segunda-feira, 4 de julho de 2011

Gilberto Gil - Cantor brasileiro

Beti Niemeyer/Divulgação
           
           Gilberto Passos Gil Moreira nasceu em Salvador, em 1942, mas cresceu em Ituaçu, no interior da Bahia. Aos nove anos, voltou para Salvador, e começou a brincar de sanfona. Com 18 anos, ele chegou a ter um conjunto. Só que, influenciado por João Gilberto, ele acabou decidindo tocar violão.

João Gilberto
            
             O jovem baiano seguiu a vida como se não fosse ser músico. Entrou no curso de administração de empresas. Enquanto fazia o curso, gravou um compacto solo, e conheceu

Caetano Veloso durante o show do CD 'Cê', em Brasília (19/11/2006)

Caetano Veloso,


Maria Bethania,


Gal Costa e

Tom Zé.
            
            Eles fizeram o show de nome Nós Por Exemplo, em Salvador. Mas, logo em seguida, Gil se mudou para São Paulo, e trabalhou na Gessy-Lever. Mas não largava a música: nesse período, conheceu


Chico Buarque,


Torquato Neto e Capinam.
           
               Em 1965, ele fez a primeira participação em um festival, cantando a música Iemanjá, no 5º Festival da Balança, promovido pelo Centro Acadêmico da Faculdade de Direito da Universidade Mackenzie. O festival foi gravado pela RCA, e, quando viu, Gil estava no programa “O Fino da Bossa”, comandado por


Elis Regina e


Jair Rodrigues.
          
            Ele apresentou várias músicas, mas Louvação e Eu Vim da Bahia fizeram mais sucesso. Daí, em 1967, gravou o LP Louvação. Nesse mesmo ano, ficou em segundo lugar no festival de música da Record com Domingo no ParqueAlegria Alegria, de Caetano Veloso, ficou em quarto lugar. Foi exatamente aí que começou o famoso movimento, de nome tropicalismo. Gil e Caetano imergiram na cultura brasileira, principalmente a baiana e nordestina, e começaram a formatar o tropicalismo.
              O ano de 1968 foi de intensa criação para o grupo revolucionário da música popular brasileira. Gil lançou os LPs Gilberto Gil e Panis et Circenses, este último que contou com a participação de Caetano,

Os Mutantes

Os Mutantes, Torquato Neto, Gal Costa, Tom Zé e

Nara Leão
            
             A agitação revolucionária durou pouco, porque, em 1969, Gil e Caetano foram considerados subversivos pelo regime militar, e partiram para o exílio na Inglaterra. E foi, então, justamente na volta do exílio, em 1972, que Gilberto Gil lançou esse incrível disco, de nome Expresso 2222.     
              Ele traz ao conhecimento do público, pela primeira vez, o grande violonista que Gilberto Gil é, cuja habilidade é muito bem demonstrada na faixa-título do álbum. Esse mesmo disco também lançou para a fama nacional a Banda de Pífanos de Caruaru, que, até então, era conhecida apenas regionalmente; junto com ela, toda a tradição das bandas de pífanos brasileiras foi divulgada e valorizada. Esse disco é, portanto, um divisor de águas na história das bandas de pífano. Além disso, tem O Canto da Ema, de Ayres Viana, Alventino Cavalcante e João do Vale, um clássico do baião, que a voz de Gilberto Gil ajudou a ganhar o Brasil, e o samba nacionalista 


Chiclete com Banana,

GORDURINHA 
de Gordurinha e Almira Castilho,

que já havia feito sucesso com


Jackson do Pandeiro,

mas agora ganhava ares de resistência anti-imperialista com a sonoridade tropicalista. Em suma, este é um álbum clássico da música popular brasileira, que reflete, com autenticidade e verdade, a realidade da música brasileira naquele tempo. Gil une, com a coerência que somente os gênios da música conseguem, as influências absolutamente heterogêneas que ele recebeu, desde sua infância, até os anos no exílio. Então, o disco é baião-jazz-samba-pop-regional-rock, ou seja, música brasileira na veia.


Fonte: Acervo Origens


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