.

Beto Barbosa foi recorde de público, até hoje, em sua apresentação no Espaço Cultural, em João Pessoa.

No dia 8 de outubro de 2010, morreu sua filha Monique aos 28 anos, no Pará. Ela foi vítima de uma bactéria misteriosa que atacou seu pulmão. Estava em coma há 23 dias.

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terça-feira, 20 de novembro de 2012

João Só - Cantor


João Só ou João Evangelista de Melo Fortes (Teresina, 3 de novembro de 1943 — Salvador, 20 de junho de 1992) foi um cantor e compositor brasileiro.[1]

Caçula entre os 12 filhos de Tito Fortes e de Irene Couto de Mello,[2] aprendeu a tocar os primeiros acordes de cavaquinho quando ainda era criança, tendo começado a estudar vários instrumentos aos 15 anos, na época em que veio com a família de Teresina para Salvador.


Em 1971 defendeu seu primeiro sucesso, Canção para Janaína, no sexto Festival Internacional da Canção. Em seguida gravou aquele que seria seu maior sucesso, Menina da Ladeira.[3][4][5][6]

Ainda do começo da década de 1970 datam seus outros êxitos: Ando na Velocidade e Copacabana.

A partir de 1978, João Só passou a se dedicar somente a shows, tendo se apresentado centenas de vezes por todo o Brasil, deixando gravados 15 discos e algumas fitas, contendo mais de 40 músicas de sua autoria, nos 20 anos de sua carreira. Entre elas, curiosamente, também compôs o primeiro hino oficial do time de futebol Londrina Esporte Clube, "Bandeira do Meu Coração", na sua campanha de 1977.[7][8]

Faleceu em decorrência de um infarto, aos 48 anos, quando já se encontrava esquecido pelo grande público.

↑ João Só. Biografia. (acessado em 26/08/2010)
↑ Irene Couto de Mello, mãe de João Só, era a filha mais velha de José Mentor Guilherme de Mello e de Angélica de Lima Couto Mello.
↑ "Menina da Ladeira", de João Só. 12o. lugar, no ano de 1971, no ranking "As 100 mais em 100 anos - As canções classificadas do 1o. ao 100o. lugar em cada ano com links para vídeos do Youtube". Publicado no Blog do Beto. Site oficial do comunicador Beto Brito. (acessado em 22/11/2010)
↑ João Só, o autor da "Menina da ladeira". Jornal "O Povo", Fortaleza (CE), 01/02/1985. (acessado em 25/08/2010)
↑ João Só (1) - Clique e ouça: Guilherme Jabur mostra Compacto Simples de “Menina que Mora na Ladeira” com João Só (com letra e cifra). Portal Enciclopédia Nordeste. (acessado em 25/08/2010)
↑ João Só: Sucesso com uma música só ("Menina da ladeira", que pode ser ouvida em mp3). Publicado no Blog "Bar do Bulga", em 12/01/2010. (acessado em 25/08/2010)
↑ Hino - Símbolos - Institucional - Clube. Portal do Londrina Esporte Clube. (acessado em 22/11/2010)
↑ "João Só e a Menina da Ladeira". Publicado no Blog "Eu canto samba", da cantora Sueli Gushi, em 4 de novembro de 2010. (acessado em 22/11/2010)
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domingo, 18 de novembro de 2012


Rosemary Pereira Gonçalves (Rio de Janeiro, 7 de dezembro de 1947), mais conhecida como Rosemary ou Rosemary Belkiss, é uma cantora brasileira.

Biografia e carreira

Rosemary é a filha caçula de uma família de ascendência portuguesa. Desde pequena já mostrava sua aptidão para o mundo artístico. Há quem diga que tudo começou quando ia escondida de sua mãe, junto com sua irmã "Terezinha", que era garota-propaganda ao "Programa do Chacrinha". Aos 14 anos, gravou seu 1os discos "Fala Coração" e "Eu Sei".

Participou do movimento da Jovem Guarda e chegou a ser cogitada a apresentar o programa com Roberto Carlos e Erasmo Carlos. Acabou perdendo o posto para Wanderléa mas se tornou um dos principais nomes do movimento, recebendo o título de "Fada Loura da Juventude" com o seu grande sucesso "Feitiço de Broto". No ano de 1964 gravou seu LP "Igual a Ti Não há ninguém".


Participou de vários filmes nacionais no final da década [1960], entre eles "Jovens Prá Frente"(1969)como estrela principal, ao lado de Oscarito e Jair Rodrigues; "Os Reis do Iê-Iê-Iê" e "Adorável Trapalhão" ambos com Renato Aragão"Na Onda do Iê,Iê,Iê, e "Som, Amor e Curtição", com Antônio Marcos. No inicio de 1970,(saindo do movimento Jovem Guarda) atuou em Teatro ao lado de Jardel Filho com a peça: "Promessas,Promessas" no Teatro Ginástico no Rio, onde ficou durante meses fazendo 150 apresentações.Atuou como estrela principal no Filme "Meus Homens, meus amores"(década 80) ao lado de John Herbert.Nas décadas 60\70 recebeu vários prêmios da televisão brasileira, entre eles: Revelação do Teatro em 1970 - TV Globo, Favorita da Canção (1970) Gato de Ouro - Melhor Cantora (eleita pelo público-1971) Troféu Cidade Maravilhosa (1969), Melhor Cantora das Crianças (1970) Medalha de Ouro Roquete Pinto, Rainha da TV Tupi (1971 e 1972), Rainha da Guarda Civil, Rainha dos Músicos, "A Favorita da Aeronáutica", A cantora mais bonita do Brasil-Anos 80(em Chacrinha) Seu grande sucesso foi a música "Jóia" feita especialmente para ela por Roberto e Erasmo Carlos (1982).

Na TV, foi estrela de grandes musicais da TV Globo e participou das novelas "Ti Ti Ti", "Cambalacho" e "Barriga de Aluguel". ..." Rosemary A Grande Estrela do Brasil dos Anos 80...(Augusto Cesar Vanucci - TV Globo).

Rosemary também realizou turnês no Brasil e em diferentes partes do mundo, dos Estados Unidos à China. Foi a única cantora brasileira a se apresentar na Casa Branca, durante o governo de Jimmy Carter, que ficou encantado com ela. O mesmo aconteceu com o rei Hassan, de Marrocos, que chegou a lhe pedir que ficasse por tempo indeterminado em seu palácio.Ainda na década de 80, Fez temporadas na França, Inglaterra.Tornando-se assim, uma cantora internacional.

Rosemary também encabeçou o elenco de "Rio by Night", que permaneceu em cartaz por seis meses em Miami e em sua ultima turnê internacional, visitou a China, na turne do show Brasil Canta e Dança,no ano de 2001 onde fez muitos shows, sob a direcao musical do maestro Jose Briamonte, acompanhada da cantora Tania Brasil (Ex Gengis Khan), da cantora e bailarina Sonia Bewrtholani, do coreografo Jorge Danel e do ator e cantor paranaense Marcello Bittencourt, e tambem dos ritimistas " Os Novos Crioulos"…em 22 cidades (Shangai, Rugao, Xiamen, Fuzhouy, Dalian, Qingdao,…). Dirigida por Abelardo Figueiredo, viajou todo o Brasil e vários países com shows falando da música e de coisas típicas do nosso país. Atualmente percorre o cidades brasileiras com seu show "Rosemary em Mulheres da Mangueira" divulgando o seu cd e dvd com participações especias de Chico Buarque,Alcione, Beth Carvalho,Dudu Nobre e Carlinhos de Jesus e elenco de ritmistas e passistas da Estação Primeira de Mangueira (2010).

