Gilberto
Passos Gil Moreira (Salvador, 26 de junho de 1942) é um músico e político brasileiro.
Primeiros anos
Gilberto Gil
nasceu no bairro do Tororó, em Salvador, na Bahia. Seu pai, o médico
José Gil Moreira e sua mãe Claudina, em busca de uma vida melhor, mudam do
bairro pobre da capital baiana para o interior do Estado, em
Vitória da Conquista, à época uma grande cidade do interior com cerca de algumas
dezenas de milhares de habitantes,onde até hoje há uma edifício enorme batizado
com o nome do pai do Gilberto Gil. Ali, Gil passou os primeiros oito anos de
vida. Deste período o artista registra a influência das músicas ouvidas,
sobretudo no rádio:
…os meus
primeiros momentos de ouvir música, tudo se passou numa época em que Luiz
Gonzaga, principalmente lá no Nordeste, onde eu vivia, lá na caatinga, era
praticamente o canto mesmo da região…
Com oito anos
volta para Salvador, onde estuda no Colégio Maristas, e frequenta uma academia
de acordeon.
Quando estava no secundário, recebeu da mãe um violão e conhece o trabalho de João
Gilberto, que lhe influencia de imediato.
Nos tempos de
faculdade de Administração, Gil conhece Caetano
Veloso, sua irmã Bethânia, Gal Costa e Tom Zé.
Realizam a primeira apresentação na inauguração do Teatro
Vila Velha em junho de 1964 - com o show "Nós, Por Exemplo".
Formou-se em 1965 e muda-se com
a esposa Belina para São Paulo.
Carreira
Formado em administração de empresas, seu primeiro emprego em São Paulo foi na Gessy Lever.
Nos anos
1970, Gil acrescentou elementos novos da música africana, norte-americana e jamaicana (reggae), ao já
vasto repertório, e continuou lançando álbuns como Realce e Refazenda.
João Gilberto gravou a canção "Eu Vim da Bahia", de Gil, no clássico LP João Gilberto.
Anos 1960 e
1970
Em fins de 1968, Gil e Caetano
Veloso, cuja importância no Brasil era, e é, de certa forma comparável à de John Lennon e Paul
McCartney no mundo anglófono,
foram presos pelo regime militar brasileiro instaurado após 1964 devido a
supostas atividades subversivas, de que foram taxados. Ambos exilaram-se
por ocasião do AI-5 (Ato Institucional 5) do governo militar em vigência no
Brasil a partir de 1969 em Londres.
Nos anos 1970 iniciou
uma turnê pelos Estados Unidos e gravou um álbum em inglês. De
volta ao Brasil, em 1975 Gil grava Refazenda, um dos mais importantes
trabalhos que, ao lado de Refavela, gravado após uma viagem ao continente
africano, e Realce, formariam uma trilogia RE. Refavela traria
a canção "Sandra", onde, de forma metafórica, Gil falaria sobre a
experiência de ter sido preso por porte de drogas durante um excursão ao sul do
país e ter sido condenado à permanência em manicômio judiciário, ou conforme
denominação eufemística, casa de custódia e tratamento, entretanto designada
por Gil como hospício.
Fechamento da
trilogia, Realce, apesar de trazer em uma de suas faixas um dos mais belos
e marcantes sucessos de Gil, Superhomem (influenciado pelo
lançamento, um ano antes, do filme Superman),
causaria certa polêmica quando alguns considerariam a canção título, inspirada
na disco
music, como uma ode ao uso de cocaína, isto talvez explicitado pelos
versos: realce, quanto mais purpurina melhor.
Ao lado dos
colegas Caetano Veloso e Gal Costa, lançou o disco Doces
Bárbaros, do grupo batizado com o mesmo nome e idealizado por Maria
Bethânia, que era um dos vocais da banda. O disco é considerado uma
obra-prima; apesar disto, na época do lançamento (1976) foi duramente
criticado. Doces Bárbaros foi tema de filme, DVD e enredo da escola
de samba GRES Estação Primeira de Mangueira em 1994, com o enredo Atrás
da verde-e-rosa só não vai quem já morreu, puxadores de trio
elétrico no carnaval de Salvador, apresentaram-se na praia de Copacabana e
para a Rainha daInglaterra. O quarteto Doces Bárbaros era uma
típica banda hippie dos anos 1970.
Inicialmente o
disco seria gravado em estúdio, mas por sugestão de Gal e Bethânia, foi o espetáculo
que ficou registrado em disco, sendo quatro daquelas canções gravadas
pouco tempo antes no compacto duplo de estúdio, com as canções
"Esotérico", "Chuckberry Fields Forever", "São João
Xangô Menino" e "O seu amor", todas gravações raras.
Festivais
A primeira
apresentação de Gilberto Gil em São Paulo ocorreu em 1965 quando cantou
a música "Iemanjá", no V Festival da Balança, festival universitário
de música promovido pelo Diretório Acadêmico João Mendes Jr. da Faculdade de
Direito da Universidade Mackenzie. O Festival
organizado pelo estudante de Direito Manoel Poladian, que mais tarde viria se
tornar produtor musical, foi gravado pela gravadora RCA, e trata-se da
primeira gravação em disco de Gilberto Gil e também de Maria Bethânia que
participou do Festival com a música Carcará, o primeiro grande sucesso radiofônico, que a
tornou nacionalmente conhecida.
