Da Origem à Iniciação Artística
Em 13 de dezembro de 1912, nasce o segundo filho de Januário José dos Santos e Ana Batista de Jesus, Santana, em casa de taipa na propriedade da Fazenda da Caiçara, no município do Exu, Pernambuco, pertencente a um membro da família Alencar, na fronteira com o Ceará, e ao pé da serra da Chapada do Araripe. O menino é batizado com o nome de Luiz Gonzaga do Nascimento, sugestão do próprio padre.
O pai do futuro Rei do Baião é então tocador e consertador de sanfona de oito baixos ou fole ou concertina ou pé de bode; e a mãe cantadeira de novena. Ambos são as influências primordiais do futuro sanfoneiro e cantador maior do Brasil.
Januário José dos Santos, o pai de Luiz Gonzaga, lavrador, tocador e consertador de fole. Ana Batista de Jesus, Santana, mãe de Luiz Gonzaga, lavradora, artesã e cantadeira de novena do povoado do Araripe.
O avô materno de Luiz Gonzaga, José Moreira, poeta e cantador de viola, é da família do romancista cearense José de Alencar. A avó dele, Luiz, Efigênia, cearense, sobrevivera a epidemia do cólera morbus, que matou milhares de nordestinos (século XX).
O avô materno de Luiz Gonzaga, José Moreira, poeta e cantador de viola, é da família do romancista cearense José de Alencar. A avó dele, Luiz, Efigênia, cearense, sobrevivera a epidemia do cólera morbus, que matou milhares de nordestinos (século XX).
Os pais de Luiz Gonzaga, Januário e Santana, viviam da lavoura, cultivando feijão, milho, jeremum, melancia, melão. Assim como do artesanato do algodão e do sisal. Santana fazia coxim (forro de sela de tecido e cordão) e corda de sisal, para vender na feira do Exu. Com a pouca renda desses artesanatos, ela fazia a ferinha de casa, de carne, café, açúcar, rapadura, sal, farinha, roupa, alpercata pro menino.
Vista parcial do povoado do Araripe, no município do Exu (PE), onde Luiz Gonzaga viveu dos doze aos dezessete anos de idade, quando fugiu de casa para ingressar no Exército em Fortaleza (CE), em meados de 1930. O lugar seria fonte de inspiração perene da futura obra do Rei do Baião.
Padroeiro do povoado do Araripe, em cujas festas do mês de maio mariano, e nas festas juninas, o menino Luiz Gonzaga se iniciou publicamente na música tocando tambor, pife e até sanfona de oito baixos, em instrumento emprestado momentaneamente
Padroeiro do povoado do Araripe, em cujas festas do mês de maio mariano, e nas festas juninas, o menino Luiz Gonzaga se iniciou publicamente na música tocando tambor, pife e até sanfona de oito baixos, em instrumento emprestado momentaneamente
“Dei por mim já crescido, vendo meu pai mexer em velhas sanfonas, endireitando-as para ganhar dinheiro, nas horas que lhe sobrava das limpas e dos plantios de milho e feijão”. (Luiz Gonzaga)
“Minha mãe também me influenciou, porque em casa se rezava o mês de Maria todinho, o mês de maio todinho. Trinta e uma novenas! Quando terminava a novena, os benditos, os zambumbeiros, tocadores de pife, entravam no salão para beijar o altar. E eu quase sempre era componente dessa banda. Uma hora tocava triângulo, outra hora tocava caixa, às vezes zabumba. Quando faltava um, pegava no pife também. Então era uma casa de música”. (Luiz Gonzaga)
“Minha mãe também me influenciou, porque em casa se rezava o mês de Maria todinho, o mês de maio todinho. Trinta e uma novenas! Quando terminava a novena, os benditos, os zambumbeiros, tocadores de pife, entravam no salão para beijar o altar. E eu quase sempre era componente dessa banda. Uma hora tocava triângulo, outra hora tocava caixa, às vezes zabumba. Quando faltava um, pegava no pife também. Então era uma casa de música”. (Luiz Gonzaga)
Josefa (Nova), Ana Batista (Santana), a mãe Luiz Gonzaga, e Vicência, três das quatro filhas da cabocla Efigênia, cearense sobrevivente do cólera morbus (séc. XX), e José Moreira Franca de Alencar, poeta, cantador de viola, boêmio, “moço bonito, alto de cabelo louro e olhos verdes”, o avô materno de Luiz Gonzaga.
1917 - Aos cinco anos de idade, o menino Luiz Gonzaga começa a mexer na sanfona do pai Januário, e noutros instrumentos que este recebia para afinar ou consertar. Ausente o pai de casa, Luiz tocava para os irmãos, primos pinotarem (dançarem) no terreiro.
1920 - Aos 8 anos de idade já toca zabumba em bandinha de pife, na festa da igrejinha de São João do povoado Araripe, onde sua mãe Santana tirava as novenas do mês de maio.
1924 – Por causa da grande cheia do riacho da Brígida, a família do menino Luiz Gonzaga, aos doze anos de idade, é obrigada a se mudar da casa de taipa da Fazenda da Caiçara, onde ele nascera, para o povoado do Araripe. Aí o futuro Rei do Baião passa o restante da adolescência e início da juventude.
1926 - Luiz Gonzaga compra a sua primeira sanfona, aos catorze anos de idade, embora já tocasse desde os oito anos ou menos idade, com instrumento do pai ou de outros sanfoneiros. De todo modo, ele ingressa na vida artística nesse ano.
1927 - Luiz Gonzaga participa do movimento de escoteiros do Exu, onde recebe a primeira instrução escolar. Ele é iniciado sexualmente nesse tempo, quando contrai doença venérea.
1928 – 1929 – Luiz Gonzaga conhece e mantém namoro secreto e grande paixão por Nazarena, filha de um considerado cidadão exuense. O desfecho desse romance proibido definiria o destino do filho de Januário e Santana.
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