Mangueira e as questões sociais

A cantora também é conhecida por sua paixão pela escola de samba carioca e foi a primeira estrela a desfilar como destaque no chão de uma escola no carnaval carioca.

Tem encabeçado movimentos importantes como o de tornar lei a filtragem sorológica para acabar com a contaminação nas transfusões de sangue e na criação do Museu Carmem Miranda. Ela também promoveu a campanha "Adote uma família Nordestina", que beneficiou 35 mil famílias, graças ao seu programa na Rádio Atual, que teve como patrono Frei Damião.

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sábado, 17 de novembro de 2012

Clara Nunes - Cantora


Clara Francisca Gonçalves Pinheiro, conhecida como Clara Nunes (Paraopeba[nota 1], 12 de agosto de 1942[2][1] — Rio de Janeiro, 2 de abril de 1983), foi uma cantora brasileira, considerada uma das maiores intérpretes do país. Pesquisadora da música popular brasileira, de seus ritmos e de seu folclore, Clara também viajou várias vezes para a África, representando o Brasil. Conhecedora das danças e das tradições afro-brasileiras, ela se converteu à umbanda. Clara Nunes seria uma das cantoras que mais gravariam canções dos compositores da Portela, sua escola do coração. Também foi a primeira cantora brasileira a vender mais de 100 mil cópias, derrubando um tabu segundo o qual mulheres não vendiam discos.

Biografia

Caçula dos sete filhos do casal Manuel Ferreira de Araújo e Amélia Gonçalves Nunes, Clara Nunes nasceu no interior de Minas Gerais, no distrito de Cedro - à época pertencente ao município de Paraopeba e depois esse distrito virou cidade e foi emancipado com o nome de Caetanópolis, onde viveu até os 16 anos.

Marceneiro na fábrica de tecidos Cedro & Cachoeira, o pai de Clara era conhecido como Mané Serrador e também era violeiro e participante das festas de Folia de Reis. Mas Manuel morreu em 1944 e, pouco depois, Clara ficaria também órfã de mãe e acabaria sendo criada por sua irmã Dindinha (Maria Gonçalves) e o irmão José (conhecido como Zé Chilau). Naquela época, Clara participava de aulas decatecismo na matriz da Cruzada Eucarística. Lá também cantava ladainhas em latim no coro da igreja.

Segundo as suas próprias palavras, cresceu ouvindo Carmem Costa, Ângela Maria e, principalmente, Elizeth Cardoso e Dalva de Oliveira, das quais sempre teve muita influência, mantendo, no entanto, estilo próprio. Em 1952, ainda menina, Clara venceu seu primeiro concurso de canto organizado em sua cidade, interpretando "Recuerdos de Ypacaraí". Como prêmio, ganhou um vestido azul. Aos 14 anos, Clara ingressou como tecelã na fábrica Cedro & Cachoeira, a mesma para o qual seu pai trabalhou.

Teve que se mudar para Belo Horizonte, indo morar com a irmã Vicentina e o irmão Joaquim, por causa do assassinato de um namorado, cometido em 1957 por seu irmão Zé Chilau. Na capital mineira, Clara trabalhou como tecelã durante o dia e fez o curso normal à noite. Aos finais de semana, participava dos ensaios do Coral Renascença, na igreja do bairro onde morava. Naquela época, conheceu o violonistaJadir Ambrósio, conhecido por ter composto o hino do Cruzeiro. Admirado com a voz da jovem de 16 anos, Jadir levou Clara a vários programas de rádio, como "Degraus da Fama", no qual ela se apresentou com o nome de Clara Francisca.

Mudança de nome

No início da década de 1960, Clara conheceu também Aurino Araújo (irmão de Eduardo Araújo), que a levou para conhecer muitos artistas. Aurino também seria seu namorado durante dez anos. Por influência do produtor musical Cid Carvalho, mudou o nome para Clara Nunes, usando o sobrenome da mãe. Quando solteira se chamava Clara Francisca Gonçalves de Araújo, depois de casada que adotou o sobrenome Pinheiro.
Em 1960, já com o nome de Clara Nunes e ainda como tecelã, ela venceu a etapa mineira do concurso "A Voz de Ouro ABC", com a música "Serenata do Adeus", composta por Vinicius de Moraes e gravada anteriormente por Elizeth Cardoso. Na final nacional do concurso realizada em São Paulo, Clara Nunes obteve o terceiro lugar com a canção "Só Adeus" (de Jair Amorim e Evaldo Gouveia).

A partir daí, Clara Nunes começou a cantar na Rádio Inconfidência de Belo Horizonte. Durante três anos seguidos foi considerada a melhor cantora de Minas Gerais. Ela também passou a se apresentar como crooner em clubes e boates na capital mineira e chegou a trabalhar com o então baixista Milton Nascimento - àquela altura conhecido como Bituca.

Naquela época, fez sua primeira apresentação na televisão, no programa de Hebe Camargo em Belo Horizonte. Em 1963, Clara Nunes ganhou um programa exclusivo na TV Itacolomi, chamado "Clara Nunes Apresenta" e exibido por um ano e meio. No programa se apresentavam artistas de reconhecimento nacional, entre os quais Altemar Dutra e Ângela Maria.[3]
Viveu em Belo Horizonte até 1965, quando se mudou para a cidade do Rio 

Os primeiros discos

Já no Rio de Janeiro, Clara Nunes se apresentava em vários programas de televisão, como José Messias, Chacrinha, Almoço com as Estrelas e Programa de Jair do Taumaturgo. Antes de aderir ao samba, Clara cantava especialmente boleros. Além de emissoras de rádios e televisão, ela também percorreu escolas de samba, clubes e casas noturnas nos subúrbios cariocas.

Ainda em 1965, ela passou por um teste como cantora na gravadora Odeon, onde registrou pela primeira vez a sua voz em um LP. O disco foi lançado pela Rádio Inconfidência (onde Clara trabalhou quando morava em Belo Horizonte) e contava com a participação de outros artistas, todos da Odeon.

No ano seguinte, Clara foi contratada por esta gravadora, a primeira e a única em toda a sua vida. Naquele mesmo ano, foi lançado o primeiro LP oficial da cantora, "A Voz Adorável de Clara Nunes". Por insistência da gravadora para que ela interpretasse músicas românticas, Clara apresentou neste álbum um repertório de boleros e sambas-canções, mas o LP foi um fracasso comercial. Em 1968, Clara Nunes gravou "Você Passa e Eu Acho Graça", seu segundo disco na carreira e o primeiro onde cantaria sambas. A faixa-título (de Ataulfo Alves e Carlos Imperial) foi seu primeiro grande sucesso radiofônico.

