Sá e Guarabyra é
uma dupla musical brasileira formada em 1973 pelos compositores e cantores Luíz
Carlos Pereira de Sá (Rio de Janeiro, 15 de
outubro de 1945) e Guttemberg Nery Guarabyra Filho (Barra, Bahia, 20 de
novembro de 1947).
O primeiro
sucesso de Guttemberg Guarabyra veio em outubro de 1967, quando fica em
primeiro lugar no Festival Internacional da Canção com
a música "Margarida" apresentada com o Grupo Manifesto, do qual fazia
parte.1 Já
Luiz Carlos Sá teve seu primeiro grande sucesso gravado por Pery
Ribeiro em 1966, "Giramundo". Eram artistas solo até os dois
formarem, juntamente com Zé Rodrix (que
antes era do grupo Som
Imaginário), a banda de rock rural Sá, Rodrix e Guarabyra, que alcançou o
sucesso a partir de 1971, gravando dois LPs pela Odeon — Passado,
presente e futuro e Terra 2 —
e se apresentaram, em julho de 1972, em um espetáculo no Teatro Opinião, no Rio de
Janeiro, seguido de espetáculos e aparições na televisão. Nessa época, Sá e
Guarabyra receberam prêmios de publicidade pelo jingle "Só
Tem Amor Quem Tem Amor pra Dar", criado para a Pepsi.
Em 1973, Zé
Rodrix separou-se do grupo, e então a formação passou a ser Sá & Guarabyra
em definitivo.3 Gravariam
ainda pela Odeon os LPs Nunca (1973) e Cadernos de viagem (1975).
A dupla fez
grande sucesso nas décadas de 1970 e 80,
com as canções "Dona"
e "Espanhola", esta última composta com Flávio Venturini, em 1976. Outro sucesso foi a
canção "Verdades e Mentiras", uma entre as 100 canções mais tocadas
nas rádios do país no ano de 1985 4 ,
após ter sido incluída na trilha sonora da telenovela Roque
Santeiro da Rede Globo. 5 6
Em 2001 houve
o retorno de Zé Rodrix, gerando o primeiro DVD do trio, "Outra Vez na
Estrada" e em 2009 o lançamento do quarto disco reunindo o trio:
"Amanhã".
Rock rural é
um estilo musical criado
por Sá, Rodrix e Guarabyra, João Carlos de Lima
e J.C. Grein Xavier e Matheus na década
de 70, o rock rural incorporou influências do folk e da música
country anglo-saxônicos ao estilo da toada lusitana, com
uma linguagem poética que se refere aos temas do campo, resultando numa
musicalidade com ritmo de balada pop.
Num nível mais
específico, é possível encontrar uma variedade de denominações no que se refere
às versões urbanas do universo rural no formato de música
popular. O rock rural contribuiu para um processo de reavaliação da cultura
popular, que culminaria mais tarde com o estabelecimento dos valores do
mundo rural como algo cool, aceito pela população urbana.
Nesse
contexto, o rock rural foi um movimento pioneiro. Sem ter a intenção declarada
por seus criadores, utilizou a técnica da antropofagia criada por Oswald
de Andrade em Manisfesto Antropofágico,
parte do Movimento Modernista de 1922, que introduziu o Brasil nos
conceitos de vanguarda da produção cultural do
Ocidente no início do século XX.
Há vinte anos
seria impensável ter telenovelas de abrangência nacional tratando de temas
do mundo rural. A aceitação do universocaipira como
uma produção cultural de valor semelhante aos demais estilos estabelecidos e
aceitos como identidade nacional é um fenômeno recente e resultado de inúmeras
iniciativas. Dentre elas, o trabalho de pesquisa e registro da música caipira
(ou música sertaneja) levado a cabo por Marcus
Pereira tem um valor histórico monumental, semelhante à iniciativa
pioneira de Cornélio Pires na década
de 20. Porém, essa cultura rural, tendo como vanguarda a música, caipira,
de início, música sertaneja posteriormente, mesmo tendo um público
considerável, permanecia sob o rótulo de 'cultura de segunda categoria'. O
falar errado do peão, a gramática por
vezes imperfeita em clássicos como Tonico
& Tinoco. O próprio sotaque do 'erre' aberto era evitado, trocado pelo
'erre' de garganta – a porta pronunciada 'porrta', numa clara discriminação do
universo caipira – o falar do Jeca. A não
ser que fosse com caráter cômico, como
nas obras de Mazzaropi, o universo caipira era uma cultura de segunda
classe.
Retornando ao
rock rural, outros artistas desenvolveram a tendência incluindo outras sonoridades,
como o veterano da Jovem Guarda, Eduardo
Araújo. Sua versão do clássico "Telhado de Zinco" mostrava a
influência de Joe Cocker no estilo vocal e guitarras que
aprenderam a técnica de Jimi Hendrix, ambos imortalizados em Woodstock.
Depois vieram Renato
Teixeira, Zé Geraldo, Almir Sater.
A mudança de Sérgio Reis, da Jovem Guarda, "Coração de
Papel", para o campo sertanejo com "Menino da Porteira", foi um
fator relevante nesse processo antropofágico que finalmente estabeleceu o
universo rural como algo a ser respeitado pela 'intelligentsia' nacional como
um componente indispensável no caldeirão cultural brasileiro, entre outras
razões, por sua beleza peculiar.
A presença das
guitarras, a explosão sertaneja, a ocidentalização do universo caipira. Esse
fenômeno que está em pleno desenvolvimento deveu-se a vários fatores e recebeu
a contribuição de uma gama considerável de agentes culturais. Dentre eles, o
rock rural, anunciando alto e claro que ser caipira e sertanejo não é pra
qualquer peão, tem que ter poeira vermelha no coração, foi e continua sendo –
novos agentes culturais continuam desenvolvendo a tendência, por exemplo, o
cantor e compositor Landau 7 com
6 discos lançados de maneira independente,o artista segue, hoje, trabalhando
seu sétimo CD, intitulado "Casca Grossa" – um marco histórico a ser
registrado.
http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A1_e_Guarabyra
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