Por: Guilherme Machado
Luiz Gonzaga teve que quebrar barreiras na Rádio Nacional do Rio de Janeiro para cantar vestido de cangaceiro ou até mesmo de vaqueiro.
Luiz Lua Gonzaga
Foi em 1947 quando o Diretor da Emissora, Floriano Faissal, em berros, gritava "aqui não, na Rádio Nacional, não! Aqui não canta cangaceiro!" Obrigando ao recém chegado Luiz Lua Gonzaga, afilhado do ator e locutor Paulo Gracindo, a se apresentar de terno e gravata nos auditórios da Rádio Nacional do Rio de Janeiro.
Gaucho Pedro Raimundo
Um belo dia chega Luiz Gonzaga de sanfona branca no peito para se apresentar em um programa da tarde e ai quando ver o colega, gaucho Pedro Raimundo, cantando de chapéu de aba larga e bombacha, botas até os joelhos, esporas nos calcanhares e taça rebengue na mão, tipicamente a rigor, representante legal da região sul. O nordestino Luiz Gonzaga vendo aquela figura brilhando de Pedro Raimundo, parou e pensou, "é, o carioca usa camisa listrada, o baiano usa chapéu de palha e eu vou representar o nordeste..."
Correu até os correios e imediatamente escreveu para
a dona Santana, sua mãe, lhe pedindo que comprasse um belo chapéu de cangaceiro que lembrasse a figura de Lampião; dona Santana não gostou nada do pedido do filho, mesmo assim, atendeu o seu pedido e lhe comprou o chapéu de couro tipo "cangaceiro". O teimoso Luiz Gonzaga voltou ao estúdio da Nacional, desta vez, vestido de cangaceiro, foi quando alguém o tentou reprimir e aí sem hesitar ele disse: "Se Pedro Raimundo pode cantar e representar o seu povo, eu também posso, até o paulista Bob Nelson canta fantasiado de Roy Rogers, cowboi americano, eu sou nordestino e o símbolo do nordeste é o vaqueiro e o cangaceiro". E não é que seu Luiz viveu quase toda vida vestido de gibão e chapéu de couro.
Serrinha, Bahia Guilherme Machado
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