No ano seguinte, a Odeon lançou "A Beleza Que Canta", LP no qual a cantora interpretou "Casinha Pequena", uma canção de domínio público. Ainda em 1969, Clara Nunes ganhou o primeiro lugar no "I Festival da Canção Jovem de Três Rios" com a música "Pra Que Obedecer" (de Paulinho da Viola e Luís Sérgio Bilheri) e ainda classificou a canção "Encontro" (de Elton Medeiros e Luís Sérgio Bilheri) na terceira colocação. Ficou em oitavo lugar no "IV Festival Internacional da Canção Popular" com a música "Ave Maria do Retirante" (de Alcyvando Luz e Carlos Coqueijo), que foi lançada naquele mesmo ano em disco homônino.

Afirmação no samba

Em 1970, Clara Nunes se apresentou em Luanda, capital angolana, em convite de Ivon Curi. No ano seguinte, a cantora gravou seu quarto LP, no qual interpretou "É Baiana" (de Fabrício da Silva, Baianinho, Ênio Santos Ribeiro e Miguel Pancrácio), música que obteve considerável sucesso no carnaval de 1971, e "Ilu Ayê", samba-enredo da Portela (de autoria de Norival Reis e Silvestre Davi da Silva). Na capa do álbum, a cantora mineira fez um permanente nos cabelos pintados de vermelho e passou a partir daí a se vestir com roupas que remetiam às religiões afro-brasileiras.

Em 1972, Clara se firmou como cantora de samba com o lançamento do álbum "Clara Clarice Clara". Com arranjos e orquestrações do maestro Lindolfo Gaya e com músicos como o violonista Jorge da Portela e Carlinhos do Cavaco, o disco teve como grandes destaques as canções "Seca do Nordeste" (um samba-enredo da escola de samba Tupi de Brás de Pina), "Morena do Mar" (de Dorival Caymmi),"Vendedor de Caranguejo" (de Gordurinha), "Tributo aos Orixás" (de Mauro Duarte, Noca e Rubem Tavares) e a faixa-título "Clara Clarice Clara" (de Caetano Veloso e Capinam). Ainda naquele ano, Clara Nunes se apresentou no "Festival de Música de Juiz de Fora" e gravou um compacto simples da música "Tristeza, Pé no Chão" (de Armando Fernandes), que vendeu mais de 100 mil cópias.

A Odeon lançou em 1973 o disco "Clara Nunes". Naquele mesmo ano, a cantora estreou com Vinicius de Moraes e Toquinho o show "O poeta, a moça e o violão" no Teatro Castro Alves, em Salvador. Também em 1973, Clara foi convidada pela Radiotelevisão Portuguesa para fazer uma temporada em Lisboa. Depois, percorreu alguns outros países da Europa, como a Suécia, onde gravou um especial ao lado da Orquestra Sinfônica de Estocolmo para a TV local.

Sucesso comercial

Clara Nunes integrou a comissão que representou o Brasil no "Festival do Midem", em Cannes, em 1974. Por lá, a Odeon lançou somente para o público europeu o disco "Brasília", que foi base para o LP"Alvorecer". Este álbum emplacou grandes sucessos como "Contos de Areia" (de Romildo S. Bastos e Toninho Nascimento), "Menino Deus" (de Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro) e "Meu Sapato Já Furou" (de Mauro Duarte e Elton Medeiros).[4] O LP bateu recorde de vendagem para cantoras brasileiras, com mais de 300 mil cópias vendidas, um feito nunca antes registrado no Brasil. Ainda em 1974, a cantora atuou (ao lado de Paulo Gracindo), em "Brasileiro Profissão Esperança", espetáculo de Paulo Pontes, referente à vida da cantora e compositora Dolores Duran e do compositor e jornalista Antônio Maria. O show ficou em cartaz no Canecão até 1975 e gerou o disco homônimo.

Também em 1975, a Odeon lançaria ainda o LP "Claridade". Com grandes sucessos como "O Mar Serenou" (de Candeia) e "Juízo Final" (de autoria de Nelson Cavaquinho e Élcio Soares), este álbum se tornou o maior sucesso da carreira da cantora, batendo o recorde de vendagem feminina e alavancando o samba-enredo da Portela na avenida, "Macunaíma, Herói da Nossa Gente" (de autoria de Norival Reis e Davi Antônio Correia), com o qual a escola classificou-se em 5º lugar no Grupo 1. Ainda naquele ano, Clara se casou com o poeta, compositor e produtor Paulo César Pinheiro e percorreu vários países daEuropa em turnê.

Clara Nunes gravou o LP "Canto das Três Raças" em 1976. Além da faixa-título (de Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro), grande sucesso na carreira da cantora, o disco contava ainda com "Lama" (de Mauro Duarte), "Tenha Paciência" (de Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito), "Riso e Lágrimas" (de Nelson Cavaquinho, Rubens Brandão e José Ribeiro), "Fuzuê" (de Romildo e Toninho) e "Retrato Falado" (de Eduardo Gudin e Paulo César Pinheiro).

Em 1977, a Odeon lançou o disco "As Forças da Natureza", um álbum mais dedicado ao partido alto. O LP teve como principais destaques a faixa-título (de João Nogueira e Paulo César Pinheiro), "Coração Leviano" (de Paulinho da Viola) e "Coisa da Antiga" (de Wilson Moreira e Nei Lopes). O disco ainda contou com a participação de Clementina de Jesus na faixa "PCJ-Partido da Clementina de Jesus" (de Candeia) e lançou "À Flor da Pele", primeira composição de Clara (feita em parceria com Maurício Tapajós e Paulo César Pinheiro).

Em 1978, foram lançados os álbuns "Guerreira", no qual Clara interpretou vários ritmos brasileiros além do samba - sua marca registrada -, e "Esperança", com destaque para a faixa "Feira de Mangaio" (deSivuca e Glorinha Gadelha). Ainda naquele ano, participou do LP "Vida boêmia", de João Nogueira, no qual interpretou "Bela Cigana" (de João Nogueira e Ivor Lancellotti), e esteve - ao lado de Chico Buarque,Maria Bethânia e outros artistas - no show do Riocentro, que marcaria a história política brasileira devido à explosão de uma bomba.

Em 1979, Clara participou do LP "Clementina", de Clementina de Jesus. Naquele mesmo ano, a cantora mineira se submetia a uma histerectomia (remoção do útero), após sofrer três abortos espontâneos, por causa dos miomas que possuía no útero. Também carregava problemas desse tipo desde a infância. Ela tentou de todos os métodos e não obtinha respostas. Por nutrir obsessão pela maternidade, a impossibilidade de ser mãe a fez sofrer muito, causando a Clara Nunes fortes abalos emocionais, superados pela entrega absoluta à carreira artística, a fazendo compor músicas belíssimas e de intensa carga emocional.[5]

Últimos anos de vida

Em 1980, Clara Nunes gravou o álbum "Brasil Mestiço", que fez sucesso nas emissoras de rádio de todo o país com "Morena de Angola" (composta por Chico Buarque), "Brasil Mestiço, Santuário da Fé" (de Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro), "Peixe com Coco" (de Alberto Lonato, Josias e Maceió do Cavaco), "Última Morada" (de Noca da Portela e Natal) e "Viola de Penedo" (de Luiz Bandeira). Ainda naquele ano, a cantora participou dos LPs "Cabelo de Milho" (de Sivuca) e "Fala Meu Povo" (de Roberto Ribeiro), e viajou para Angola representando o Brasil ao lado de Elba Ramalho, Djavan, Dorival Caymmi e Chico Buarque, entre outros.

