Riley Ben King,
mais conhecido como B. B. King, (Itta Bena, Mississippi,
16 de setembro de 1925 – Las Vegas, 14 de maio de 2015) foi um guitarrista de blues, compositor e
cantor estado-unidense. O "B. B." em seu nome significaBlues Boy, seu
pseudônimo como moderador na rádio W. Foi considerado, ao lado de Eric
Clapton e Jimi Hendrix, um dos melhores guitarristas do mundo
pela revista norte-americana Rolling
Stone. Ao longo da sua carreira, B.B. King foi distinguido com 15 prémios Grammy, tendo sido
o criador de um estilo musical único e que faria dele um dos músicos mais
respeitados e influentes de blues, tendo ganho o epíteto de Rei dos Blues.1
Era apreciado
por seus solos, nos quais, ao contrário de muitos guitarristas, preferia usar
poucas notas. Certa vez, B.B. King teria dito: "posso fazer uma nota valer
por mil".
Riley Ben King
nasceu numa fazenda de algodão em 16 de setembro de 1925 em Itta Bena,
perto de Indianola, noMississippi, Estados
Unidos.
Teve uma
infância difícil – aos 9 anos, vivia sozinho e colhia algodão para se
sustentar. Começou por tocar, a troco de algumas moedas, na esquina da Second
Street. Chegou mesmo a tocar em quatro cidades diferentes aos sábados à noite.
No ano de
1947, partia para Memphis, no Tennessee,
apenas com sua guitarra e $2,50 dólares. Como
pretendia seguir a carreira musical, a cidade de Memphis, onde se cruzavam
todos os músicos importantes do sul dos Estados Unidos, sustentava uma vasta
competitiva comunidade musical em que todos os estilos musicais negros eram
ouvidos.
Nomes como Django
Reinhardt, Blind Lemon Jefferson, Lonnie Johnson, Charlie
Christian e T-Bone Walkertornaram-se ídolos de B. B. King.
"Num
sábado à noite ouvi uma guitarra elétrica que não estava a tocar musica gospel
negra. Era T-Bone interpretando "Stormy Monday" e foi o som mais belo
que alguma vez ouvi na minha vida." recorda B. B. King, "Foi o que
realmente me levou a querer tocar blues".
A primeira
grande oportunidade da sua carreira surgiu em 1948, quando atuou no programa de
rádio de Sonny Boy Williamson, na estação KWEM, de
Memphis. Sucederam-se atuações fixas no "Grill" da Sixteenth Avenue e
mais tarde um anúncio publicitário de 10 minutos na estação radiofónica WDIA,
com uma equipe e direção exclusivamente negra. "King’s Sport",
patrocinado por um tônico, tornou-se então tão popular que aumentou o tempo de
transmissão e se transformou no "Sepia Swing Club".
King precisou
de um nome artístico para a rádio. Ele foi apelidado de "Beale Blues
Boy", como referência à música "Beale Street Blues", foi
abreviado para "Blues Boy King" e eventualmente para B. B. King. Por
mera coincidência, o nome de KING já incluía a simples inicial "B",
que não correspondia a qualquer abreviatura.
Pouco depois
do seu êxito "Three O'Clock Blues", em 1951, B. B. King começou a
fazer turnês nacionais sem parar, atingindo uma média de 275 concertos/ano. Só
em 1956 B. B. King e a sua banda fizeram 342 concertos! Dos pequenos cafés,
teatros de "gueto", salões de dança, clubes de jazz e de rock,
grandes hotéis e recintos para concertos sinfônicos aos mais prestigiados
recintos nacionais e internacionais, B.
B. King depressa se tornou o mais conceituado músico de blues dos últimos 40 anos, desenvolvendo um dos mais prontamente identificáveis estilos musicais de guitarra, a nível mundial.
B. King depressa se tornou o mais conceituado músico de blues dos últimos 40 anos, desenvolvendo um dos mais prontamente identificáveis estilos musicais de guitarra, a nível mundial.
O seu estilo
foi inspirador para muitos guitarristas de rock. Mike
Bloomfield, Albert Collins, Buddy Guy, Freddie
King, Jimi Hendrix, Otis Rush, Johnny
Winter, Albert King, Eric
Clapton, George Harrison e Jeff Beck foram
apenas alguns dos que seguiram a sua técnica como modelo. Era considerado o
melhor guitarrista do mundo por Hendrix.
Em 1969, B. B.
King foi escolhido para a abertura de 18 concertos dos Rolling
Stones. Em 1970 fez uma turnê por Uganda, Nigéria e Libéria, com
o patrocínio governamental dos Estados Unidos.
Começou a
participar da maioria dos festivais de Jazz por todo o mundo, incluindo o
Newport Jazz Festival e o Kool Jazz Festival New York, e sua presença tornou-se
regular no circuito por universidades e colégios.
