Mussum (nome
artístico de Antônio Carlos Bernardes Gomes, Rio de Janeiro, 7 de abril de 1941 — São Paulo, 29 de julho de 1994) foi um músico,humorista, ator e comediante brasileiro[1][2]
Como músico
foi membro do grupo de samba Os Originais do Samba e como humorista,
do grupo Os Trapalhões.
Mussum teve
origem humilde, nasceu no Morro da Cachoeirinha, no Lins de Vasconcelos,
subúrbio do Rio de Janeiro. Estudou durante nove anos num colégio interno, onde
obteve o diploma de ajustador mecânico.
Serviu na Força Aérea Brasileira durante oito
anos, ao mesmo tempo em que aproveitava para participar na Caravana Cultural de
Música Brasileira de Carlos Machado. Foi músico e sambista, com amigos
fundou o grupo Os Sete Modernos, posteriormente chamado Os Originais do Samba. O grupo teve vários
sucessos, as coreografias e roupas coloridas os fizeram muito populares na TV,
nos anos 1970, e se apresentaram em diversos países.
Antes, nos anos 1960,
é convidado a participar de um show de televisão, como humorista. De início
recusa o convite, justificando-se com a afirmação de que pintar a cara, como é
costume dos atores, não era coisa de homem. Finalmente estreia no programa humorístico
Bairro Feliz (TV
Globo, 1965).
Consta que foi nos bastidores deste show que Grande
Otelo lhe deu o apelido de Mussum, que origina-se de um peixe teleósteo sul-americano (escorregadio
e liso, já que conseguia facilmente sair de situações estranhas).
Em 1969, o diretor de Os
Trapalhões, Wilton Franco, o vê numa apresentação de boate com
seu conjunto musical e o convida para integrar o grupo humorístico, na época na TV
Excelsior. Mais uma vez, recusa; entretanto, o amigo Manfried Santanna (Dedé
Santana) consegue convencê-lo, e Mussum passa a integrar o quarteto (que na
época ainda era um trio, pois Zacarias entrou no grupo depois) que
terminaria tornando-o muito famoso em todo o país. Mussum era o único dos
quatro Trapalhões oficiais que era afro-brasileiro (Jorge
Lafond e Tião
Macalé, apesar de também afro-descendentes e atuarem em vários quadros com
o grupo, durante vários anos, eram coadjuvantes).
Apenas quando
Os Trapalhões já estavam na TV Globo, e o sucesso o impedia de cumprir seus
compromissos, é que Mussum deixou os Originais do Samba. Mas não se afastou da
indústria musical, tendo gravado discos com Os Trapalhões e até três álbuns
solo dedicados ao samba.
Uma de suas
paixões era a escola de samba Estação Primeira de Mangueira,
todos os anos sua figura pontificava durante os desfiles da escola, no meio da Ala
de baianas, da qual era diretor de harmonia. Dessa paixão veio o apelido
"Mumu da Mangueira". Também era rubro-negro fanático.
Mussum foi
considerado por muitos o mais engraçado dos Trapalhões. No programa,
popularizou o seu modo particular de falar, acrescentando as terminações
"is" ou "évis" a palavras arbitrárias (comoforévis, cacíldis, coraçãozis)
e pelo seu inseparável "mé" (que era sua gíria para cachaça).
O personagem
que vivia no programa Os Trapalhões tinha como característica principal o
consumo constante de bebidas alcoólicas, em especial a cachaça.
Mussum se
celebrizou por expressões onde satirizava sua condição de negro, tais como
"negão é o teu passádis" e "quero morrer prêtis se eu estiver
mentindo", além de recorrentes piadas sobre bebidas alcoólicas.
Também criou
outras frases hilariantes, que se popularizaram rapidamente, como "eu vou
me pirulitazis (pirulitar)", quando fugia de uma situação perigosa, ou
"traz mais uma ampola", pedindo cerveja, ou "casa, comida, três
milhão por mês, fora o bafo!", passando uma cantada em uma mulher bonita,
ou ainda "faz uma pindureta", pedindo fiado.
Seu personagem
constantemente brincava com os outros membros do grupo, inclusive inventando
apelidos divertidos ( Didi
Mocó era chamado de "cardeal" ou "jabá" ou Zacarias era chamado de
"mineirinho de Sete Lagoas"). Também era alvo de gozações por parte
dos demais membros do grupo, recebendo apelidos como "cromado",
"azulão", "grande pássaro" entre outros, sempre ficando
evidente, entretanto, que as brincadeiras e gozações eram feitas num ambiente
de amizade entre os quatro, uma vez que, na maioria dos quadros do programa de
TV, os Trapalhões eram sempre quatro amigos que dividiam uma casa ou apartamento,
sendo normal, portanto, que eles constantemente dirigissem gozações e criassem
apelidos entre si.
Mussum morreu
em 29 de julho de 1994,
aos 53 anos, não resistindo a um transplante de coração,
e foi sepultado em São Paulo. Deixou um legado de 27 filmes com Os
Trapalhões, além de mais de vinte anos de participações televisivas.
Nos anos 1970
e 1980, Mussum era um dos poucos artistas negros na TV mais populares.
O humorista
nunca foi esquecido pelo grande público que conquistou, permanecendo até hoje
muito vivo e presente na memória de seus admiradores, principalmente na cidade
do Rio de Janeiro, e foi lembrado em uma série de
camisetas lançadas no Rio de Janeiro, com a imagem estilizada de Mussum e
a inscrição "Mussum Forevis".
Após o Rio
de Janeiro ser escolhido sede dos Jogos Olímpicos de 2016, vários internautas
satirizaram o poster de campanha do presidente dos Estados Unidos, Barack
Obama com a foto do humorista e sob ela a frase "Yes, we
créu". Uma sátira a "Yes, we can" (sim, nós podemos) frase de
campanha do presidente estadunidense. Também foram produzidas camisetas com a
palavra "Obamis".
Uma rua de São
Paulo, no bairro Campo Limpo, ganhou o nome "Comediante Mussum" em
sua homenagem.
O Largo do
Anil em Jacarepaguá, Rio de Janeiro, teve o seu nome mudado pelo prefeito
Eduardo Paes para "Largo do Mussum".
Uma famosa
frase do humorista, "Só no Forévis", inspirou a banda brasileira de
hardcore punk Raimundos, que utilizou a frase como título de seu álbum homônimo de 1999, bem como título da canção que
abre o disco, uma vinheta em ritmo de samba.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mussum
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