Gravou em 1981 o LP "Clara", com grande sucesso para a música "Portela na Avenida" (de Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro), com a participação especial da Velha Guarda da Portela nesta faixa, e estreou o show "Clara Mestiça" (dirigido por Bibi Ferreira). Ainda naquele ano, a Odeon lançou uma coletânea intitulada "Sucesso de Ouro".

Em 1982, a Odeon lançaria "Nação", o último álbum de estúdio da cantora. O LP teve como destaques a faixa-título (de João Bosco, Aldir Blanc e Paulo Emílio), "Menino Velho" (de Romildo e Toninho),"Ijexá" (de Edil Pacheco), "Serrinha" (de Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro) - uma homenagem dos compositores à escola de samba Império Serrano e ao Morro da Serrinha, reduto do jongo, situadas em Madureira, subúrbio carioca. Ainda naquele ano, Clara se apresentou na Alemanha ao lado de Sivuca e Elba Ramalho e participou do LP "Kasshoku", lançado no Japão pela gravadora Toshiba/EMI, gravando um especial para a emissora de TV NHK.

Morte polêmica

Ver artigo principal: Morte de Clara Nunes

Em 5 de março de 1983, Clara Nunes se submeteu a uma aparentemente simples cirurgia de varizes, mas a cantora acabou tendo uma reação alérgica a um componente do anestésico. Clara sofreu uma parada cardíaca e permaneceu durante 28 dias internada na UTI da Clínica São Vicente, no Rio de Janeiro. Neste ínterim, a cantora foi vítima de uma série de especulações que circulavam na mídia sobre sua internação, entre elas "inseminação artificial, aborto, tentativa de suicídio, surra de seu marido Paulo César Pinheiro", porem ha quem diga que Clara Nunes teria sido vitima de trabalhos espirituais realizados pelo bruxo Tio Chico,[6] em episódio semelhante ao ocorrido na morte de Elis Regina, no ano anterior.
Na madrugada do sábado de Aleluia de 2 de abril de 1983, a poucos meses de completar 40 anos, Clara Nunes entrou oficialmente em óbito, vítima de um choque anafilático. A sindicância aberta pelo Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro na época foi arquivada, o que geraria por muitos anos suspeitas sobre as causas da morte da cantora. O corpo da cantora foi velado por mais de 50 mil pessoas na quadra da escola de samba Portela. O sepultamento no Cemitério São João Batista foi acompanhado por uma multidão de fãs e amigos. Em sua homenagem, a rua em Madureira onde fica a sede da Portela, sua escola de coração, recebeu seu nome.

Após a morte

Em 1986, a Velha Guarda da Portela interpretou "Flor do Interior" (de Manacéa), uma das muitas músicas feitas em homenagem à Clara Nunes, no disco "Doce Recordação" - produzido por Katsunori Tanaka e lançado no Japão. Outro compositor, Aluízio Machado (da Império Serrano), também compôs a música "Clara" em homenagem à cantora. Em 1988, Maria Gonçalves (irmã mais velha de Clara Nunes, que passou a criar a cantora quando esta tinha apenas quatro anos) reuniu várias peças do vestuário, adereços e objetos pessoais da cantora, e criou uma sala que abriga o acervo de sua obra em um espaço físico com cerca de 120 metros, anexado à creche que leva o seu nome em Caetanópolis.

Em 1989, a gravadora EMI-Odeon produziu a coletânea "Clara Nunes, O Canto da Guerreira".[7] Também naquele ano, o selo WEA lançou para o mercado estadunidense o álbum "O Samba: Brazil Classics 2", com vários artistas e incluindo Clara Nunes.

Três anos depois, a EMI-Odeon lançou "Série 2 em 1", compilação em CD de dois LPs: "Brasil Mestiço" e "Nação", e a gravadora norte-americana World Pacific lançou "Best of Clara Nunes" no mercado dosEstados Unidos. Em 1993, o selo Som Livre lançou "Clara Nunes - 10 anos" - em lembrança ao décimo aniversário de morte da cantora - e a EMI-Odeon lançou pela "Série 2 em 1" os discos "Adoniran Barbosa" e "Adoniram Barbosa e Convidados", este último também contou com a participação de Clara Nunes. Esta mesma gravadora lançaria em 1994 as coletâneas "O Canto da Guerreira", "O Canto da Guerreira Volume 2" e "Meus Momentos". Também naquele ano, a gravadora Saci lançou o álbum "Homenagem a Mauro Duarte", que contou com a voz de Clara Nunes, uma de suas maiores amigas e a sua principal intérprete.

Em 1995, a Odeon lançou "Clara Nunes com Vida", álbum produzido por Paulo César Pinheiro e José Milton, no qual foram acrescidas as vozes de outros artistas - Emílio Santiago, Martinho da Vila, Chico Buarque, Nana Caymmi, Roberto Ribeiro, João Bosco, Elba Ramalho, Gilberto Gil, Milton Nascimento, Alcione, Marisa Gata Mansa, Paulinho da Viola, Ângela Maria e João Nogueira - fazendo duetos com Clara Nunes, e "O Talento de Clara Nunes", outra coletânea.

Em No ano seguinte, a EMI-Odeon reeditou a obra completa de Clara Nunes, que incluíam 16 discos com as capas reproduzidas do original, remasterizados no Estúdio Abbey Road, em Londres, considerado o melhor do mundo. Três anos depois, a cantora Alcione gravou "Claridade", uma álbum com os maiores sucessos da carreira da amiga. Em 2001, foi apresentado no teatro do Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro, o musical "Clara Nunes Brasil Mestiço", e no ano seguinte foi lançado o livro "Velhas Histórias, Memórias Futuras" de Eduardo Granja Coutinho, no qual o autor faz várias referências à cantora.

Em comemoração aos seus 60 anos, que seriam completados em 2003, a gravadora DeckDisc lançou "Um Ser de Luz - Saudação à Clara Nunes", álbum produzido por Paulão Sete Cordas e que contou a participação de diversos artistas interpretando parte de seu repertório, como Mônica Salmaso ("Alvorecer"), Élton Medeiros ("Lama"), Rita Ribeiro ("Morena de Angola"), Mar'tnália ("Ijexá"), Fafá de Belém("Sem Compromisso"), Renato Braz ("Menino Deus" e "Nação"), Falamansa ("Feira de Mangaio"), Monarco e Velha Guarda da Portela ("Peixe com Coco"), Cristina Buarque ("Derramando Lágrimas"), Dona Ivone Lara ("Juízo Final"), Nilze Carvalho ("A Deusa dos Orixás"), Teresa Cristina ("As Forças da Natureza"), Pedro Miranda ("Candongueiro"), Alfredo Del Penho ("Coisa da antiga"), Wilson Moreira ("O Mar Serenou"), Helen Calaça ("Basta um Dia") e ainda participações de Seu Jorge, Walter Alfaiate e Elza Soares, entre outros.[8]

No ano seguinte, a mesma gravadora lançou "Clara Nunes canta Tom e Chico", coletânea na qual compilou algumas gravações de discos anteriores da cantora, entre elas "Apesar de Você", "Umas e Outras", "Desencontro", "Morena de Angola" e "Novo Amor" (todas de Chico Buarque), "Insensatez" e "A Felicidade" (de Tom Jobim e Vinícius de Moraes), além de "Sabiá" (da dupla Tom e Chico).

