Do UOL, em São
Paulo
Morreu nesta
sexta-feira (13), aos 91 anos, a cantora Marlene, estrela
da era do rádio no Brasil, que fez sucesso junto a Emilinha Borba e outras
vozes surgidas na década de 40.
A informação
foi confirmada por funcionários do hospital Casa de Portugal, no bairro do Rio
Comprido, região central do no Rio de Janeiro, onde ela estava internada. O
hospital não informou a causa da morte. De acordo com informações da assessoria
da secretaria de Cultura do Estado do rio, o velório será realizado no sábado
no teatro João Caetano, no centro do Rio.
Nascida
Victória Bonaiutti de Martino, em 22 de novembro de 1922, no bairro da Bela
Vista, em São Paulo, Marlene era filha de imigrantes italianos e, embora tenha
estudado para ser contadora, resolveu investir na carreira artística. Adotou o
nome Marlene, em homenagem à atriz alemã Marlene Dietrich, para que seus pais,
extremamente conservadores, não descobrissem que era cantora.
Por volta de
1940, já cantava na Rádio Tupi. Quando foi descoberta pela mãe, resolveu se
mudar para o Rio de Janeiro, vencendo em 1949 o concurso Rainha do Rádio,
promovido pela Rádio Nacional, feito que a colocou no grupo das maiores
estrelas populares da época. O verso da música "Cantoras do Rádio",
imortalizada na voz de Carmem Miranda, é uma homenagem a Marlene e outras
estrelas da época, como Emilinha Borba, Linda e Dircinha Batista, todas já
mortas.
Marlene teve
seu primeiro álbum lançado em 1946. Era um compacto com as canções
"Coitadinho do Papai" e "Um Ano Depois". Sua produção foi
ininterrupta até o ano de 1979, com "Rainhas do Rádio". Depois,
lançou apenas mais quatro discos: "Há Sempre um Nome de Mulher"
(1987); "Os Ídolos do Rádio" (1988); "Marlene, Meu Bem"
(1996) e o último: "Estrela da Manhã" (1998).
Espirituosa, a
cantora não gostava de revelar idade. Dizia que nem mesmo ela sabia.
"Eu quero esse mistério. Um jornal botou que eu tenho 70 anos, outro
anunciou que eu tenho 68. Mas na realidade eu estou com cem anos. Firme, forte,
gostosa", disse em entrevista à jornalista Leda Nagle, no extinto
"Jornal da Manchete", no início dos anos 1990.
Marlene canta
"Quero sambar" de Zé Kéti (1958), em cena de "O Cantor e o
Milionário", de José Carlos Burle
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