Tim Maia nos
deixou órfãos da irreverência benfazeja da alegria.
Sebastião
Rodrigues Maia, o Tim Maia, ficou conhecido como o síndico da Música
Brasileira. Chegava e botava ordem, se bem que não gostasse muito de
cumpri-las. Uma de suas características mais conhecidas, depois da voz grave e
afinada, era a de faltar aos shows.
Tim começou a
carreira junto com Roberto e Erasmo Carlos formando no Rio de Janeiro, em 1957,
o grupo Sputniks. Depois de uma estada de seis anos nos Estados Unidos,
influenciado pela soul music, o cantor definiu seu estilo e voltou com idéias
rejeitadas pela Jovem Guarda.
Assim, só conseguiu gravar o primeiro disco solo
em 1970. E veio cheio de surpresas, estourando sucessos como Azul da cor
do mar e Primavera. Estes seriam seguidos de muitos outros: A
festa do Santo Reis, Não quero dinheiro (só quero amar), Você, Réu
confesso,Gostava tanto de você e Sossego, para citar alguns. A soul
music e o funk com tempero brasileiro foi atravessando a década de 80 com mais
sucessos como Descobridor dos sete mares e Do Leme ao Pontal. Às
vezes o vozeirão de Tim servia às canções mais açucaradas como Me dê
motivo, Leva e Um dia de domingo. Com seu eterno bom humor e
senso crítico, ele definiria mais tarde sua fórmula infalível. “Metade de
minhas músicas é esquenta-sovaco e metade mela-cueca”.
Em
determinados momentos da vida chegava a beber três garrafas de uísque por dia,
além de usar maconha e cocaína. Por incrível que pareça, isso parece nunca ter
afetado sua voz. Não se pode dizer o mesmo de suas relações profissionais.
Colecionou desafetos e processos trabalhistas - de músicos contra ele e dele
contra gravadoras -, além de renegar publicamente antigas amizades, ameaçar
críticos e faltar a shows. Passou anos sem se apresentar na Rede Globo e
acusava o todo-poderoso da emissora, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o
Boni, de ser o culpado pelo boicote. Outro conhecido inimigo ele denominava
ETA, “Exploradores do Talento Alheio”, formado por empresários e donos de casas
de espetáculos.
Ninguém
duvida que Tim foi e sempre será um dos mais talentosos artistas da música
brasileira. No dia 8 de março de 1998, ao cantar a primeira música em um show
no Teatro Municipal de Niterói, no Rio de Janeiro, sofreu um edema pulmonar
seguido de parada cardiorrespiratória. Ficou internado no CTI do Hospital
Antônio Pedro durante sete dias e faleceu no dia 15, de infecção generalizada,
aos 55 anos. Em sua eterna ironia, ele se definiu com uma frase que entraria
para a História: “Não fumo, não bebo e não cheiro. Meu único defeito é que
minto um pouco”. (do site Memória Viva).
http://meneleu.blogspot.com.br/2014/09/tim-maia-nao-fumo-nao-bebo-e-nao-cheiro.html
Se você gosta de ler histórias sobre "Cangaço" clique no link abaixo:
http://blogdomendesemendes.blogspot.com