Em 2006 foi encontrada mais uma interpretação inédita de Clara Nunes. A composição "Quem Me Dera" (de Maurício Tapajós e Hermínio Bello de Carvalho) foi incluída no álbum póstumo de Maurício Tapajós, "Sobras Repletas", que também trouxe uma outra composição, também em sua homenagem, desta vez feita em sua homenagem, "Surdina" (de Maurício Tapajós e Cacaso). Em 2007, o jornalista Vagner Fernandes lançou a biografia "Clara Nunes - Guerreira da Utopia", que trouxe entrevistas com vários compositores e intérpretes, entre os quais Chico Buarque, Paulinho da Viola, Alcione, Hermínio Bello de Carvalho, Hélio Delmiro, Milton Nascimento, Monarco e Paulo César Pinheiro, além de familiares e amigos.[5][6][9][10]

Festival Cultural Clara Nunes - Em agosto de 2006 a Prefeitura Municipal de Caetanópolis-MG lançou o 1º Festival Cultural Clara Nunes, com o objetivo de desenvolver a cultura no município e região, e também resgatar a obra da cantora. O Festival Cultural Clara Nunes faz parte dos eventos culturais da cidade e todo ano é realizado no mês de agosto, mês de nascimento de Clara Nunes. Em 4 de agosto de 2007, na abertura do 2º Festival, a Prefeitura Municipal de Caetanópolis inaugurou a Casa de Cultura Clara Nunes, onde havia sido o cinema da cidade e onde a Clara se apresentou pela primeira vez. A Casa de Cultura Clara Nunes, administrada pela Secretaria Municipal de Cultura, é local onde se realizam oficinas de dança, música, pintura e teatro, oferecidas gratuitamente à população. Instituto Cultural Clara Nunes - O Instituto Clara Nunes foi fundado em 19 de maio de 2005 pela irmã de Clara, Maria Gonçalves (a Dindinha), conhecida na cidade como Mariquita, e está instalado no mesmo prédio onde funciona a Creche Clara Nunes e o Artesanato Ponto de Luz, que produz tapetes cuja venda ajuda na manutenção da Creche. O Instituto foi criado para administrar e zelar pelo acervo da cantora. Em agosto de 2012 será inaugurado o Memorial Clara Nunes, com a exposição do acervo.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Clara_Nunes


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sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Duo Ciriema

Foto de Duo Ciriema

Duo Ciriema foi uma dupla de música sertaneja formada inicialmente por Aparecida Martins Batista (Franca, 22 de maio de 1940 - São Paulo, 17 de julho de 2011) e Irene Campos Mendonça (Franca, 11 de dezembro de 1939), tendo sido substituída logo depois por Irene Lopes (Franca, 1941).[1][2][3][4]

A dupla iniciou carreira em 1959. Em 1960, passou a cantar na Rádio Nacional, no programa “Alvorada cabocla”. Em setembro do mesmo ano, gravou seu primeiro disco, contendo a canção rancheira “Não beba mais não”, de Jeca Mineiro e Orlandinho, e o bolero “Mais uma lição”, de Nonô Basílio. Acompanhada do sanfoneiro Orlandinho, a dupla passou a cantar em diversas rádios paulistas, tendo participado de programas na Nacional, na América, na Bandeirantes e na Piratininga.[1]

Em maio de 1961, lançou o segundo disco contendo a huapango “Pecado de amor”, de Nízio e Piraci e o bolero “Sonhando contigo”, de Junquinha, Junqueira e Paulo Jorge. No mesmo ano, gravou seu maior sucesso, a guarânia “Colcha de retalhos”, de Raul Torres. Pela mesma época, iniciou uma excursão ao Nordeste do Brasil levando a música sertaneja, onde, até então, somente predominavam o frevo e o forró. Apresentou-se na Bahia, Rio Grande do Norte, Alagoas, Sergipe, Paraíba e Ceará. Em janeiro de 1962, lançou o bolero “Beijos proibidos”, de Raimundo Teles e Antônio Mendes, e o rasqueado “Indiazinha”, de Paulo Borges e Doralice Ferreira.

Ainda em 1962, lançou o rasqueado “Não bebas mais”, de Nízio e Piraci. Em 1963, gravou dois de seus maiores sucessos, o rasqueado “Oh! Ciriema”, de Mário Zan e Nhô Pai e “Bebida não mata saudades”, canção rancheira de Benedito Seviero e Luiz de Castro. Lançou, também, com grande sucesso, inclusive em Assunção, Paraguai, “Lencinho de nhanduti”, de Piraci e Nhô Fio. Em 1964, a dupla fez temporada no país vizinho. De lá trouxe a composição “Saudade”, uma guarânia do escritor e embaixador Mário Palmeiro. A dupla se afastou da vida artística um pouco depois.

Em 1972, gravou de Serrinha e Athos Campos, “Chitãozinho e Xororó”, retornando à vida artística. Gravou também “Como era bom aquele tempo”, de César e Cirus, “Rogo ao senhor”, de J. K. Filho e Miguel da Portela e “Hei de vencer”, de Capitão Furtado e Juvenal Fernandes. Em 1973, lançou novo LP, onde gravou “Saudade”, guarânia de Mário Palmeiro, até então inédita. Gravou também “Mensagem de esperança”, de Capitão Furtado e João Pacífico, que se tornou tema de uma novela do Capitão Furtado com o mesmo nome. Regravou também “Não beba mais não”, de Jeca Mineiro e Orlandinho, a primeira gravação e sucesso do duo.

Em 1975, gravou LP pela Copacabana em que se destacaram, entre outras, “Onde tu irás sem mim”, de J. K. Filho e Zito Berdinato e “Vivo chorando”, de Everaldo Ferraz e Silvia Boanato. Em 1978 gravou “Mensagem de esperança”, de Ariovaldo Pires e joão Pacífico.

O Duo Ciriema deixou a vida artística em fins dos anos 70. Em 1994 a BMG relançou “Não beba mais não”, no CD “Acervo especial sertanejo”. Em 1996 a BMG relançou “Mais uma lição” e “Colcha de retalhos” no CD “Meio século de música sertaneja - volume 2”.

Recentemente, a dupla foi homenageada por Inezita Barroso no programa Viola Minha Viola exibido em 14 de agosto de 2011, especialmente pela morte de Aparecida, a Cida, devido a um câncer.[5]

Cida faleceu no dia 17 de julho de 2011, às 18:30 hs, em São Paulo, aos 71 anos, quando completaria 52 anos de carreira. Irene Lopes mora na região de Campinas ainda aparece em programas de moda de viola, agora com Iara e Pontelli.[6] Irene Campos Mendonça mora na região da Água Branca, em São Paulo.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Duo_Ciriema

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quarta-feira, 14 de novembro de 2012

As irmãs Galvão - Dupla Sertaneja


Dupla formada pelas irmãs Mary Zuil Galvão - Ourinhos, SP-1940, e Marilene Galvão - Palmital, SP-1942.