Com Domingo no Parque, ao lado de Os Mutantes,
causou sensação no Festival de Música da
Record em 1967.
Gil foi também
o único latino a
participar do Festival da Ilha de Wight, em 1970, representando a Tropicália,
ao lado dos maiores astros do rock-pop mundial da época, como The Who, Jimi
Hendrix, Emerson, Lake and Palmer e The Doors.
Tropicalismo
Quando se
realizou o III Festival de Música Popular
Brasileira, produzido pela Rede Record,
apareceram várias composições que tiveram enorme êxito junto ao público
brasileiro e entre elas estavam Domingo no Parque, de Gilberto Gil e Alegria,
Alegria, de Caetano Veloso, que seriam o carro-chefe do tropicalismo,
surgido "mais de uma preocupação entusiasmada pela discussão do novo do
que propriamente como movimento organizado".
Segundo Celso
F. Favaretto, em seu livro "Tropicália - Alegria, Alegria":
O procedimento
inicial do tropicalismo inseria-se na linha de modernidade: incorporava o
caráter explosivo do momento às experiências culturais que vinham se
processando; retrabalhava, além disso, as informações então vividas como
necessidade, que passavam pelo filtro da importação. Este trabalho consistia em
redescobrir e criticar a tradição, segundo a vivência do cosmopolitismo dos
processos artísticos, e a sensibilidade pelas coisas do Brasil.
O que chegava,
seja por exigência de transformar as linguagens das diversas áreas artísticas,
seja pela indústria cultural, foi acolhido e misturado à tradição musical
brasileira. Assim, o tropicalismo definiu um projeto que elidia as dicotomias
estéticas do momento, sem negar, no entanto, a posição privilegiada que a
música popular ocupava na discussão das questões políticas e culturais. Com
isto, o tropicalismo levou à área da música popular uma discussão que se
colocava no mesmo nível da que já vinha ocorrendo em outras, principalmente o
teatro, o cinema e a literatura. Entretanto, em função da mistura que realizou,
com os elementos da indústria cultural e os materiais da tradição brasileira,
deslocou tal discussão dos limites em que fora situada, nos termos da oposição
entre arte participante e arte alienada. O tropicalismo elaborou uma nova
linguagem da canção, exigindo que se reformulassem os critérios de sua
apreciação, até então determinados pelo enfoque da crítica literária. Pode-se
dizer que o tropicalismo realizou no Brasil a autonomia da canção,
estabelecendo-a como um objeto enfim reconhecível como verdadeiramente
artístico.
Tropicália, canção de
Caetano Veloso, é um autêntico exemplo da verdadeira revolução operada na
estrutura letrista da canção popular e da necessidade de se reestudar então os
critérios de avaliação e compreensão da nova linguagem utilizada.
Em confronto
com a Bossa Nova, o tropicalismo teve como preocupação principal os problemas
sociais do país, aliada a uma ideologia libertadora, a um inconformismo diante
da maneira de viver do povo brasileiro, o que gerou uma crescente onda de
participação popular, em face dos agravantes problemas por que sofria a nação.
Já a Bossa Nova quis mostrar uma nova concepção musical, calcada na
versatilidade que a música brasileira oferece.
Os
responsáveis diretos pelo tropicalismo, Caetano
Veloso, Gilberto Gil, Torquato
Neto, Tom
Zé, Rogério Duprat e outros, sem dúvida alguma,
deram um salto a mais na modernização da música popular, buscando formas
alternativas de composição e explorando uma concepção artística de mudança
radical, dentro de um clima favorável. Foi impressionante sua importância nesse
sentido, pois, sendo o último grande movimento realizado no país, deixou marcas
que seriam cultivadas com o amadurecimento de seus próprios criadores e
daqueles que seguiram sua linha de pensamento.
Exílio Caetano
Veloso e Gilberto Gil, líderes do tropicalismo, também estavam entre aqueles
que tiveram cerceadas suas carreiras no Brasil, em seu período mais repressivo.
Através de músicas de protesto e do próprio tropicalismo, lançaram a semente da
conscientização e agitaram a opinião pública, sendo então enquadrados na lei de
segurança nacional e expulsos do país. Seguiram para Londres, onde, segundo
alguns fãs, viveram uma de suas melhores fases, no setor artístico. Compondo em
inglês, conquistaram facilmente o público europeu; livres da influência da repressão,
puderam deixar fluir em suas composições toda liberdade de expressão a que
tinham direito. Somente retornariam ao solo pátrio, em 1972. Apresentando-se no
programa Som Livre Exportação, declararam publicamente que continuariam
trabalhando em prol da música popular brasileira.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Gilberto_Gil
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renalalbahia@gmail.com gostariamos de entrar em contacto com a produção de Gilberto Gil obrigado aguardo
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