Em 1989 fez
uma turnê de três meses pela Austrália, Nova
Zelândia, Japão, França, Alemanha Ocidental,Países
Baixos e Irlanda, como convidado especial dos U2, participando igualmente
no álbum Rattle and Hum, deste grupo, com o tema "When Love Comes to
Town".
Em 26 de julho
de 1996, aproveitando ter um concerto agendado para Stuttgart, deslocou-se
de propósito de avião até à base aérea de Tuzla, para atuar perante tropas da Suécia, Rússia, Bélgica e
Estados Unidos, estacionadas na Bósnia e Herzegovina num esforço conjunto
de manutenção da paz. No dia seguinte, voou para a base aérea de Kapsjak, para
nova atuação junto de tropas norte-americanas. B. B. King confessa: "Foi
emocionante atuar para estes homens e mulheres. Apreciamo-los e queremos que
eles saibam que têm o nosso total apoio na sua árdua tarefa de manutenção da
paz."
B. B. King
terminou 1996 com uma turnê pela América
Latina, com concertos no México, Brasil, Chile,Argentina, Uruguai e,
pela primeira vez, no Peru e Paraguai. O "Rei dos Blues" totalizou mais de 90
países onde atuou.
Ao longo dos
anos foi agraciado com diversos Grammy
Awards: melhor desempenho vocal masculino de Rhythm & Blues, em 1970,
com "The Thrill is Gone", melhor gravação étnica ou tradicional, em
1981, com "There Must Be a Better World Somewhere", melhor gravação
de Blues tradicionais, em 1983, com "Blues'N Jazz" e em 1985 com
"My Guitar Sings the Blues". Em 1970, Indianopola Missisipi
Seeds concede-lhe o "Grammy" de melhor capa de álbum. A Gibson Guitar Co. nomeou-o
"Embaixador das guitarras Gibson no Mundo".
Últimos dias e
morte[editar | editar código-fonte]
No início de
abril, B.B. King foi internado no hospital depois de sofrer de desidratação
causada pelo diabetes tipo 2, doença com a qual
convivia há mais de 20 anos.23 Estava
com uma turnê marcada para 2015, mas teve que desmarcar os shows por causa da
doença. Durante uma apresentação em Chicago em outubro, o músico passou mal no
palco devido a desidratação e esgotamento. Ainda faltavam oito apresentações
para terminar a temporada.4 5
King morreu na
madrugada de 15 de maio de 2015, enquanto dormia, aos 89 anos.6 7 8 O médico
do músico, Darin Brimhall, e o legista John Fudenberg disseram à agência que o
termo técnico para a causa da morte é demência vascular.9 Brimhall
disse que os AVCs de B.B. King resultaram da redução do fluxo sanguíneo em
consequência de diabetes crônica.10
Guitarras[editar | editar código-fonte]
Uma das
imagens de marca de King é chamar as suas guitarras o nome de
"Lucille" - uma tradição que vem desde a década de 1950. No inverno
de 1949, King se apresentou num salão de dança em Twist, no Arkansas. Com o
intuito de aquecer o salão, acendeu-se um barril meio cheio de querosene no
centro do salão, prática muito comum na época. Durante a apresentação, dois
homens começaram a brigar e entornaram o barril que imediatamente espalhou
chamas por todo o lado. Durante a evacuação, já fora do estabelecimento, King
apercebeu-se de que tinha deixado a sua guitarra de 30 dólares no edifício em
chamas. Voltou a entrar no incêndio para reaver a sua Gibson acústica,
escapando por um triz. Duas pessoas morreram no fogo. No dia seguinte, soube
que os dois homens tinham começado a briga devido a uma mulher chamada Lucille.
A partir dessa altura, passou a designar as suas guitarras por esse nome, para
"se lembrar de nunca brigar por uma mulher e nunca mais entrar em um bar
em chamas."
King iniciou
utilizando uma Fender Telecaster. Passou a utilizar uma Gibson
ES-335, modelo que foi substituído pela B. B. King Lucille, um modelo baseado
na ES-345. No dia 19 de dezembro de 1997, apresentou Lucille ao Papa João Paulo II em um concerto no Vaticano No
dia 5 de novembro de 2000, doou uma cópia autografada de Lucille para o Museu
de Música Nacional, Estados Unidos.
Legado[editar | editar código-fonte]
Foi
considerado um dos melhores guitarristas de todos os tempos pela revista
norte-americana Rolling Stone.11
Honras e
prêmios[editar | editar código-fonte]
Em 15 de
dezembro de 2006 o Presidente americano George
W Bush premiou King com a Medalha Presidencial da Liberdade.
Em 2004, ele
foi premiado como Ph.D honorário da Universidade de Mississippi e o
Conservatório Sueco Real lhe premiou com o Prêmio de Música Popular, por suas
contribuições significantes para o blues.
King foi
agraciado com a Medalha Nacional de Artes, em 1990, nos Estados
Unidos.
Ganhador de
diversos Grammys de
1971 a 2006.
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