Já na infância, as duas irmãs iniciaram contato com a música. Marilene aprendeu a tocar viola e violão e Mary, sanfona. Mary começou a cantar aos seis anos e Marilene um ano depois.

Em 1947, incentivadas pelo pai, apresentaram-se em Sapezal, interior de São Paulo, onde moravam. Com o apoio da família, as meninas passaram a se apresentar em programas de auditório na Rádio Marconi, em Paraguaçu Paulista, levantando admirações. Quase dois anos depois passaram a atuar no programa "Pingo de gente", na Rádio Difusora de Assis (SP), com o salário de 20 cruzeiros mensais. Em 1950, foram contratadas pela Rádio Clube Maringá.

Em 1952, foram para São Paulo com os pais, convidadas por Miguel Leuzi, radialista incentivador da música cabocla. O convite introduziu a dupla no programa "Torre de Babel", da Rádio Piratininga. As irmãs começaram no programa a atuar ao lado de artistas já famosos como Nélson Gonçalves e Dolores Duran. No mesmo período também atuaram no programa "Tenda de Salomão", da mesma emissora. Foram então contratadas pela Rádio Nacional de São Paulo e passaram a se apresentar em programas da emissora e associadas, como "Ronda dos bairros" e "Caravana de alegria", transmitidos do Cine Oásis.

Ainda em 1952, estrearam na Rádio Bandeirantes no programa "Serra da Mantiqueira", com o comando de Biguá e Capitão Barduíno. Encontraram os ídolos que costumavam ouvir antes com o pai pela Rádio Record, única emissora da capital que alcançava o interior: Cascatinha e Inhana, Serrinha, Caboclinho e Riellinho e Tonico e Tinoco, já renomados artistas. No mesmo ano foram convidadas a gravar por Biguá, encarregado do setor sertanejo da RCA. Uma das canções escolhidas para o disco foi "Não me abandones", de Zacarias Mourão e Zé do Rancho.

Em 1953, foram para a Rádio Cultura e receberam do animador Osvaldo Soares, do programa "Domingo alegre", o slogan: "Uma sanfona, um violão, duas jovens criativas que formam o duo Irmãs Galvão". Em 1955 gravaram "Rincão guarany" e "Carinha de anjo". Após rápida passagem pela Rádio América, foram contratadas pela Rádio Bandeirantes, lá permanecendo por 10 anos.

Em 1959 gravaram na Chantecler os boleros mambo "Povo", de Valdez e Carlos Américo e "Filhinho teu", de Moreninho e Bom Junior. No mesmo ano alcançaram sucesso com a guarânia "Quero beijar-te as mãos", de Arsênio de Carvalho e Lourival Faissal. Em 1960 gravaram na Philips os boleros "Pressentimento", de Nízio e "Triste abandono", de J. M. Alves e Zacarias Mourão. Na Bandeirantes, as Irmãs Galvão incursionaram em interpretações do repertório da MPB, acompanhadas por Sílvio Mazzuca e sua Orquestra, sem jamais abandonar o gênero sertanejo.

Em 1962 gravaram na RCA, de Nhô Filho o rasqueado "Fim de baile", de Nonô Basílio, o bolero "Grande verdade" e de Jeca Mineiro a cançao rancheira "Sorriso amargo".

Em 1963 gravaram o corrido "Fronteiriça", de Jesus Ramos e Ariovaldo Pires e a guarânia "Pecado loiro", de Biá e Zacarias Mourão.

Em 1973, afastaram-se da vida artística, retornando em 1979 com o LP "Riozinho", com o qual venceram o Festival Nacional de Música Sertaneja. No mesmo ano gravaram "Pinho sofredor", de Ariovaldo Pires e Fêgo Camargo. Abertas às novas tendências da música regional, foram a primeira dupla a gravar lambada, recebendo um disco de ouro com a música "No calor dos teus braços", de Nicério Drumond e Cecílio Nenna, em 1986.

Em 1992, lançaram um novo LP pela Warner, com a produção de Paulo Debétio, em que interpretavam composições de Chico Buarque, Vinícius de Morais, Baden Powell, João Bosco e Raul Seixas, ao lado de José Fortuna, Paulo Debétio e outros compositores sertanejos. Esse disco foi o 51º das Irmãs Galvão, também lançado em CD. Neste disco estão sucessos que marcaram época, como "Meu primeiro amor", "Negue" e "As rosas não falam".

Em 1993, receberam o Prêmio Sharp de Melhor Dupla Sertaneja do Ano. As Irmãs Galvão são a mais antiga dupla sertaneja feminina em atividade no Brasil. Comemorou seus 50 anos de carreira com um show no Parque da Água Branca, em São Paulo, contando com mais de 6 mil pessoas, sendo homenageadas por Tonico e Tinoquinho, Sula Miranda e Cézar e Paulinho, entre outros. Destacam-se em sua longa carreira, discos como "Lembrança", pela Warner, "Olhos de Deus", pela Continental East West, incluindo a moda de viola "Rei do gado", de Teddy Vieira, o bolero "Pedaço de mim", de Elias Muniz, a toada "Cheiro de relva", de José Fortuna e Dino Franco, e o pagode "As três maravilhas", de Moacyr dos Santos e Paraíso, além da faixa "Olhos de Deus", de Fátima Leão. Destacam-se também sucessos como "Coração laçador", de Carlos Puppy, e a guarânia "Pedacinhos", de Carlos Randall.

Nos anos 1990 apresentaram-se diversas vezes em programas como "Viola minha viola", de Inezita Barroso e "Família sertaneja", de Marcelo Costa. Em 1996 gravaram "Pai João", de Tião Carreiro e Zé Carreiro no CD "Saudades de Tião Carreiro", lançado pela Warner. Em 1999 participaram no programa "Viola minha viola", de especial em homenagem ao compositor João Pacífico, de quem gravaram algumas composições.

Em 2002 lançaram pela Chantecler o CD "As Galvão", no qual interpretam, entre outras, "Triste berrante", de Adalto Santos, "Tristeza do Jeca", de Angelino de Oliveira, "Beijinho doce", de Nhô Pai, "Chalana", de Ma'rio Zan e Arlindo Pinto e "Cabocla Tereza", de João Pacífico e Raul Torres. Por essa época, passaram a adotar o nome artístico de "As Galvão". Sempre apresentando-se em diversos programas de rádio e TV, em 2007, foram convidadas de Inezita Barroso, a participarem da edição do programa "Viola, minha viola", comemorativa do aniversário da cantora/apresentadora. Na ocasião, apresentaram-se com Mário Campanha, que trabalha com elas desde 1981 e interpretaram "Amor e felicidade", de Zacarias Mourão e Goiá e "Manhã de Amor", de José Fortuna e Carlos César. No mesmo ano, apresentaram-se no programa "Terra Nativa", comandado pela dupla Guilherme e Santiago, na TV Bandeirantes. Na ocasião, emocionaram o público interpretando "Cheiro de relva", José Fortuna, "Cabecinha no obro", de P. Borges, "Meu primeiro amor", de José Fortuna e Pinheirinho, entre outras.

