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Dorival Caymmi (Salvador, 30 de abril de 1914 – Rio de Janeiro, 16 de
agosto de 2008)
foi um cantor, compositor,
violonista, pintor e ator brasileiro.
Compôs
inspirado pelos hábitos, costumes e as tradições do povo baiano. Tendo
como forte influência a música negra, desenvolveu um estilo pessoal de compor e
cantar, demonstrando espontaneidade nos versos, sensualidade
e riqueza melódica. Morreu em 16 de agosto de 2008, aos 94 anos, em casa, às
seis horas da manhã, por conta de insuficiência renal e falência múltipla
dos órgãos em consequência de um câncer renal que possuía havia 9 anos. Permanecia
em internação domiciliar desde dezembro de 2007. Poeta popular compôs obras
como Saudade de Bahia, Samba da minha Terra, Doralice, Marina, Modinha para Gabriela, Maracangalha, Saudade de Itapuã, O Dengo que
a Nega Tem, Rosa Morena.
Filho de
Durval Henrique Caymmi e Aurelina Soares Caymmi era casado com Adelaide Tostes,
a cantora Stella Maris. Todos os seus três filhos são também cantores: Dori Caymmi, Danilo
Caymmi e Nana Caymmi.
Biografia
Caymmi era descendente de italianos pelo
lado paterno, as gerações da Bahia começaram com o seu bisavô, que
chegou ao Brasil para trabalhar no reparo do Elevador
Lacerda e cujo nome era grafado Caimmi. Ainda criança, iniciou
sua atividade como músico, ouvindo parentes ao piano. Seu pai era funcionário
público e músico amador, tocava, além de piano, violão e bandolim. A mãe, dona
de casa, mestiça de portugueses e africanos, cantava apenas no lar. Ouvindo o fonógrafo e
depois a vitrola,
cresceu sua vontade de compor. Cantava ainda menino, em um coro de igreja, como
baixo-cantante. Com treze anos, interrompe os estudos e começa a trabalhar em
uma redação de jornal O Imparcial, como auxiliar.
Com o fechamento do jornal, em 1929, torna-se vendedor
de bebidas. Em 1930 escreveu sua primeira música: 'No Sertão", e aos
vinte anos estreou como cantor e violonista em programas da Rádio Clube da
Bahia. Já em 1935,
passou a apresentar o musical Caymmi e Suas Canções Praieiras. Com 22
anos, venceu, como compositor, o concurso de músicas de carnaval com o samba A
Bahia também dá. Gilberto Martins, um diretor da Rádio Clube da Bahia, o incentiva
a seguir uma carreira no sul do país. Em abril de 1938, aos 23 anos, Dorival,
viaja de ita (navio que cruza o norte até o sul do Brasil) para cidade do Rio
de Janeiro, para conseguir um emprego como jornalista e realizar o curso
preparatório de Direito. Com a ajuda de parentes e amigos, fez alguns
pequenos trabalhos na imprensa, exercendo a profissão em O Jornal, do
grupo Diários Associados, ainda assim, continuava a
compor e a cantar. Conheceu, nessa época, Carlos
Lacerda e Samuel Wainer.
Foi
apresentado ao diretor da Rádio
Tupi, e, em 24 de junho de 1938, estreou na rádio cantando
duas composições, embora ainda sem contrato. Saiu-se bem como calouro e iniciou
a cantar dois dias por semana, além de participar do programa Dragão da Rua
Larga. Neste programa, interpretou O Que é Que a Baiana Tem, composta em 1938.
Com a canção, fez
com que Carmen Miranda tivesse uma carreira no exterior, a partir do filme
Banana da Terra, de 1938. Sua obra invoca principalmente a tragédia de negros e
pescadores da Bahia: O Mar, História de Pescadores, É Doce Morrer no Mar, A
Jangada Voltou Só, Canoeiro, Pescaria, entre outras. Filho
de santo de Mãe Menininha do Gantois, para quem
escreveu em 1972 a canção em sua homenagem: "Oração de Mãe
Menininha", gravado por grandes nomes como Gal Costa e Maria
Bethânia.
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