Maysa Figueira
Monjardim – Maysa Matarazzo
* São Paulo, SP. – 6 de Junho de 1936 d.C
+ Niterói, RJ. – 22 de Janeiro de 1977 d.C
* São Paulo, SP. – 6 de Junho de 1936 d.C
+ Niterói, RJ. – 22 de Janeiro de 1977 d.C
Maysa Figueira
Monjardim, mais conhecida como ou simplesmente Maysa. Cantora, compositora e atriz.
Maysa nasceu
em São Paulo, numa família tradicional do Espírito Santo que logo se mudou para
o Rio de Janeiro, para onde seus pais fugiram para se casar, pois a família de
sua mãe se opunha à união por causa da boemia de seu pai. Em 1937, transferiram-se
para Bauru, no interior paulista. Logo depois, mudaram-se novamente para a
capital. Mesmo fixada em São Paulo, a família ainda mudaria de endereço várias
vezes.
Maysa estudou
nos tradicionais colégios paulistanos Assunção, Sacré-Coeur de Marie e Ginásio
Ofélia Fonseca. Sempre foi rebelde e chegava a comparecer às aulas sem uniforme
e com trajes ousados, sendo vedada sua presença, quando bilhetes eram enviados
aos pais, e, como era difícil encontrá-los, pois levavam vida boemia, chegava a
ficar fora das aulas até 3 dias, aguardando a assinatura deles.
Reprovada no
Ginásio Ofélia Fonseca por suas notas e comportamento, seus pais tentaram sua
matrícula no tradicional Colégio Mackenzie, mas foi recusada por seu currículo.
Assim, parou os estudos na segunda série ginasial. As férias, ela passava em
Vitória, onde reencontrava os tios e os primos.
Casou-se aos
dezessete anos com o empresário André Matarazzo, 17 anos mais velho, amigo
de seus pais, e membro da conhecida família ítalo-brasileira Matarazzo de cuja
união nasceu Jayme Monjardim, diretor de telenovelas e cinema, que foi criado
pela avó e, posteriormente, num colégio interno na Espanha. Por complicações
com o parto não pode mais ter filhos.
Separada do
marido em 1959, que se opôs à carreira musical, e ao temperamento boêmio
herdado de seu pai, teve relacionamentos com o compositor Ronaldo Bôscoli,
o empresário Miguel Azanza, o ator Carlos Alberto, o maestro Julio
Medaglia, dentre vários outros.
Fez inúmeras
temporadas de sucesso em diversas casas de São Paulo – como o João Sebastião
Bar – e no Rio de Janeiro – como o Au Bon Gourmet e o Canecão, entre outros.
Excursionou pela América Latina, passando diversas vezes por Buenos Aires,
Montevidéu e Lima. Apresentou-se em Paris, Lisboa e Luanda.
O uso de
álcool e moderadores de apetite deixava seu temperamento instável. Foram
conhecidos os escândalos que promoveu em hotéis e aviões de diversos países.
Tentou o suicídio várias vezes. Supõe-se que o efeito de anfetaminas somado a
ingestão de álcool, teria provocado o acidente de carro, na Ponte Rio-Niterói,
que a matou, quando dirigia sua “Brasília azul” em alta velocidade.
Maysa canta Último Desejo de Noel Rosa, acompanhada por Rildo Hora
Maysa canta Meu
Mundo Caiu, na TV Japonesa
Carreira
Manteve contato com vários músicos da Bossa Nova, com os quais pôde expandir referências musicais. Excursionou pelo país ao lado do pianista Pedrinho Mattar, lotando casas de espetáculos como a Urso Branco, São Paulo.
Estilo
As composições e as canções foram escolhidas de maneira a formar um repertório sob medida para o seu timbre, que não era o de uma voz vulgar – pelo contrário, possuía um viés melancólico e triste, que se tornou emblemática do gênero fossa ou samba-canção. Ao lado de Maysa, destacam-se Nora Ney, Ângela Maria e Dolores Duran.
O gênero,
comparado ao bolero, pela exaltação do tema amor-romântico ou pelo sofrimento
de um amor não realizado, foi chamado também de dor-de-cotovelo. O samba canção
(surgido na década de 30) antecedeu o movimento da bossa nova (surgido ao final
da década de 50, em 1957), com o qual Maysa se identificou.
Mas este
último representou um refinamento e uma maior leveza nas melodias e
interpretações em detrimento do drama e das melodias ressentidas, da
dor-de-cotovelo. O legado de Maysa, ainda que aponte para dívidas históricas
com a bossa, é o de uma cantora de voz mais arrastada do que as intérpretes da
bossa e por isso aproxima-se antes do bolero.
Foram
celebrizadas as seguintes interpretações: Felicidade Infeliz (Maysa), Solidão
(Antônio Bruno), Bom dia, Tristeza (Adoniran Barbosa/ Vinicius de Moraes),
Tristeza (Haroldo Lobo/ Niltinho), Ne Me Quitte Pas (Jacques Brel) e Bloco da
Solidão (Jair Amorim/ Evaldo Gouveia). Também foram consagradas as seguintes
interpretações: Adeus, Agonia, Dindi, Eu sei que vou te amar, Marcada, Meu
mundo caiu, Não vou querer, Ouça, Resposta, Rindo de mim, Tarde triste, O
barquinho.
Contemporânea
da compositora e cantora Dolores Duran, Maysa compôs 26 canções, numa época em
que havia poucas mulheres nessa atividade. Todas foram gravadas em Maysa por
ela mesma, que alcançou grande sucesso. Maysa interpretava de maneira muito
singular, personalista, com toda a voz, sentimento e expressão. Um canto
gutural, ensejando momentos de solidão e de grande expressão afetiva.
Um dos
momentos antológicos desta caracterização dramática foi a apresentação, em
1974, de Chão de Estrelas (Silvio Caldas e Orestes Barbosa), e de Ne Me Quitte
Pas (10 de junho de 1976), tendo sido apresentadas em duas edições do programa
Fantástico da Rede Globo.
Esse estilo
Maysa exerceu influência nas gerações seguintes, com grande ascendência nas
obras de Simone, Leila Pinheiro, Fafá de Belém, Ângela Rô Rô, entre outras.
Teatro,
televisão
Trabalhou no teatro, televisão, com participações especiais nas novelas O Cafona (ao lado de Francisco Cuoco), Bravo!, Com (Carlos Alberto), na Rede Globo, e em Bel-Ami, na TV Tupi.
Em 1977, um
trágico acidente automobilístico na Ponte Rio-Niterói encerrava a carreira e o
brilho da estrela, que foi um dos maiores mitos da música brasileira.
Sua carreira será retratada pela Rede Globo na microssérie Maysa – Quando Fala o Coração, em Janeiro de 2009. A série é de autoria de Manoel Carlos, protagonizada pela estreante atriz Larissa Maciel e dirigida por Jayme Monjardim, filho da cantora.
http://www.biografia.inf.br/maysa-matarazzo-cantora-atriz.html
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