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terça-feira, 13 de novembro de 2012

Cazuza - Cantor


Cazuza (nome artístico de Agenor de Miranda Araújo Neto; Rio de Janeiro, 4 de abril de 1958 — Rio de Janeiro, 7 de julho de 1990) foi um cantor e compositor brasileiro que ganhou fama como vocalista e principal letrista da banda Barão Vermelho.[1] Sua parceria com Roberto Frejat foi criticamente aclamada. Dentre as composições famosas junto ao Barão Vermelho estão "Todo Amor que Houver Nessa Vida", "Pro Dia Nascer Feliz", "Maior Abandonado", "Bete Balanço" e "Bilhetinho Azul".

Cazuza é considerado um dos maiores compositores da música brasileira. Dentre seus sucessos musicais em carreira solo, destacam-se "Exagerado", "Codinome Beija-Flor", "Ideologia", "Brasil", "Faz Parte do meu Show", "O Tempo não Pára" e "O Nosso Amor a Gente Inventa". Cazuza também ficou conhecido por ser rebelde, boêmio e polêmico, tendo declarado em entrevistas que era bissexual. Em 1989 declarou ser soropositivo(termo usado para descrever a presença do vírus HIV, causador da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida - AIDS - no sangue) e sucumbiu à doença em 1990, no Rio de Janeiro.

Biografia - Infância e adolescência

Filho de João Araújo, produtor fonográfico, e de Lucinha Araújo, Cazuza recebeu o apelido mesmo antes do nascimento. Agenor, seu verdadeiro nome foi recebido por insistência da avó paterna.[1] Na infância, Cazuza nem sequer sabia seu nome de batismo, por isso não respondia à chamada na escola. Só mais tarde, quando descobre que um dos compositores prediletos, Cartola, também se chamava Agenor (na verdade, Angenor, por um erro do cartório), é queCazuza começa a aceitar o nome.[2]

Cazuza sempre teve contato com a música. Influenciado desde pequeno pelos grandes nomes da música brasileira, ele tinha preferência pelas canções dramáticas e melancólicas, como as de Cartola, Dolores Duran, Lupicínio Rodrigues, Noel Rosa, Maysa eDalva de Oliveira. Era também grande fã da roqueira Rita Lee, para quem chegou a compor a letra da canção "Perto do fogo", que Rita musicou. Cazuza cresceu no bairro do Leblon e estudou no Colégio Santo Inácio até mudar para o Colégio Anglo-Americano, para evitar reprovação. Como os pais às vezes saíam à noite, o filho único ficava na companhia da avó materna, Alice.[3] Por volta de 1965 começou a escrever letras e poemas, que mostrava à avó. Graças ao ambiente profissional do pai, Cazuza cresceu em volta dos maiores nomes da música popular brasileira, como Caetano Veloso, Elis Regina, Gal Costa, Gilberto Gil, João Gilberto, Novos Baianos, entre outros. A mãe, Lucinha Araújo, também cantava e gravou três discos.

Em 1972, tirando férias em Londres, Cazuza conheceu as canções de Janis Joplin, Led Zeppelin e Rolling Stones, e logo tornou-se um grande fã. Por causa da promessa do pai, que disse que lhe presentearia com um carro caso ele passasse no vestibular, Cazuza foi aprovado em Comunicação em 1976, mas desistiu do curso três semanas depois. Mais tarde começou a frequentar o Baixo Leblon, onde levou uma vida boêmia. Assim, João Araújo criou um emprego para ele na gravadora Som Livre, da qual ainda é presidente.[3] NaSom Livre, Cazuza trabalhou no departamento artístico, onde fez triagem de fitas de novos cantores. Logo depois trabalhou na assessoria de imprensa, onde escreveu releases para divulgar os artistas. No final de 1979 fez um curso de fotografia na Universidade da Califórnia em Berkeley, Estados Unidos. Lá, descobriu a literatura da Geração Beat, os chamados poetas malditos, que mais tarde teria grande influência na carreira. Em 1980 retornou ao Rio de Janeiro, onde ingressou no grupo teatral Asdrúbal Trouxe o Tromboneno Circo Voador.[2] Foi nessa época que Cazuza cantou em público pela primeira vez. O cantor e compositor Léo Jaime, convidado para integrar uma nova banda de rock de garagem que se formava no bairro carioca do Rio Comprido não aceitou, mas indicou Cazuza aos vocais. Daqueles ensaios na casa do tecladista Maurício Barros, nasceu o Barão Vermelho.[4]

Barão Vermelho

O Barão Vermelho, que até então era formado por Roberto Frejat (guitarra), Dé Palmeira (baixo), Maurício Barros (teclados) e Guto Goffi (bateria), gostou muito do vocal berrado de Cazuza. Em seguida, Cazuza mostra à banda letras que havia escrito e passa a compor com Roberto Frejat, formando uma das duplas mais festejadas do rock brasileiro.[5] Dali para frente, a banda que antes só tocava covers passa a criar um repertório próprio. Após ouvir uma fita demo da banda, o produtor Ezequiel Neves convence o diretor artístico da Som Livre, Guto Graça Mello, a gravar a banda.[3] Juntos convencem o relutante João Araújo a apostar no Barão.

Com uma produção barata e gravado em apenas dois dias, é lançado em 1982 o primeiro álbum da banda, Barão Vermelho. Das canções mais importantes, destacam-se "Bilhetinho Azul", "Ponto Fraco", "Down Em Mim" e "Todo Amor Que Houver Nessa Vida". Apesar de ser aclamado pela crítica, o disco vendeu apenas sete mil cópias.[3] Depois de alguns shows no Rio de Janeiro e em São Paulo, a banda voltou ao estúdio e com uma melhor produção gravou o disco Barão Vermelho 2, lançado em 1983. Esse disco vendeu 15 mil cópias. Foi nessa fase que, durante um show no Canecão, Caetano Veloso apontou Cazuza como o maior poeta da geração e criticou as rádios por não tocarem a banda. Na época as rádios só tocavam pop brasileiro e MPB. O rótulo de "banda maldita" só abandonou o Barão Vermelho quando o cantor Ney Matogrosso gravou "Pro Dia Nascer Feliz". Era o empurrão que faltava, e a banda ganhou vida pública própria.

Maior Abandonado e Rock in Rio

A banda foi convidada a compor e gravar o tema do filme Bete Balanço. A canção-título tornou-se um dos grandes clássicos da banda, impulsionando o filme que vira sucesso de bilheteria. A canção também impulsionou as vendas do terceiro disco do Barão, Maior Abandonado, lançado em outubro de 1984, que conquistou disco de ouro, registrando outras composições como "Maior Abandonado" e "Por Que a Gente é Assim?". Em 15 e 20 de janeiro de 1985, o Barão Vermelho se apresentou na primeira edição do Rock in Rio.[5]A apresentação da banda no quinto dia tornou-se antológica por coincidir com a eleição do presidente Tancredo Neves e com o fim daDitadura Militar. Cazuza anunciou esse fato ao público presente e para comemorar, cantou "Pro Dia Nascer Feliz".

"Não divido nada, muito menos o palco"

Cazuza deixou a banda a fim de ter liberdade para compor e se expressar, musical e poeticamente. Em julho de 1985, durante os ensaios do quarto álbum, Cazuza deixou o Barão Vermelho para seguir carreira solo. Suspeita-se que nesse mesmo ano começou a ter febre diariamente, indícios da AIDS que se agravaria anos depois. Ezequiel Neves (faleceu no dia 7 de julho de 2010), que trabalhou com o Barão, dividiu-se entre a banda e a carreira solo de Cazuza. "Fui 'salomônico'", declarou em entrevista ao Jornal do Commercio, em 2007, quando Cazuza completaria 49 anos.

Carreira solo - Exagerado e Só Se For A Dois

Em agosto de 1985, Cazuza é internado para ser tratado por uma pneumonia. Cazuza exigiu fazer um teste de HIV, do qual o resultado foi negativo. Em novembro de 1985 foi lançado o primeiro álbum solo, Exagerado. "Exagerado", a faixa-título composta em parceria com Leoni, se torna um dos maiores sucessos e marca registrada do cantor.[5] A canção "Só As Mães São Felizes" foi vetada pela censura. Gravou o segundo álbum no segundo semestre de 1986; como a Som Livre rompeu com seu elenco de artistas,Só Se For A Dois foi lançado pela PolyGram (agora Universal Music Group) em 1987. Logo depois, a PolyGram contratou Cazuza. Só Se For A Dois mostrou temas românticos como "Só Se For A Dois", "O Nosso Amor A Gente Inventa", "Solidão Que Nada" e "Ritual".

Ideologia e O Tempo Não Pára

A AIDS se manifestou em 1987; Cazuza foi internado com pneumonia, e um novo teste revelou que o cantor era portador do vírus HIV. Em outubro, Cazuza foi internado na Clínica São Vicente, no Rio de Janeiro, para ser tratado por uma nova pneumonia. Em seguida, ele é levado pelos pais aos Estados Unidos. Lá, foi submetido a um tratamento a base de AZT durante dois meses no New England Hospital, de Boston. Ao voltar ao Brasil no começo de dezembro de 1987, Cazuza inicia as gravações para um novo disco. Ideologiade 1988, inclui os hits "Ideologia", "Brasil" e "Faz Parte Do Meu Show". "Brasil", em versão de Gal Costa foi tema de abertura da telenovela Vale Tudo, da Rede Globo.
Os shows se tornam mais elaborados e a turnê do disco Ideologia, dirigido por Ney Matogrosso, viajou por todo o Brasil. O Tempo Não Pára, gravado no Canecão durante esta turnê, foi lançado em 1989. O disco se tornou o maior sucesso comercial superando a marca de 500 mil cópias vendidas. A faixa "O Tempo Não Pára" tornou-se um de seus maiores sucessos. Também destacam-se "Todo Amor Que Houver Nessa Vida" com um novo arranjo mais introspectivo, "Codinome Beija-Flor" e "Faz Parte Do Meu Show". "O Tempo Não Pára" também foi lançado em VHS pela Globo.[4]

Burguesia

Em fevereiro de 1989 Cazuza declarou publicamente que era soropositivo, ajudando assim a criar consciência em relação à doença e aos efeitos dela. Compareceu na cerimônia do Prêmio Sharp numa cadeira de rodas, e recebeu os prêmios de melhor canção para "Brasil" e de melhor álbum para Ideologia. Burguesia (1989) foi gravado com o cantor numa cadeira de rodas e com a voz nitidamente enfraquecida.[1] É um álbum duplo de conceito dual, sendo o primeiro disco com canções de rock brasileiro e o segundo com canções de MPB. Burguesia foi o último disco gravado por Cazuza e vendeu 250 mil cópias.[2] Cazuza recebeu o Prêmio Sharp póstumo de melhor canção com "Cobaias de Deus".

Morte

Em outubro de 1989, depois de quatro meses a base de um tratamento alternativo em São Paulo, Cazuza partiu novamente para Boston, onde ficou internado até março de 1990 voltando assim para o Rio de Janeiro. No dia 7 de julho de 1990, Cazuza morre aos 32 anos por um choque séptico causado pela AIDS. No enterro compareceram mais de mil pessoas, entre parentes, amigos e fãs. O caixão, coberto de flores e lacrado, foi levado à sepultura pelos ex-companheiros do Barão Vermelho. Cazuza foi enterrado no cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro.[5]

Legado

Em apenas nove anos de carreira, Cazuza deixou 126 canções gravadas, 78 inéditas e 34 para outros intérpretes. Após sua morte, os pais fundaram a Sociedade Viva Cazuza, em 1990. A Sociedade Viva Cazuza tem como intenção proporcionar uma vida melhor a crianças soropositivas através de assistência à saúde, educação e lazer. Em 1997, a cantora Cássia Eller lançou o álbum Veneno AntiMonotonia, que traz somente composições de Cazuza.[1]

As canções de Cazuza já foram reinterpretadas pelos mais diversos artistas brasileiros dos mais diversos gêneros musicais. A Som Livre realizou o show Tributo a Cazuza, em 1999, posteriormente lançado em CD e DVD, do qual participaram Ney Matogrosso, Barão Vermelho, Engenheiros do Hawaii, Kid Abelha, Zélia Duncan, Sandra de Sá, Arnaldo Antunes e Leoni. No ano 2000 foi exibido no Rio de Janeiro e em São Paulo o musical Casas de Cazuza, escrito e dirigido por Rodrigo Pitta, cuja história tem base nas canções de Cazuza. Em 2004 foi lançado o filme biográfico Cazuza - O Tempo Não Pára de Sandra Werneck.[4]

Artistas relacionados

Dentre diversos artistas relacionados a Cazuza, estão Simone ("O Tempo Não Pára" e "Codinome Beija-Flor"), Leoni (com quem compôs o maior sucesso, "Exagerado"), Léo Jaime (que apresentou Cazuza para a banda Barão Vermelho quando esta já estava formada e precisando de um vocalista para completar a banda), Lobão, tanto pela amizade com Cazuza quanto pela influência de um em outro, por ter sido grande inspiração no começo da carreira[4], Cássia Eller por ter sido a intérprete que mais gravou canções de Cazuza, Arnaldo Antunes pela influência marcante, Bebel Gilberto pela amizade e parceria em algumas canções, Ney Matogrosso por ter sido namorado, Renato Russo, por ter homenageado duas vezes o ex-vocalista do Barão (com a canção em inglês Feedback Song For a Dying Friend e com a regravação de Quando Eu Estiver Cantando no show Viva Cazuza, em 1990) e Frejat, por ter sido um grande amigo e seu principal parceiro em composições musicais.[2]

Carreira solo

A vendagem de álbuns de Cazuza praticamente dobraram após a sua morte; Ideologia e O Tempo Não Pára chegaram à marca de 1 milhão de discos vendidos após a morte do cantor no ano de 1990.[6]

http://pt.wikipedia.org/wiki/Cazuza


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